O ex-presidente Jair Bolsonaro apareceu nesta terça-feira (27) em um vídeo do PL defendendo a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
O conteúdo será divulgado a partir de hoje na rede aberta de televisão.
“Os aposentados não merecem esse tratamento”, disse Bolsonaro. “Para o PL, a aposentadoria é sagrada. Quem rouba, não cuida. Nós queremos na CPMI que o PT não assinou, esclarecer todos os assuntos e mais ainda, cobrar de sindicatos e associações cada centavo surrupiado dos inativos e pensionistas”, prosseguiu.
O pedido para a instalação da CPMI deve ser lido em sessão do Congresso Nacional em 17 de junho. O apoio à CPMI não é consenso dentro da base governista, mas integrantes do grupo miram as funções de relatoria e da presidência da comissão.
Em abril deste ano, a Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) revelaram que sindicatos e entidades associativas descontaram sem autorização valores no contracheque de aposentados e pensionistas. O esquema, que abrange valores aproximados de R$ 6 bilhões, teria se iniciado há anos.
A bancada do PT no Senado optou por não assinar o requerimento até uma nova ordem do governo. Até o momento, apenas o ex-líder da bancada, Fabiano Contarato (PT-ES), assinou o documento de criação da CPMI.
Em um segundo vídeo do PL, Bolsonaro aparece com um aposentado questionando o desconto na folha de pagamento, que se diz “revoltado”.
“Até um irmão do Lula está em um desses sindicatos que descontava dos aposentados”, afirma Bolsonaro.
O Tribunal de Contas da União (TCU) passou a incluir o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi) — que tem como um dos diretores Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — na esteira das associações investigadas
A CGU e a PF apontam, na outra ponta, que os descontos indevidos começaram no governo do ex-presidente Michel Temer (MDB) e seguiram durante o governo Bolsonaro e o terceiro governo Lula.