Foto Fábio Lima
Praticamente metade das famílias cearenses sobrevivem com até meio salário mínimo de renda média per capita. Os dados do "Censo Demográfico 2022: Nupcialidade e Família" revelam que 43,5% das famílias estavam nesta condição.
Neste mesmo recorte, a média nacional é de 25,6%. Assim, o resultado cearense é quase duas vezes pior do que a média nacional.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulga os dados, ainda revela que, entre as famílias cearenses que não possuíam rendimentos no período da pesquisa, 58,3% tinham mulheres como chefes de família.
Outra vez, o resultado estadual é pior do que a média nacional, em que o percentual era de 54%.
A economista Alessandra Araújo, professora e pesquisadora do Laboratório de Estudos sobre a Pobreza, da Universidade Federal do Ceará (LEP/UFC), aponta que o quadro cearense de renda se configura como uma situação de pobreza crônica.
Segundo ela, o IBGE só reafirma em mais um levantamento que boa parte da população cearense convive com extratos de renda baixos ou inexistentes.
"É uma condição mais ou menos crônica, pois essa renda per capita não evolui ao longo do tempo. Esse atual recorte diz respeito ao Censo 2022, mas as edições da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (Pnad) também mostram o mesmo cenário, de que somos um estado muito pobre, dependente de programas sociais".
Neste contexto, as famílias monoparentais - majoritariamente chefiadas por mulheres - são impactadas por um agravamento de questões sociais. Alessandra lembra que existem estudos que já apontam a relação de falta de acesso dessas mulheres ao mercado de trabalho e, quando conseguem, recebem, em média, menos do que homens que exercem a mesma função.
Essa problemática encontra no Ceará um cenário que é proporcionalmente maior do que a média nacional. Segundo o Censo 2022 do IBGE, a distribuição percentual das famílias cearenses é composta em sua maioria por casais com filhos, 42,3% do total, seguido de casais sem filhos (20,7%) e mulheres sem cônjuge com filhos (14,8%).
Com informações do O Povo.