A notícia sobre busca e apreensões em próprios de um deputado estadual governista, publicada no site do Ministério Público do Estado, não é clara em relação ao investigado, e ainda leva suspeita para alguns dos seus colegas votados no mesmo Município, em que tem residência. Diz textualmente um tópico da informação do Ministério Público: “Os mandados foram cumpridos nas residências dos suspeitos, localizadas nos municípios de Fortaleza e Maracanaú, resultando na apreensão de celulares, computadores e documentos que irão subsidiar as investigações conduzidas pela Procap”.
Os eleitores de Maracanaú, em 2022, votaram em vários candidatos a deputado estadual, mas, três, obtiveram as maiores votações: Firmo Camurça, filiado ao União Brasil, obteve 26.901 votos, seguido de Júlio Cesar Costa Lima Filho, do PT, com 17.016 sufrágios, e Lucinildo da Frota Brito, o terceiro mais votado, somou 9.568 votos. Os demais candidatos, que também se elegeram, tiraram menos de 5 mil votos.
Firmo Camurça, Júlio Cesar e Lucinildo têm residência em Maracanaú. Como a informação dos promotores não identificam publicamente o acusado, os demais ficam sob suspeita. Nenhum deputado procurado para falar sobre o caso, disse ainda não ter conhecimento da ação policial contra o colega.
Leia a íntegra da nota do Ministério Público:
O Ministério Público do Estado do Ceará, por meio da Procuradoria de Justiça dos Crimes contra a Administração Pública (Procap), deflagrou, na manhã desta segunda-feira (20/01), a segunda fase da Operação “Simulatio”, que investiga um deputado estadual suspeito de participar de esquema de repasse de salários de assessores parlamentares para pagamento de dívida feita por ele a um advogado que atua como agiota. Na ação, que contou com apoio da Polícia Civil, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão contra servidores e ex-servidores da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece).
Conforme a investigação da Procap, um deputado estadual supostamente realizava empréstimos financeiros perante um advogado que atuava como agiota. Posteriormente, o deputado oferecia cargos de assessor parlamentar no gabinete dele para o advogado indicar nomes. Em troca, os assessores “fantasmas” indicados pelo advogado e lotados no gabinete do deputado repassavam ao advogado parte dos salários recebidos de forma a pagar as dívidas feitas pelo deputado.
Os mandados foram cumpridos nas residências dos suspeitos, localizadas nos municípios de Fortaleza e Maracanaú, resultando na apreensão de celulares, computadores e documentos que irão subsidiar as investigações conduzidas pela Procap. Essa segunda fase é um desdobramento da operação ocorrida em 2023 e se concentrou no núcleo operacional do esquema, atingindo os funcionários fantasmas que repassaram os valores para os agiotas.
Simulatio
A operação recebeu o nome de “Simulatio”, em virtude da investigação ter revelado a existência de funcionários fantasmas que simulavam trabalhar na Assembleia Legislativa, mas, na realidade, apenas serviam para repassar valores para agiota que emprestava dinheiro para deputado investigado.
Blog do Edison Silva