domingo, 19 de junho de 2022

Lula lembra que pediu libertação de sequestradores de Abílio Diniz a FHC

O ex-presidente e pré-candidato ao Planalto Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lembrou na noite desta sexta-feira, 17, que intercedeu junto ao então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1998, pela libertação dos sequestradores do empresário Abílio Diniz. A declaração foi dada em evento do PT em Maceió, durante uma série de visitas do petista ao Nordeste.

Lula contou sobre sua participação no processo que culminou na transferência dos envolvidos, que eram estrangeiros, para seus países de origem, enquanto falava sobre sua amizade com o senador Renan Calheiros (MDB), um dos ministros da Justiça nos governos de FHC.

“Eles iam entrar em greve seca, que é ficar sem comer e sem beber, e aí é morte certa. Aí, eu então fui procurar o ministro da Justiça, Renan Calheiros, que depois de uma longa conversa me disse para falar com o presidente Fernando Henrique Cardoso, porque ele teria toda a disposição de mandar soltar o pessoal”, disse Lula.

Durante o relato, o petista recordou que à época do crime os sequestradores foram obrigados a vestir camisetas com a logomarca do PT, para que o partido fosse relacionado ao caso, fato nunca confirmado.

Lula lembrou então que procurou o tucano: “Eu disse: ‘Fernando, você tem a chance de passar para história como um democrata ou como o presidente que permitiu que dez jovens que cometeram um erro morressem na cadeia, e isso não vai (se) apagar nunca’”.

De acordo com Lula, FHC teria garantido que concederia a soltura se o petista convencesse os presos a encerrar a greve de fome. Logo após, o ex-presidente lembrou que foi à cadeia onde estavam os detentos e pediu a palavra do grupo de que encerrariam a greve de fome para que fossem soltos. “Hoje não sei onde estão”, finalizou. Na versão da época, FHC pediu que a greve de fome acabasse não para soltar os presos, mas como condição para que o governo assinasse os tratados de transferência. E assim foi feito.

Em abril de 1998, no último ano do primeiro mandato de FHC, o governo federal deu andamento à assinatura de tratados de transferência de presos com Argentina, Chile e Canadá para que cidadãos desses países presos no Brasil e brasileiros detidos neles pudessem cumprir suas penas na sua terra natal. A decisão foi tomada depois de os sequestradores fazerem duas greves de fome para que os tratados fossem assinados.

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