segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

Não pode jogar fora: quem faz a nova carteira de identidade nacional precisa manter documentos

Quem emitir a nova carteira precisa tomar cuidado para não dispensar outros documentos já existentes
Na nova Carteira de Identidade Nacional (CIN), o número do seu CPF vai ser o seu novo RG. Para quem vai tirar a primeira via ou atualizar a antiga, a confecção do documento é de graça. O novo documento é confiável, seguro e estará disponível na versão física ou digital, com apenas um único número nacional.

Outra coisa que muda é o padrão, fluxo de emissão e dados de identificação do cidadão que passam a ser unificados e nacionais, acabando assim com as informações divergentes de estado para estado.

A nova Carteira de Identidade Nacional tem validade em todo território nacional e pode ser feita em papel ou cartão, além de vir com um QR Code, que ajuda garantir a veracidade dos dados.

Precisa pagar pela atualização da carteira de identidade?
Não, segundo o site do Governo Digital, a Lei nº 7.116/1983 estabelece a gratuidade da primeira emissão em papel do documento, quando emitida em papel. Em alguns estados a CIN é emitida em cartão policarbonato e neste caso tem custo para o cidadão.

Os dois modelos físicos (papel e cartão) possuem correspondente em formato digital disponível no aplicativo GOV.BR.

Quem tira a nova CIN precisa manter os outros documentos?
Sim, por enquanto o governo brasileiro recomenda que a pessoa mantenha todos seus documentos. Eles só serão dispensáveis depois que acontecer a completa integração dos dados.


NSC Total

André Fernandes afirma que acordo com Ciro teve aval de Bolsonaro

Deputado propõe nova lei de trânsito com reclusão de até 5 ANOS e cassação da CNH para motoristas que usarem veículos para abandonar animais em via pública

Proposta endurece punições no trânsito e na esfera criminal para quem usa veículos no abandono de animais, reunindo diferentes projetos e avançando em comissões da Câmara, enquanto entidades pressionam por mudanças mais rígidas.
A Câmara dos Deputados discute uma proposta que endurece as penalidades para quem utiliza veículos no abandono de animais, prevendo reclusão de até cinco anos, multa e punições severas no trânsito, como a cassação ou suspensão da Carteira Nacional de Habilitação.

O texto reúne diferentes projetos sobre o tema e tenta transformar a prática em infração gravíssima no Código de Trânsito Brasileiro, além de reforçar o enquadramento criminal por maus-tratos.

A iniciativa ganhou força ao longo de 2024 e 2025, quando parlamentares ligados à causa animal passaram a defender um tratamento mais rigoroso para motoristas e passageiros envolvidos no abandono de cães e gatos nas vias públicas.

A proposta segue em discussão nas comissões da Câmara e articula alterações simultâneas no CTB e na legislação ambiental.

Penalidades mais duras no trânsito
O texto em debate caracteriza o abandono realizado com o uso de veículo como infração de trânsito gravíssima, com aplicação imediata de multa e recolhimento da habilitação.

O substitutivo mais recente, analisado pela Comissão de Viação e Transportes em abril de 2025, prevê ainda suspensão do direito de dirigir por doze meses, ampliada para dezoito meses quando se tratar de cães e gatos.

Além do motorista, passageiros que participem da ação ou deixem de impedir o abandono também podem ser responsabilizados.

A ideia é estabelecer corresponsabilidade entre todos os ocupantes do veículo, criando um mecanismo mais claro para a atuação das autoridades de trânsito.
Proposta na Câmara endurece punições para motoristas que abandonam animais, com reclusão, multa e suspensão ou cassação da CNH.
Enquanto isso, na esfera penal, a prática pode ser enquadrada como maus-tratos pela Lei de Crimes Ambientais, cuja pena para cães e gatos foi ampliada em 2020 para reclusão de dois a cinco anos, além de multa e proibição de guarda do animal.

A proposta discutida no Congresso não altera essa pena, mas busca facilitar a responsabilização quando o abandono for facilitado pelo veículo.

Origem dos projetos e unificação da proposta
O caminho legislativo começou em fevereiro de 2024, com a apresentação do Projeto de Lei 25/2024, de autoria do deputado Delegado Matheus Laiola.

A versão original previa diretamente a cassação da CNH do motorista envolvido no abandono e propunha alterar o artigo 263 do Código de Trânsito para incluir a conduta como uma das hipóteses de perda definitiva da habilitação.

Com o avanço do debate, outras três propostas sobre o mesmo tema foram apensadas: o PL 236/2024, o PL 257/2024 e o PL 951/2024.

Para acelerar a tramitação e evitar duplicidade normativa, o relator na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, deputado Nilto Tatto, apresentou um substitutivo unificado em julho de 2024.

Esse texto consolidado transformou o abandono em infração gravíssima e reforçou a conexão com a punição criminal prevista na Lei Sansão, aprovada em 2020.

A CMADS aprovou esse parecer em outubro de 2024, abrindo caminho para o debate nas comissões seguintes.

Já em 2025, o projeto avançou para a Comissão de Viação e Transportes, onde recebeu nova redação sob relatoria do deputado Ricardo Ayres.

A análise resultou em ajustes técnicos, detalhamento das penalidades administrativas e previsão explícita de suspensão do direito de dirigir, alternativa aplicada quando a cassação não se mostra juridicamente adequada.

Andamento da proposta na Câmara em 2025
Após a aprovação na CMADS e na CVT, a proposta chegou à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania em maio de 2025.

O relator manteve a estrutura geral do texto vindo da Comissão de Viação e Transportes, acrescentando ajustes de constitucionalidade e técnica legislativa.

Desde então, o projeto aguarda inclusão na pauta da CCJC para deliberação final antes de seguir ao plenário da Câmara.

Em outubro de 2025, parlamentares apresentaram um pedido de urgência para acelerar a votação, mas a análise ainda não foi concluída.
Assim, o texto permanece na fase de comissões, sem envio ao Senado.
Mesmo sem votação final, o debate ganhou espaço entre entidades de proteção animal, que apontam o abandono como um dos problemas mais persistentes nas cidades brasileiras.

Estimativas divulgadas por organizações do setor mencionam dezenas de milhões de cães e gatos em situação de abandono, número que reforça a pressão por mudanças legislativas.

Impactos previstos e desafios na aplicação
A proposta tenta preencher uma lacuna frequente nas autuações: embora existam penalidades penais para maus-tratos, nem sempre há um dispositivo claro que permita enquadrar o abandono praticado com ajuda de um veículo.

A criação de uma infração específica no CTB facilitaria a atuação de agentes de trânsito e ampliaria a possibilidade de punição administrativa.

Em paralelo, defensores do projeto argumentam que a previsão de suspensão ou cassação da CNH tem caráter educativo e pode desestimular práticas comuns, como deixar animais em estradas ou áreas isoladas.

Por outro lado, especialistas lembram que a efetividade dependerá tanto da capacidade de fiscalização quanto da divulgação das novas regras entre motoristas.

Com o tema ainda em discussão e sob forte pressão social, a Câmara segue avaliando as diferentes versões do texto.

A expectativa é que a definição das penalidades ajude a reduzir casos de abandono, mas permanece a questão central: as novas punições serão suficientes para mudar o comportamento dos infratores e diminuir o número de animais deixados nas ruas?

Idosos de 60 a 90 anos estão livres do pagamento de 3 dívidas no Brasil em 2025 e 2026

Idosos a partir de 60 anos têm direito a isenções financeiras garantidas por lei em 2025 que aliviam o orçamento doméstico. Confira
A legislação brasileira vigente assegura isenções financeiras e direitos específicos para cidadãos com 60 anos ou mais, visando aliviar o orçamento doméstico ao longo de 2025. Tais garantias derivam da consolidação do Estatuto da Pessoa Idosa pela Lei nº 14.423 de 2022, que estabelece normas rigorosas para proteger o bem-estar e a dignidade dessa parcela da população.

Embora desafios econômicos persistam para muitas famílias, o regulamento oferece mecanismos de alívio que abrangem desde impostos até cuidados essenciais com a saúde. Portanto, compreender os critérios para acessar a gratuidade em transportes, a isenção de taxas imobiliárias e o fornecimento de remédios torna-se indispensável para o pleno exercício da cidadania e a manutenção da estabilidade financeira.

Abrangência da legislação atual
O texto legal define uma série de proteções que ultrapassam o simples assistencialismo, cobrindo áreas vitais como moradia, lazer e trabalho. Consequentemente, o Estado assume o dever de priorizar políticas públicas que facilitem o acesso a esses serviços. Tal atitude garantirá que o envelhecimento ocorra com qualidade de vida.

Gratuidade no sistema de transporte
No que tange à mobilidade urbana e semiurbana, o estatuto assegura gratuidade total para indivíduos com 65 anos ou mais. Para exercer esse direito, o passageiro necessita apenas apresentar um documento oficial com foto no momento do embarque, conforme orientações governamentais, dispensando cadastros complexos em muitas situações.

Ademais, o transporte coletivo interestadual reserva duas vagas gratuitas por veículo para idosos que comprovem renda igual ou inferior a dois salários-mínimos. Caso esses assentos específicos já estejam ocupados, a legislação determina a aplicação de um desconto de, no mínimo, 50% sobre o valor da passagem para os viajantes elegíveis.

Critérios para isenção do IPTU
Outro benefício relevante refere-se ao Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), visto que diversas municipalidades concedem isenção a proprietários acima de 60 anos.

Entretanto, a aprovação desse benefício fiscal depende estritamente do cumprimento de requisitos socioeconômicos que evitam o endividamento excessivo do idoso.

Acesso a medicamentos na rede pública
Na esfera da saúde, o poder público possui a obrigação de fornecer medicamentos gratuitamente, com ênfase naqueles de uso contínuo, conforme o artigo 15º da lei. Essa determinação busca assegurar que tratamentos médicos não sofram interrupções por falta de recursos financeiros, bastando a comprovação da necessidade clínica.

Antes de solicitar os benefícios, verifique se você ou seu familiar preenchem os requisitos acumulados exigidos pelos órgãos competentes:
  • Possuir renda mensal familiar de até dois salários-mínimos;
  • Utilizar o imóvel exclusivamente como residência própria;
  • Não possuir nenhum outro imóvel registrado no nome do solicitante;
  • Apresentar documento de identidade atualizado com foto e CPF;
  • Fornecer receita médica válida para a retirada de insumos farmacêuticos.
Como garantir o acesso aos benefícios?
Para efetivar esses direitos, recomenda-se que o idoso mantenha seus dados atualizados no Cadastro Único (CadÚnico), pois muitos programas utilizam essa base de dados para verificação de renda.

Além disso, é fundamental dirigir-se à Prefeitura local para verificar as regras específicas do IPTU da sua cidade e consultar a farmácia básica da Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima para o recebimento de medicações.

Gol do Flamengo interrompeu missa e gera momento divertido: “Será que foi do Flamengo?”

A missa da Festa da Padroeira Nossa Senhora da Conceição, em Serra Branca-PB, ganhou um momento inusitado na noite de sábado (29). No meio da celebração conduzida pelo padre Leandro, de Campina Grande, a cidade explodiu em gritos e fogos após o gol do Flamengo na final da Libertadores.

O barulho foi tão forte que interrompeu a atenção dos fiéis por alguns instantes. Em tom bem-humorado, o padre perguntou se teria sido gol do Flamengo, arrancando risos de quem estava na igreja. “Será que foi gol do Flamengo?”

Logo depois, a confirmação: as comemorações eram mesmo pelo gol que garantiu o título ao rubro-negro.

A facção 'evangélica' que emerge como terceira força do crime organizado do Brasil

Chefe do TCP morto em operação na Maré fala da união da quadrilha com facção do Ceará
Três agentes da Polícia Militar (PM) do Rio de Janeiro arremessam uma estrela de Davi enorme do alto de uma caixa d'água em Parada de Lucas, na Zona Norte da cidade. Até ser destruído em uma operação da PM no último dia 11 de março, o símbolo de neon brilhava forte à noite, avisando a quem o avistasse que aquele era o Complexo de Israel: o conjunto de cinco comunidades na zona norte do Rio dominadas pelo Terceiro Comando Puro (TCP), facção que nos últimos anos ficou conhecida pela presença de traficantes que se dizem evangélicos. Na mesma operação policial, os agentes demoliram um imóvel de luxo do chefe do tráfico no local, Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como "Peixão", um "resort" erguido em uma área de proteção ambiental dentro do complexo. Peixão, contudo, não foi preso.

Na verdade, ele nunca passou pelo sistema carcerário.
Com 39 anos, sua figura é cercada de mistérios e perguntas em aberto. Não se sabe, por exemplo, qual sua história de conversão. Alguns relatos dizem que ele é pastor, outros que virou evangélico por causa da mãe. Fato é que a queda da estrela de Davi no topo da caixa d'água em Parada de Lucas foi mais simbólica do que prática. Vilarejo do Ceará vira 'território-fantasma' após expulsão de moradores por facções Criminoso que mandou expulsar população de distrito no Ceará é preso em SP Ceará tem a maior taxa de homicídios do Brasil em 2024, aponta Ministério da Justiça

Complexo de Israel surgiu em 2020, com domínio de cinco comunidades na zona norte do Rio
A facção, na verdade, está em franca expansão, como relatou o coordenador-geral de análise de conjuntura nacional da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Pedro Souza Mesquita, em uma reunião da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência no Congresso no início de novembro. No último ano, o TCP foi além dos limites do Rio de Janeiro e chegou a Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Bahia, Ceará, Amapá, Acre, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, conforme o levantamento feito pela Abin. Uma das últimas fronteiras cruzadas pela facção foi a do Ceará.

Há cerca de três meses, a estrela de Davi que virou marca do grupo começou a aparecer em locais como Maracanaú, na região metropolitana de Fortaleza, ao lado de pichações com dizeres como "Jesus é dono do lugar". Um crescimento que, nas palavras de Mesquita, o coloca como "terceiro grupo emergente no contexto nacional", depois do Comando Vermelho (CV), do qual é rival declarado, e do Primeiro Comando da Capital (PCC). Em outubro, correu a notícia de que pelo menos quatro terreiros de umbanda na cidade haviam sido fechados a mando da facção, que há anos exercita um amplo repertório de práticas de intolerância religiosa na zona norte do Rio. 

O delegado-geral da Polícia Civil do Ceará, Márcio Gutiérrez, disse à BBC News Brasil que os casos ainda estão sendo investigados. Ele afirmou que a presença do TCP no Estado foi identificada pelas autoridades locais em setembro, mês em que 37 membros do grupo foram presos só na região metropolitana.

Avanço do 'narcopentecostalismo' é reflexo do crescimento de religiões neopentecostais no país, apontam pesquisadores
Aliança com facções locais e 'guerra' contra o CV Ainda segundo Gutiérrez, a entrada do TCP no Ceará se deu por meio da aliança com uma facção local, um expediente também bastante utilizado por CV e PCC em seus respectivos processos de nacionalização. "Esse é o movimento padrão de expansão das facções criminosas, que é de incorporação dos grupos locais", diz Carolina Grillo, coordenadora do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (Geni/UFF). "Pequenas facções locais acabam se beneficiando de se aliar a essas grandes facções porque elas entram em redes de solidariedade, de contato para compra de drogas, de armas, de suporte em situações de rivalidade." No caso cearense, o grupo é o Guardiões do Estado (GDE), facção que ficou conhecida pelos assassinatos violentos de rivais e que, em disputa por territórios com o CV em 2017, transformou a região metropolitana de Fortaleza na área com maior taxa de homicídios do país, de 86,7 para cada 100 mil habitantes.

Em janeiro de 2018, membros do GDE invadiram uma festa e mataram 14 pessoas, a maior chacina do Estado. Depois disso, em meio a intensa repressão de autoridades locais, com a prisão de vários líderes, o grupo entrou em derrocada. Foi nesse contexto de enfraquecimento que membros da facção passaram a aderir ao TCP. Essa aproximação, segundo as investigações, se deu a partir da migração de lideranças do GDE do Ceará para o Rio de Janeiro, onde tiveram contato com líderes do TCP e passaram a costurar a aliança. "A gente tem informações de inteligência que precisa manter sob sigilo, mas essas lideranças têm papel fundamental. São as pessoas que orientam e que determinam como aquele grupo criminoso vai atuar, as cooperações e as novas formas de financiamento", afirma Márcio Gutiérrez.

Desde setembro, a Polícia Civil vem monitorando "as consequências e desdobramentos dessa aliança". "Temos feito diversas capturas e compreendido o método [de atuação da facção]", completa o delegado-geral. Grafite em Parada de Lucas do personagem Peixonauta: segundo trabalho da pesquisadora Christina Vital, uma referência humorada a Peixão Reprodução/Christina Vital da Cunha Próxima da milícia e aliada do PCC Nesse sentido, Kristina Hinz, pesquisadora associada ao programa de pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), identifica três características fundamentais do TCP, para além do caráter religioso. A relação menos conflituosa com a polícia, o que tem evitado confrontos nas regiões dominadas pela facção no Rio de Janeiro; A formação de uma aliança com o PCC, que "proporcionou um acesso a uma rede maior de crime organizado, e, principalmente, acesso aos seus mercados internacionais"; E a aproximação de grupos milicianos. O TCP pratica, aliás, um tipo de crime recorrente entre as milícias, o de extorsão, modalidade que tenta reproduzir em outros Estados.

No início de novembro, três suspeitos foram presos em flagrante em Maracanaú após tomarem de vendedores ambulantes máquinas para registros de apostas na loteria estadual e exigirem uma porcentagem do valor arrecadado. O rival CV também é adepto da modalidade e procura replicá-la em outras regiões. Em março deste ano, a facção realizou uma série de ataques a provedores de internet em cidades cearenses em busca de cobrança de valores das empresas, uma espécie de "pedágio". Segundo Gutiérrez, essa atividade já foi contida pela polícia. Guerra contra o CV O TCP surgiu em 2002 como uma dissidência do CV e vive em guerra contra a facção no Rio de Janeiro em busca de domínio territorial.

O conflito é alimentado por um arsenal de armas de grosso calibre, como fuzis, artefatos explosivos, como granadas, e até drones. O antagonismo ao CV e o objetivo de tomada e controle de territórios é algo que preocupa pesquisadores e especialistas em segurança pública dentro do contexto de expansão geográfica das duas facções. No Ceará, a taxa de homicídios recuou nos últimos anos, mas as cidades do Estado seguem no topo do ranking das mais violentas do país. Três municípios cearenses aparecem entre os dez com maior taxa de homicídios no último Anuário Brasileiro de Segurança Pública, incluindo o primeiro lugar, Maranguape (79,9 por 100 mil). Maracanaú ocupa o 9º lugar (68,5 por 100 mil).

O temor é que a chegada do TCP seja acompanhada de uma intensificação na disputa por comunidades e que isso se reflita em mais mortes. "Eu acho que sempre há risco", diz Luiz Fábio Silva Paiva, coordenador do Laboratório de Estudos da Violência da Universidade Federal do Ceará (LEV/UFC). "Vai depender muito da movimentação entre os grupos e do próprio Estado. Na medida em que esses grupos se acomodam e veem a possibilidade de uma trégua, você vai ter menos conflitos. Já aconteceram momentos assim antes, de dizer que 'tá tudo apaziguado'", avalia o pesquisador.

Na Parada de Lucas, no Rio, é comum encontrar a grafites com a bandeira de Israel
Fechamentos de escolas e 'vilarejo-fantasma' Não é, contudo, o que se observa no momento no Ceará. Em agosto, a escalada de violência na disputa entre facções na capital, com episódios de intensas trocas de tiros, chegou a provocar o fechamento temporário de algumas escolas. No mês seguinte, um vilarejo no município de Morada Nova virou uma "cidade-fantasma" depois que moradores foram forçados a deixar suas casas em meio a um conflito entre grupos rivais.

A violência do crime organizado colocou o Estado no debate nacional sobre segurança pública, tema apontado como principal preocupação pelos eleitores e um dos grandes assuntos que devem mobilizar as eleições de 2026. Paiva estuda há mais de dez anos a formação e presença de facções no Ceará e elenca uma série de fatores para explicar porque o Estado segue no topo do ranking de municípios com as maiores taxas de homicídio do país. O Ceará, ele diz, tem uma localização estratégica, um atrativo para grupos criminais. "É fácil sair daqui para praticamente todas as cidades do Nordeste. Você tem uma conexão tanto com o Norte quanto com o Sul." Ele aponta também uma combinação explosiva entre demanda e oferta, com a expansão do consumo de drogas no Estado, tanto na capital quanto no interior, e a presença de "agentes criminais motivados", com "disposição para fazer trânsito de drogas", que hoje circulam por portos e aeroportos, inclusive clandestinos. "Não é à toa que os números de homicídios, de conflito armado o tempo todo, são muito significativos", completa Paiva.

Essa presença massiva de mão de obra para o crime, em sua avaliação, é uma decorrência "do próprio desenvolvimento do Estado", que foi muito desigual. O Ceará passou por um processo de expressivo crescimento econômico na última década, mas com manutenção de altos índices de pobreza e desigualdade. 'Todos preferem o silêncio porque têm medo de perder a vida' Moradores de áreas controladas pelo CV em Fortaleza que conversaram sob condição de anonimato com a reportagem também temem que a chegada de uma facção rival intensifique a escalada de violência. Na prática, contudo, é uma mudança com muito sabor de "mais do mesmo". Há anos, residentes de áreas conflagradas vivem sob uma série de limitações por conta das disputas entre grupos criminosos. Muitos estão acostumados a ouvir "chuvas de balas" à noite, evitam sair de casa e frequentar bairros dominados por facções rivais. A dinâmica de conflito permanente chega a separar famílias dentro da mesma cidade.

SOBRAL
Uma das pessoas ouvidas pela BBC News Brasil comentou, em tom de lamento, que, apesar de viver a poucos quilômetros da irmã, não a encontra mais e, por isso, ainda não teve chance de conhecer a sobrinha que nasceu há poucos anos. "Hoje os adolescentes se trancam em casa. Têm medo de falar qualquer coisa sobre o assunto", diz Reginaldo Silva, gerente de advocacy (promoção) e participação juvenil da ONG cristã Visão Mundial, que atua em defesa dos direitos da criança e do adolescente. Foi essa organização que tentou alertar as autoridades cearenses que estudantes que acabaram sendo assassinados em Sobral em setembro vinham sendo ameaçados por frequentarem uma escola em área controlada por uma facção diferente daquela que dominava a região em que viviam. "Eu já recebi ligação de adolescente dizendo: 'Olha, eu estou aqui embaixo da minha cama porque está acontecendo tiroteio e eu estou com medo'. Hoje não tem mais esse relato que chega abertamente", afirma Silva. "Todos preferem o silêncio porque têm medo de perder a vida." A organização, que atua na capital e em outras cidades no Ceará, identificou um aumento da violência em algumas das regiões onde houve entrada do TCP, assim como episódios de intolerância religiosa em Maracanaú e na vizinha Pacatuba.

Traficantes evangélicos? 
A presença de traficantes que se dizem evangélicos não é exclusividade do TCP, ainda que o grupo tenha particularidades que vêm chamando a atenção de pesquisadores dentro do contexto do que alguns têm denominado de "narcopentecostalismo". Especialistas apontam que a influência de religiões sobre as dinâmicas de poder do tráfico sempre existiu e não é algo particular ao protestantismo. Esse fenômeno, agora ligado à fé evangélica, é um reflexo do próprio avanço dessa religião entre os brasileiros. A adesão de membros de grupos criminosos a elas está dentro desse processo de expansão. Em um artigo sobre a criação do Complexo de Israel, a coordenadora do Laboratório de Estudos em Política, Arte e Religião (LePar) da UFF, Christina Vital da Cunha, aponta que, nas décadas de 1980 e 1990, não era raro encontrar traficantes no Rio de Janeiro que se identificavam com religiões de matriz africana, dinâmica que foi se transformando no ritmo do crescimento do neopentecostalismo.

 Em seu trabalho de campo, a pesquisadora acompanhou essa mudança nos murais e grafites que coloriam as comunidades cariocas. Com o passar dos anos, símbolos que faziam referência à umbanda e ao candomblé foram sendo substituídos por mensagens e imagens cristãs ligadas às crenças neopentecostais. Esse fenômeno ganhou complexidade mais recentemente, quando a religião foi além das escolhas individuais de traficantes e passou a influenciar a identidade de grupos criminosos, como é o caso do TCP. Os discursos, símbolos e ritos religiosos foram incorporados na conduta criminal da facção, observa Kristina Hinz, pesquisadora associada ao programa de pós-graduação em Ciências Sociais da Uerj. "Notavelmente, as facções narcopentecostais se utilizam do discurso religioso para legitimar a expansão dos seus territórios e nos confrontos com outras facções", destaca. "O combate de inimigos passa a ser compreendido como guerra espiritual. Isto tem ocorrido principalmente em confrontos com o Comando Vermelho, tradicionalmente relacionado a religiões de matriz africana", completa.

Como conciliar, entretanto, a contradição entre a prática criminal, com assassinatos, torturas e extorsões, e a postura que se espera de fiéis cristãos?
Hinz diz que a violência praticada por grupos ligados ao narcopentecostalismo "é legitimada com discursos do combate bélico e violento em nome da purificação religiosa e do combate das forças diabólicas, do mal". Na comunidade evangélica mais tradicional, a rejeição da ideia de que traficantes possam ser de fato cristãos é muito forte. A lógica é que "ser evangélico" não significa só aderir às crenças da religião, mas ter atos e um estilo de vida de acordo com certos preceitos. Por isso, a ideia de um criminoso evangélico seria, portanto, inaceitável. Paiva aponta que o TCP não pratica uma "teologia profunda", mas destaca a força que essa retórica tem na criação de uma "unidade ideológica". "É um grupo que conseguiu, dentro da esfera criminal, de fato tornar a religião como elemento motivador das coisas", avalia o sociólogo. Uma combinação que, diante do avanço do protestantismo, pode continuar atraindo adeptos. O último censo realizado entre a população carcerária no Ceará mostrou que 43,2% dos quase 20 mil presos eram evangélicos. Outros 33% eram católicos e os demais seguiam outras crenças.

G1Ceará

Jornalista afirma que Estado falhou com jovem morto por leoa: “O estado só pensou em prender Gerson”

A jornalista Cláudia Carvalho fez uma análise contundente sobre a morte de Gerson de Melo, conhecido como “Vaqueirinho”, ocorrida neste domingo (30), no Parque Zoobotânico Arruda Câmara, a Bica, em João Pessoa, ao classificar o caso como resultado direto de falhas estruturais no sistema de saúde mental e na política de reabilitação social.

Gerson morreu após escalar um muro de cerca de seis metros, acessar a área interna da jaula de uma leoa e ser atacado pelo animal. O episódio, que chocou a Paraíba e o país, foi descrito pela jornalista como algo que “parece roteiro de filme de terror”, mas que, na verdade, escancarou uma dura realidade.

Segundo Cláudia, Gerson acumulava 16 passagens pela polícia desde a adolescência, sendo a mais recente por arremessar uma pedra contra uma viatura da Polícia Militar, na semana anterior à tragédia. Apesar do histórico, ela reforça que havia alertas claros sobre sua fragilidade emocional.

Segundo ela, mesmo após dez passagens pelo sistema socioeducativo e recomendações formais para acompanhamento em saúde mental, o Estado limitou-se a puni-lo, sem oferecer o tratamento que ele precisava. Ela ressaltou que o jovem buscou ajuda, mas encontrou um sistema negligente, incapaz de oferecer atendimento psiquiátrico eficiente.

De acordo com a jornalista, Gerson teve dez passagens pelo sistema socioeducativo, e em todas elas houve recomendação formal para atendimento psiquiátrico. O Conselho Tutelar também teria feito a mesma orientação por vários anos, sem que medidas efetivas fossem adotadas.

A jornalista também questionou a estrutura disponível para atendimento de saúde mental em João Pessoa, citando como único serviço público de emergência conhecido o PASME, em Mangabeira. Para ela, há uma grave deficiência na rede municipal, estadual e também nos hospitais particulares.

Ela ainda abordou a luta antimanicomial, reconhecendo sua importância, mas ponderando que, em alguns casos, a internação voluntária ou involuntária é uma questão de segurança para o próprio paciente.

O caso de Gerson reacende o debate sobre abandono social, saúde mental e a ausência de políticas públicas eficazes, reforçando a necessidade urgente de mudanças para evitar que tragédias semelhantes se repitam.

Se você ou alguém que você conhece precisa de ajuda, busque atendimento pelo CVV – Centro de Valorização da Vida: 188 (atendimento 24h, gratuito e sigiloso).

VEJA VÍDEO AQUI.

Paulista News/ Via @claudiacarvalhopb

Conselheira tutelar afirma que jovem que entrou na jaula tinha o sonho de cuidar de leões na Africa; ele foi levado para o orfanato após a mãe desenvolver esquizofrenia, mas não foi adotado como os 04 irmãos

Foto: Reprodução
A conselheira tutelar que acompanhou por oito anos a trajetória do jovem conhecido como Vaqueirinho, morto neste domingo, 30, após invadir a jaula de uma leoa no Parque Arruda Câmara, em João Pessoa, divulgou um relato devastador sobre a vida marcada por abandono, violações e sofrimento que ele carregava desde os 10 anos.

Em sua nota, ela lembra os inúmeros episódios que revelavam o tamanho da vulnerabilidade do adolescente:

Ela relembrou episódios que mostravam o quanto o menino buscava atenção e afeto, como quando tentou entrar escondido no trem de pouso de um avião porque sonhava cuidar de leões na África.

“Gerson, meu menino sem juízo… Quantas vezes, na sala do Conselho Tutelar, você dizia que ia pegar um avião para ir a um safári na África cuidar de leões. Você ainda tentou. E eu agradeci a Deus quando o aeroporto me avisou que você tinha cortado a cerca e entrado no trem de pouso de um avião da Gol. Graças a Deus, observaram pelas câmeras antes que uma tragédia acontecesse.
Foram oito anos acompanhando você, lutando, brigando para garantir seus direitos. Quando entrou na minha sala pela primeira vez, tinha apenas 10 anos. Eu e a conselheira Patrícia Falcão recebemos você das mãos da PRF, encontrado sozinho na BR. Desde então, toda a Rede de Proteção me procurava sempre que algo acontecia com você.

Segundo ela, apesar da dura história, parte da sociedade preferiu julgá-lo sem conhecer o sofrimento que carregava.

Eu nunca consegui ver você como as redes sociais te pintavam. Eu conheci a criança destituída do poder familiar da mãe, impedido de ser adotado como os outros quatro irmãos. Você só queria voltar a ser filho da sua mãe, que é esquizofrênica e não tinha condições de cuidado. Sua avó, também com transtornos mentais. Mas a sociedade, sem conhecer sua história, preferiu te jogar na jaula dos leões.”

Michelle Bolsonaro critica presidente do PL do Ceará por aliança com Ciro Gomes: Deputado rebate

Foto: Reprodução
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) criticou o deputado federal e presidente do PL Ceará, André Fernandes, e seus aliados no Estado, afirmando que eles “se precipitaram” sobre aliança com Ciro Gomes (PSDB). A fala ocorreu no lançamento da pré-candidatura do senador Eduardo Girão (Novo) ao Governo do Ceará, em Fortaleza.

No palco, Michelle abordou a postura de Ciro em relação a Bolsonaro e à família do ex-presidente, e ressaltou: “Eu adoro o André, passei em todos os estados falando do orgulho que tenho do Nikolas, do Carmelo, da esposa dele, Bela Carmelo, que foi eleita. Tenho orgulho de vocês. Mas fazer aliança com o homem que é contra o maior líder da direita, isso não dá”.

Em coletiva após evento, André subiu o tom das críticas contra Michelle. O parlamentar afirmou que uma aliança entre o partido e Ciro Gomes foi acordada com o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro em maio deste ano durante uma reunião de todos os deputados cearenses com o ex-mandatário.

“Tinha um acordo com Bolsonaro de que em momento algum falaria sobre as reuniões internas, mas já que infelizmente a própria esposa do ex-presidente chega aqui e diz que fizemos uma movimentação errada, o próprio Bolsonaro pediu para ligar para o Ciro Gomes no viva-voz”, declarou André.

Diário do Nordeste

Vídeo mostra relação de ‘Leona’ que matou jovem de 19 anos com a equipe do parque: Imagens provam que ela agiu por instinto

Um vídeo divulgado pela veterinária Melanie Leite, do Parque Arruda Câmara, mostra a relação de confiança da leoa Leona com sua equipe de cuidadores. Após o ataque que resultou na morte de um invasor, o veterinário Thiago Nery informou que o animal apresentou sinais de estresse e choque, mas já está se recuperando.

Com a preocupação do público, o parque ressaltou em nota que nunca considerou sacrificar a leoa e que ela segue sendo monitorada pela equipe técnica.

Nas imagens, é possível ver a interação calma, tranquila e carinhosa que ela tem com pessoas que convivem com ela, evidenciando seu comportamento dócil e o forte vínculo construído ao longo dos anos. Quem assiste percebe rapidamente que Leona é um animal acostumado ao cuidado humano, sem sinais de agressividade gratuita.

A repercussão do vídeo aumentou após a tr4g3d1a registrada no domingo (30), quando um jovem de 19 anos inv4d1u deliberadamente o recinto dos leões, escalando grades, estrutura de proteção e alcançando a área interna. Ao entrar no espaço totalmente restrito, o animal reagiu por instinto, como qualquer felino selvagem faria. Leona estava no local dela, dentro do território dela, apenas respondendo ao comportamento inesperado do invasor

VEJA VÍDEO AQUI.

Notícias Bacc/Portal da Serra/Via @melleite.vet