Dez policiais penais que trabalhavam na Cadeia Pública de Ceará-Mirim, na Grande Natal, foram afastados em cumprimento a uma decisão judicial.
Eles são investigados por suspeita de agressão contra o ex-jogador de basquete Igor Eduardo Pereira Cabral, preso por tentativa de feminicídio contra a então namorada com mais de 60 socos dentro de um elevador em um condomínio de Natal.
Igor denunciou as agressões no início de agosto, após ser transferido para o presídio. O afastamento dos servidores foi confirmado nesta quarta-feira (19). O processo corre em segredo de justiça.
Segundo o boletim de ocorrência, Igor afirmou que foi colocado nu e algemado em uma cela isolada, submetido a spray de pimenta, espancamentos com sandálias, socos, chutes e cotoveladas. Ele também relatou ameaças de estupro, envenenamento e morte, além de ter sido incentivado a se suicidar.
O preso disse ainda que os agentes gravaram vídeos dele e que chegou a ser forçado a engolir líquido do spray de pimenta. No depoimento, declarou ter ouvido de policiais que havia “chegado ao inferno”.
A Corregedoria do Sistema Penitenciário teria informado ao detento que tinha conhecimento dos fatos e providenciou sua condução para registro da ocorrência e realização de exame de corpo de delito. A Polícia Civil investiga o caso.
Em depoimento registrado na Delegacia, Igor relatou ter sido vítima de tortura, ameaças e abusos cometidos por policiais penais após ser transferido para a Cadeia Pública Dinorá Simas, em Ceará-Mirim, no dia 30 de julho.
Segundo a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap), diante da “incontestável necessidade do serviço público”, os servidores foram relocados para o Complexo Penal Agrícola Dr. Mário Negócio, em Mossoró, na região Oeste potiguar.
“A Seap reafirma que colabora integralmente para a elucidação dos fatos e que todas as providências necessárias e determinadas pelos órgãos e autoridades estão sendo cumpridas”, informou em nota.
Informações g1/RN e 98 FM