É lugar-comum a afirmação de político nas proximidades de uma campanha, se dizer que “as próximas eleições serão as mais caras de todas”. Mas é verdade que cada eleição o voto custa mais, principalmente para os neófitos. Faltando praticamente um ano para o dia em que os eleitores iremos às urnas (4 de outubro de 2026), para eleger deputados estaduais, federais, dois senadores em cada Unidade da Federação, o governador do Estado e seu vice, além do presidente da República e seu vice, já temos pretensos candidatos aos legislativos , estadual e federal, pagando, mensalmente, apoiadores ou cabos eleitorais.
Me chegou a informação, dentre várias, semelhantes, que um pretenso candidato a deputado estadual já teria contratado o apoio de 10 vereadores do Município de Caucaia, pelo valor unitário de R$ 300 mil reais, pagos, mensalmente, a partir de agora a importância de R$ 10 mil para cada um, e em agosto, o restante do total contratado, ou seja R$ 200 mil para cada um. O destaque dada para essa negociação é por conta do expressivo valor total da compra dos votos. Não é incomum , nesta época de ano pré-eleitoral, se ter informações sobre a compra prévia de votos. Elas, as negociações são feitas para que o candidato não corra o risco de, lá na frente não ter a mercadoria (o voto), para comprar.
Pelo negociado, em Caucaia, esse candidato, se eleito, terá gasto, ao final uns R$ 15 milhões, levando-se em consideração que cada vereador, em Caucaia, um Município com mais de 200 mil eleitores, possa entregar uma média, otimista, de 800 votos. Ademais, também é preciso se levar em consideração que Caucaia terá uma disputa acirrada de candidatos a vagas na Assembleia Legislativa, pois além da atual deputada Emília Pessoa, que deverá ter o apoio do prefeito local, Naumi Amorim, conta com candidatos como o Waldemir Catanho, que foi candidato a prefeito em 2024, além de outros nomes ligados àquela cidade.
Já há quem estime o custo de uma eleição de deputado estadual no valor de R$ 10 milhões, para os que postularam uma vaga na Assembleia Legislativa pela primeira vez, em 2026, e de R$ 20 milhões para o deputado federal, em primeira disputa por uma vaga. Os atuais deputados estaduais e federais gastarão bem menos. A maioria já comprou os votos aos prefeitos que receberam emendas parlamentares, e não pagaram comissão ao deputado. Assim mesmo, tem a tal da despesa dos cabos eleitorais, que sempre recebem carros e uma verba mensal.
Todos os candidatos estão sujeitos a gastos muito elevados. Ninguém confirma as despesas feitas ou a se efetivarem. O comum a todos é dizer que não gastou tanto. Inverdade. Nenhum deputado, ou melhor. Lamentavelmente, nenhum político brasileiro, no nosso atual sistema eleitoral, se elege sem desembolsar muito dinheiro, que tanto pode ser seu, como dos cofres públicos. O político quer conquistar o mandato, a qualquer custo, e o eleitor, até mesmo os mais instruídos, utilizam-se do voto, esse instrumento que deveria dignificar a cidadania, para servir de moeda de troca. O eleitor pobre, via de regra quer qualquer dinheiro, ou bens materiais. Os mais esclarecidos e/ou até economicamente bem situado, estes vendem mais caro, pois querem empregos ou outras coisas que beiram à corrupção.
Blog do Edison Silva