quarta-feira, 4 de junho de 2025

Facção do Ceará escondida no Rio: "Jogava futebol com cabeças"

A investigação é resultado de um trabalho conjunto dos Grupos de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) dos dois estados. A ação foi deflagrada nas primeiras horas da manhã do sábado pela Coordenadoria de Segurança e Inteligência do Ministério Público do Rio (CSI/MPRJ), que mobilizou cerca de 80 agentes das tropas especializadas, com objetivo de cumprir 29 mandados de prisão e 14 de busca e apreensão.

Os criminosos do Ceará são muito sanguinários. Os assassinatos são cometidos com requintes de crueldade. Essa prática está se alastrando para outros estados do Nordeste. As imagens, porque eles fazem questão de mostrar em redes sociais, são muito impactantes — disse o procurador-geral.

Após a movimentação dos policiais na comunidade, cerca de 400 criminosos fugiram para a mata da Rocinha, segundo informações obtidas pelo GLOBO. O BOPE disse estar monitorando a região. No início da operação, um policial militar foi baleado no pescoço. Ele foi levado para o Hospital Miguel Couto e está fora de perigo.

Durante a operação, foram apreendidos quatro fuzis, duas pistolas, um revólver, um fuzil de airsoft, munição e drogas ainda em fase de contabilização, segundo um boletim oficial divulgado no início da tarde. 

Um homem com mandado de prisão em aberto foi preso.

Mansão servia de bunker para facção do Ceará
O alvo era a cúpula de uma facção cearense na capital fluminense. Mas o que chamou a atenção dos policiais foi o cenário: um imóvel de luxo em Dioneia, na Rocinha, com duas piscinas aquecidas, área gourmet, e a guarda feita por homens armados com pelo menos 70 fuzis. À distância e no conforto da mansão, o grupo chegou a comandar mais de mil homicídios nos últimos dois anos no Ceará.

Segundo informações, assim que os agentes chegaram à mansão, perceberam indícios de que uma festa havia ocorrido no dia anterior, com a presença de bebidas, carne e gelo. O imóvel, que continha uma academia com equipamentos novos e um deck panorâmico, seria do traficante cearense Anastácio Paiva Pereira, conhecido como Doze ou Paizão. Ele é um dos chefes de uma facção que comanda o tráfico de drogas na cidade de Santa Quitéria, no interior do Ceará.

Paizão tem cinco mandados de prisão em aberto por crimes de homicídio, organização criminosa e tráfico de drogas.

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