Durante pronunciamento de Jair Bolsonaro, Capitão Wagner se posicionou no outro extremo do palco. Foto: Reprodução/Facebook
Ninguém foi mais elogiado durante a visita do presidente Jair Bolsonaro a Fortaleza, no sábado passado, do que o pré-candidato a governador do Ceará, o deputado federal Capitão Wagner, do União Brasil. O parlamentar foi chamado de “grande amigo” pelo chefe do Poder Executivo, que sinalizou apoio à sua candidatura ao Palácio da Abolição.
No entanto, passados dois dias desde as declarações de Jair Bolsonaro, Capitão Wagner não fez qualquer menção ao presidente da República em suas redes sociais ou publicou alguma foto ao lado dele. Neste período, o postulante realizou encontros políticos, visitou eventos que aconteciam em Fortaleza e postou todos os momentos. Mas nada sobre Bolsonaro.
“Tivemos agora o apoio de grande parte da Câmara e do Senado. Alguns deles aqui presentes. Carla Zambelli, Dr. Jaziel, Nelho, e meu amigo, com muita honra, Capitão Wagner. Se o Brasil tem problema chama o Capitão. Se o Ceará tem problemas, chama o Capitão. Esse Ceará, esse Nordeste é nosso”, disse Jair Bolsonaro durante o evento Marcha para Jesus.
Na ocasião, Capitão Wagner evitou participar da motociata ao lado de Jair Bolsonaro, apesar de praticamente todos os seus apoiadores locais terem estado presente, dentre os quais Julierme Sena, Tony Brito, Sargento Reginauro, Soldado Noélio, dentre outros. A assessoria informou que não deu tempo, visto que o parlamentar esteve em evento do União Brasil, pela manhã, em Aracati. No palco, o pré-candidato ao Governo do Estado ficou estrategicamente em uma ponta do palco, enquanto o presidente esteve do outro lado.
Existe duas explicações para essa precaução de Wagner quanto a estar ao lado de Bolsonaro. Há cerca de um mês, Wagner esteve no encontro do PROS ao lado do também presidenciável Pablo Marçal. Na ocasião, os membros da sigla aliada destacaram que o parlamentar poderia apoiar Marçal para presidente. No entanto, o pré-candidato descarta apoio a qualquer nome à Presidência da República já que sua coligação poderá ter ao menos quatro nomes na disputa ao Palácio do Planalto.
Rejeição
Avante, com Janones, PROS, com Pablo Marçal, União Brasil, com Luciano Bivar, e, provavelmente, PL com Jair Bolsonaro devem fazer parte do arco de aliança no Ceará em torno da candidatura de Capitão Wagner. No entanto, também entra nesta conta a rejeição do nome do atual presidente da República, candidato à reeleição, no Ceará.
Dificilmente, Wagner fará campanha ao lado do presidente Bolsonaro, o que é defendido por alguns de seus aliados. A base governista no Ceará, porém, deve focar na proximidade entre os dois, assim como foi feito em 2020, quando o opositor disputou a Prefeitura de Fortaleza e foi derrotado no segundo turno. Muitos atribuem parte da derrota ao fato dele ter sido candidato apoiado e alinhado com o bolsonarismo.
Blog do Edson Silva