Reprodução / Jefferson Rudy / Agência Senado
A auditoria da Controladoria Geral da União (CGU) revelou um desvio de 27% dos recursos de uma emenda do senador Romário (PL-RJ) destinados a uma ONG, com R$ 278 mil gastos sem comprovação.
Trata-se de uma contratação de serviços e materiais para um projeto esportivo bancado pelo senador. O relatório, feito após determinação do ministro do STF, Flávio Dino, aponta que a Associação Beneficente Pró-Esporte (Abepe) pagou a quantia por obras, materiais esportivos e gráficos sem comprovar a entrega.
O valor faz parte de uma amostra de R$ 1 milhão em pagamentos feitos pela entidade dentro do projeto de aulas gratuitas de esportes Oficina de Campeões. A emenda de Romário é de R$ 5,8 milhões, mas parte dos recursos ainda não tinha sido utilizada até o momento da análise dos técnicos da CGU.
Também não entraram no levantamento os gastos com pessoal, cuja previsão é de R$ 3,3 milhões. No total, a Abepe foi contemplada com R$ 70 milhões em 21 emendas no ano passado. Dessas, três são de Romário, que somam R$ 10 milhões.
Segundo a CGU, a ONG pagou R$ 100 mil por obras que nunca foram executadas, fato confirmado em ofício da Unirio, parceira no projeto, que solicitou a devolução integral do valor.
Também foram identificados pagamentos de R$ 132 mil por panfletos, mochilas e materiais gráficos sem prova de recebimento, além de R$ 46 mil em camisas e itens esportivos não comprovados.
De acordo com reportagem do UOL, por email encaminhado, a Abepe afirmou que “todos os valores empregados foram criteriosamente analisados e executados dentro dos parâmetros legais, com processos de contratação realizados por meio de licitação pública”. A ONG disse ainda que já devolveu parte dos valores questionados pela CGU. O senador Romário nem sua assessoria de imprensa ainda se manifestaram sobre o caso.
Bnews