O Tribunal de Contas da União (TCU) abriu processo para investigar o uso de recursos públicos federais na contratação da cantora potiguar Roberta Sá para se apresentar em um jantar oficial promovido pelo governo francês, com a presença dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Emmanuel Macron. A apresentação ocorreu em Paris no dia 5 de junho e custou R\$ 168 mil aos cofres do Ministério da Cultura. A investigação foi motivada por denúncia do vice-líder da oposição na Câmara, Ubiratan Sanderson (PL-RS), que questiona a legalidade e a economicidade do gasto, especialmente por ter sido feito sem licitação.
Segundo a oposição, o valor pago, classificado como “cachê colado”, inclui não só os honorários da artista, mas também despesas de viagem, hospedagem, alimentação e equipe técnica. O parlamentar alegou que a contratação direta, sem processo licitatório, pode configurar improbidade administrativa e pediu apuração à Procuradoria-Geral da República (PGR). Sanderson criticou o governo por priorizar gastos considerados supérfluos em detrimento de investimentos em áreas essenciais como saúde, educação e segurança, classificando o caso como “gastança sem critério”.
O TCU, por sua vez, avaliará se houve desvio de finalidade e se foram respeitados os princípios da administração pública, como economicidade, razoabilidade e transparência. A Corte deverá cobrar explicações detalhadas do Ministério da Cultura e analisar com rigor a legalidade do gasto. Enquanto isso, os membros do PL acompanham a manifestação da PGR, na expectativa de que haja consequências jurídicas para o caso.