A orientação ganhou força após a divulgação de um relatório da French Computer Emergency Response Team (CERT-FR), uma das principais autoridades de segurança cibernética da França. Segundo o documento, usuários devem desativar o Wi-Fi fora de casa para reduzir vulnerabilidades no smartphone.
Desligar o Wi-Fi do celular reduz a superfície de ataque
De acordo com especialistas, o principal problema está na chamada superfície de ataque. Tecnologias sem fio, como Wi-Fi, Bluetooth, 4G e 5G, criam múltiplos pontos de entrada para ações maliciosas. Dessa forma, quanto mais conexões ativas, maior o risco de exploração por criminosos digitais.
Quando o Wi-Fi permanece ativado, o celular busca automaticamente redes conhecidas. Embora pareça inofensivo, esse comportamento pode ser explorado por hackers. Um dos golpes mais comuns é o ataque conhecido como “Evil Twin”, no qual criminosos criam pontos de acesso falsos que imitam redes legítimas.
Além disso, locais como shoppings, aeroportos, cafeterias e espaços públicos concentram redes Wi-Fi abertas. Com a função ativada, o aparelho pode se conectar automaticamente a essas redes, muitas vezes sem que o usuário perceba.
Conexões públicas expõem dados e aplicativos
Uma vez conectado a uma rede comprometida, o celular fica vulnerável à interceptação de dados, à instalação de malware e ao roubo de credenciais. Aplicativos que não utilizam criptografia adequada se tornam ainda mais suscetíveis nesse cenário.
Além do risco de invasão, existe a questão do rastreamento digital. Dispositivos com Wi-Fi ativo transmitem continuamente o endereço MAC, um identificador único do aparelho. Assim, sistemas de monitoramento podem capturar essas informações e mapear deslocamentos, criando perfis de comportamento sem autorização do usuário.
Como se proteger ao usar o celular fora de casa
Diante desses riscos, a CERT-FR reforça a importância de medidas simples no dia a dia. Além de desligar o Wi-Fi do celular quando não estiver em uso, especialistas recomendam adotar outras práticas de segurança.
Entre as principais orientações estão desativar a conexão automática a redes conhecidas, remover redes salvas que não são mais utilizadas e verificar manualmente a procedência das redes antes de se conectar. Além disso, o uso de VPN em redes públicas ajuda a proteger os dados trafegados.
Sempre que possível, a recomendação é priorizar os dados móveis, especialmente para acessar aplicativos bancários ou realizar transações sensíveis. Dessa forma, o usuário reduz significativamente os riscos de ataques e preserva sua privacidade digital.