segunda-feira, 28 de abril de 2025

Alvo da PF, lobista do INSS tem passaporte retido ao voltar da Europa

O lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “careca do INSS”, teve o passaporte retido pela Polícia Federal (PF) ao voltar de Lisboa, Portugal, neste sabado (26/4).

Ele é investigado no âmbito da Operação Sem Desconto, que apura um esquema bilionário de descontos indevidos diretamente da folha de aposentados. O caso foi revelado pelo Metrópoles.

Além da apreensão do passaporte, Antunes foi informado sobre as outras medidas judiciais que recaem sobre ele, como proibição de manter contato com outros investigados e testemunhas, assim como com dirigentes e funcionários de entidades com acordos de descontos associativos.

O lobista também está proibido de acessar as unidades de qualquer dependência do INSS e entidades associadas, além da Procuradoria Federal Especializada do Instituto Nacional do Seguro Social (PFE-INSS), e da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev).

Antunes precisou informar o endereço onde reside, quem compõe seu núcleo familiar e quais os telefones para contato usados na residência informada. Ele ficou vetado, ainda, de se ausentar da comarca onde reside sem autorização judicial

Antunes é apontado pela Justiça Federal como parte do “alto escalão deste grupo criminoso”, que movimentou a cifra de R$ 6,3 bilhões.

O “careca” seria o responsável por obter, por meio do INSS, os dados cadastrais de aposentadas e pensionistas – que, posteriormente, seriam repassados às entidades acusadas de fraudar as filiações para cobrar mensalidades.

O Metrópoles revelou que ele tinha uma procuração para atuar pela Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios

Coletivos (Ambec) perante o INSS. A quebra de sigilo do lobista mostra que ele recebeu R$ 11 milhões somente da entidade.

Outra cifra de R$ 1 milhão foi paga diretamente pela Benfix, empresa de Maurício Camisotti, apontado como empresário que arquitetou, por meio do uso de laranjas, três associações que faturaram R$ 580 milhões somente no último ano.

Enquanto parentes e funcionários estão nos quadros das associações, Camisotti e suas empresas receberam R$ 43 milhões delas.

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