sexta-feira, 2 de maio de 2025

PM que matou filho de tenente após reagir a assalto revela últimas palavras do jovem - 'Perdi'

Raphael Pupo Ranulpho, de 29 anos, morreu após tentar assaltar uma policial militar em Praia Grande
Policial que reagiu ao assalto afirmou em depoimento que Raphael Pupo Ranulpho levantou as mãos e disse 'perdi' depois do disparo.
Um depoimento da policial militar que reagiu a um assalto e matou o filho de um tenente aposentado, que havia acabado de anunciar o crime, revelou as últimas palavras do jovem. Segundo o relato, Raphael Pupo Ranulpho, de 29 anos, levantou as mãos e disse "perdi" antes de cair no chão em Praia Grande, no litoral de São Paulo.

Em depoimento à Polícia Civil, a mulher de 35 anos disse que não imaginava ter atingido Ranulpho quando atirou.

De acordo com o relato da policial, que consta no boletim de ocorrência sobre o caso, ela estava aguardando o ônibus, na companhia de outra mulher, quando Ranulpho chegou de bicicleta e anunciou o assalto junto com um comparsa: “Perdeu, já era”, teria dito ele.

Em seguida, o assaltante teria colocado a mão na cintura, simulando estar armado, enquanto o comparsa ficou na retaguarda, dando cobertura. A PM reagiu atirando, mas disse à corporação que não recordava a quantidade de disparos feitos.

Ainda de acordo com o relato, o comparsa fugiu, mas Ranulpho agiu diferente: levantou as mãos e disse “perdi”. Desta forma, ela acreditou que ele não tivesse sido atingido. Logo em seguida, porém, o jovem encostou a bicicleta e caiu no chão.

Segundo o BO, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) constatou a morte ainda no local. Apesar disso, a identificação do jovem só ocorreu após aproximadamente dez horas, quando o pai dele – que é tenente aposentado da PM – foi até a delegacia.

O pai contou que soube de uma morte em decorrência de intervenção policial por meio de grupos de mensagens com colegas da corporação e reconheceu o envolvido como o próprio filho.

Ranulpho, inclusive, havia sido condenado por um roubo de celular ocorrido no bairro Boqueirão, em Praia Grande, em 2016.

Legítima defesa 
De acordo com o boletim de ocorrência, o delegado analisou os elementos do crime, incluindo a versão da policial, e constatou que ela agiu em legítima defesa. Por isso, ela foi liberada. A arma dela foi apreendida para perícia.

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