sábado, 10 de maio de 2025

PCC e CV “não são terroristas” porque “não atuam por ideologia”, diz secretário nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo

O secretário nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo, afirmou que o Brasil discorda da proposta dos Estados Unidos, sob influência do governo Trump, de classificar o PCC (Primeiro Comando da Capital) e o Comando Vermelho como organizações terroristas. Em entrevista à coluna Painel, da Folha de S.Paulo, Sarrubbo explicou que essa classificação não se enquadra na legislação brasileira, que vincula o terrorismo à defesa de uma causa política ou ideológica — o que não seria o caso das facções, voltadas ao lucro por meio de atividades ilícitas.

A posição oficial foi comunicada ao diplomata norte-americano David Gamble, responsável pelo setor de sanções do Departamento de Estado dos EUA, durante encontro realizado nesta terça-feira (6) em Brasília. A possível classificação das facções como terroristas vem sendo defendida por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que acusam o atual governo de adotar uma postura branda no combate ao crime organizado. A medida seguiria o exemplo da designação aplicada ao grupo venezuelano Tren de Aragua.

Sarrubbo ressaltou que o Brasil tem combatido as facções com políticas públicas robustas, incluindo o uso de presídios federais para isolar lideranças, integração com outros países da América Latina e atuação coordenada de instituições como as polícias e o Ministério Público. “Temos dado respostas concretas e eficazes ao enfrentamento do crime organizado no país”, declarou o secretário.

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