segunda-feira, 22 de dezembro de 2025

Morre idoso que fez o próprio caixão e escolheu detalhes da despedida

Anisio Lordes morreu aos 98 anos por causas naturais, em casa, em Colatina. Caixão foi feito de canudinhos de jornal, que se desgastou, foi corroído e acabou inutilizado.

Morreu aos 98 anos, o capixaba Anisio Lordes, conhecido em todo o Espírito Santo por ter construído o próprio caixão com canudos de jornal e idealizado cada detalhe do ritual de despedida. Figura querida em Colatina, sua cidade natal, o artesão faleceu por causas naturais, em casa.

O sepultamento está marcado para este sábado (20), no cemitério do distrito de Itapina. Segundo familiares, Anisio Lordes não vai ser enterrado como desejava, no próprio caixão. A estrutura de papel estragou com o passar dos anos.

A TV Gazeta fez duas reportagens com o artesão. A história do seu Anisio foi contada pela primeira vez em setembro de 2013.

Na época, chamou a atenção ao contar que havia decidido construir o próprio caixão como parte de um ritual pensado por ele mesmo, incluindo músicas gravadas com a própria voz para serem tocadas no velório, o terno escolhido por ele e até o local exato onde gostaria de ser sepultado.

A ideia do caixão surgiu, durante uma noite de oração.

“Veio na minha cabeça que eu fizesse. Pensei, meu Deus, minha sepultura também já está pronta”, contou Anisio, aos 86 anos.

Canudos de jornal

Anisio construiu o caixão utilizando canudinhos feitos de jornal, em um trabalho artesanal que simbolizava sua fé e sua forma singular de encarar a finitude da vida.

Segundo o artesão, foram três anos fazendo os canudos, e três meses para montar o caixão.

Anisio contou que ele mesmo tirou as medidas para executar o serviço, dizia que não queria dar trabalho para ninguém e até ensaiou como seria o velório com as músicas da despedida.

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Sete anos depois, Anisio participou de uma reportagem do programa Em Movimento e reforçou a vontade de usar o caixão feito por ele quando morresse.

Com bom humor, contou que estava esperando a morte chegar. “A única coisa que está faltando é Deus me chamar”, relatou em 2019 com risos durante a reportagem.

No entanto, o desejo de ser sepultado no próprio caixão não poderá ser realizado. Com o passar do tempo, a estrutura de papel se desgastou, foi corroída e acabou inutilizada. Mesmo assim, a família entende o gesto como parte do legado simbólico deixado por ele.

A sobrinha, Elizabeth Lordes, contou que a família está conformada com a partida.

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“Ele viveu do jeito que quis. Era muito querido, todo mundo na cidade gostava dele. Uma pessoa devota, que trabalhava com artes e espalhava carinho por onde passava”, disse Elizabth.

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