terça-feira, 29 de abril de 2025

Deputados denunciam projeto da prefeitura de Jijoca durante sessão na Alece

Deputados estaduais cearenses, na sessão desta terça-feira (29), na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), denunciaram crimes ambientais que estariam sendo cometidos na Vila de Jericoacoara, no município de Jijoca de Jericoacoara. João Jaime (PP) utilizou seu momento de fala para criticar o processo de concessão do Parque Nacional (Parna).

O deputado estadual Renato Roseno (Psol) denunciou um Projeto de Lei da Prefeitura que está tramitando na Câmara Municipal e que visa regulamentar, com o pagamento de uma taxa, a construção de edifícios com mais de dois andares na vila.

Aldigueri ressaltou que, desde a década de 80, quando foi implementada a Área de Proteção Ambiental (APA) na vila de Jericoacoara, só são permitidos edifícios com térreo e primeiro andar ou primeiro e segundo andar, desde que possuam altura máxima de sete metros. “Um projeto que tramita em regime de urgência para regulamentar e regularizar os crimes ambientais cometidos”, disse.

Segundo a Câmara Municipal de Jijoca de Jericoacoara, o projeto está previsto para ser votado na sessão desta quarta-feira (30) no Legislativo Municipal. A matéria, enviada pelo prefeito Leonardo Cesar (PP), tramita em regime de “urgência urgentíssima”, como aponta o texto.

PARNA DE JERICOACOARA

João Jaime lembrou que a concessão de serviços de apoio à visitação do Parna de Jericoacoara, realizada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), foi vencida pelo Consórcio Dunas, formado pelo Grupo Cataratas junto à Construcap. Esta última, aliás, possui como presidente Roberto Ribeiro Capobianco, que já foi alvo da Lava Jato em 2016 e é irmão de João Paulo Ribeiro Capobianco, secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente.

Como ressaltou Jaime, foram cobrados R$ 61 milhões pela concessão ao consórcio, que tem compromisso de investir R$ 116 milhões ao ano. Nesta segunda-feira (28), foi divulgada a quantidade de turistas que visitaram a vila em 2024. Com um milhão e meio de visitantes durante os 12 meses do ano passado, o parlamentar destacou que o número é 3,6% superior ao de 2023. Com uma média de três dias por visitante, o legislador calculou que, ao ano, o número de visitantes daria uma arrecadação de R$ 225 milhões, valor mais de R$ 100 milhões superior ao compromisso do consórcio em investimento.

“É um ‘negócio da China’, absurdo. Não leva nada para a vila, porque a vila já tem sua Taxa de Turismo, destinada a melhorias dentro da vila”, disse.

Ainda segundo o deputado, a companhia que venceu o consórcio mentiu ao informar, em audiência pública, que não iria construir empreendimentos para outras fontes de arrecadação. “Destinaram parte do parque para um hotel e querem restaurantes”, denunciou. “É preciso que se tome providências. O município já multou a empresa porque estava fazendo obras sem licença ambiental. O ICMBio, órgão fiscalizador, autorizou obras sem licença ambiental no município, no Estado ou na própria União, com o Ibama”.

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