quarta-feira, 13 de julho de 2022

Cordeiro de fralda é flagrado passeando por shopping; veja vídeo

A cena fofa foi registrada e publicada nas redes sociais
O cordeiro se chama Farelo
Um filhote de cordeiro, usando fralda, chamou a atenção de quem passava por um shopping de Cuiabá, no último sábado (9). A cena fofa foi registrada e publicada nas redes sociais.

A tutora do animal, chamado Farelo, é a influencer infantil Maria Pantaneira. Ela acumula mais de 50 mil seguidores e muitas fotos com os pets.

Mais três mulheres denunciam médico preso por abuso sexual durante consultas em Hidrolândia, no Ceará

Carla Carvalho, 18 anos, primeira vítima a denunciar o médico.
Foto: Reprodução
Vídeo: GCMais
Subiu para seis o número de mulheres que denunciaram um médico por abuso sexual em um posto de saúde em Hidrolândia, no interior do Ceará. Ele foi preso na última quinta-feira (7) em Fortaleza após os crimes serem denunciados. 

Em um dos casos, o médico chegou a tocar nas partes íntimas de uma mulher e a fazer pedidos de cunho sexual. Segundo a Polícia Civil, que já tinha a denúncia de três mulheres contra o médico, outras três vítimas procuraram a Delegacia Municipal de Hidrolândia e também denunciaram abusos praticados pelo ginecologista. A polícia afirma que o médico aproveitava momentos de exames e consultas para tocar nas partes íntimas das vítimas. Ele também encostava as partes íntimas dele nas mulheres e fazia perguntas de cunho sexual. 

O caso veio à tona em maio deste ano, após a denúncia da técnica de edificações Carla Carvalho, 18 anos, que relatou em uma publicação na rede social que o médico fez perguntas eróticas, a agarrou e tentou pegar nas partes íntimas dela durante uma consulta em um posto de saúde. Em comentário em rede social, Carla exaltou a prisão do médico. “Deus sabe de tudo, sofri e sofro muito depois de todo o acontecimento. Foram tantos julgamentos como se eu tivesse cometido o crime. 

E hoje vê que a justiça tá sendo feita, não só por mim, mas por todas e tantas vítimas, inclusive criança, dá uma sensação de alívio.” Prisão Conforme a Polícia Civil, a captura do médico, indiciado por estupro, ocorreu no Bairro José Bonifácio, na capital, durante o cumprimento de um mandado de prisão preventiva.

“O caso, que estava a cargo da Delegacia Municipal de Santa Quitéria foi concluído e remetido à Justiça. O suspeito, que foi indiciado, encontra-se à disposição da Justiça”, disse a polícia. A Prefeitura Municipal de Hidrolândia afastou o profissional, que prestava atendimento na UBS Cosma Maurício da Silva.

Confira mais detalhes na matéria do Balanço Geral Manhã:

Fonte: Jornal Caucaia e GCMais

Angélica revela que perdeu virgindade com apresentador da Record

Foto: Reprodução Youtube
Angélica participou do podcast ‘Quem Pod Pod’ e deu detalhes sobre a intimidade, inclusive, revelou ter perdido a virgindade com o apresentador da Record, Cesar Filho, aos 17 anos. Os dois namoraram durante 7 anos.

“Foi com ele então que você foi de táxi, né?”, pressionou Fernanda Paes Leme. “Fui de taxi com ele, e ele já era bem mais velho, eu tinha 15 e ele tinha 28”, revelou Angélica.

“A gente namorou um tempo, daí com 17 anos eu perdi a virgindade. Foi um namoro longo acho que pela falta de namoro, ele foi um supernamorado. Ele aguentou uma situação que na época era loucura, porque eu não tinha tempo, ele ia nos shows para me ver”, contou.

“Ele segurou uma onda. Eu era uma adolescente famosa que não tinha tempo para nada... Era meu amigo. Não tinha muitos amigos. Foi uma pessoa fundamental, sem dúvida nenhuma, no meu início de carreira”, contou a apresentadora revelando ter perdido a adolescência por excesso de trabalho.

“Com 22 anos eu tive uma adolescência tardia, aí eu fazia tudo. Ia para boate disfarçada, tomava porre, namorava pra caramba, foi uma fase bem intensa. Eu tinha uma vida um pouco mais isolada, mas eu buscava ter um pouco de normalidade junto com essas pessoas que conviviam comigo”, relembrou.

Creche é incendiada no interior do Ceará

Prefeitura do município suspeita que fogo tenha sido provocado de forma criminosa. O incêndio em creche destruiu parte do mobiliário e da estrutura da unidade
A Polícia Civil do Ceará investiga um incêndio na madrugada da última segunda-feira (11) no Centro de Educação Infantil (CEI) Ailza Goncalves Felício, no Bairro Pantanal, no Crato, na região do Cariri cearense. A prefeitura do município acredita que o fogo foi ato de vandalismo. Ninguém ficou ferido.

No local, pelo menos uma estante, retirada de dentro do equipamento e deixada no pátio, ficou destruída pelas chamas. O fogo também danificou parte da estrutura do prédio, que ficou parcialmente destelhado.

A prefeitura do Crato informou que a Guarda Civil Metropolitana e o Corpo de Bombeiros foram acionados em relação ao caso. A guarda está fazendo levantamentos para identificar os autores da ação. Ainda segundo a gestão municipal, haverá continuidade das rondas nas escolas municipais.

Já a Polícia Civil informou que o incêndio foi registrado em Boletim de Ocorrência (BO), sendo apurado pela Delegacia Regional do Crato. A corporação comunicou que há diligências em andamento para identificar os suspeitos do crime.
Suspeitos de incêndio em creche também atearam fogo a um móvel do equipamento no pátio do local

Pinheirinho Net

Marido é suspeito de esquartejar e enterrar a mulher no quintal de casa

Foto: Reprodução/ TV Globo
O corpo de uma mulher foi encontrado na terça-feira (12) enterrado no quintal da casa dela, em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro. A vítima foi identificada como Cláudia Gonçalves de Moura, de 51 anos.

De acordo com a polícia, o principal suspeito do crime é o marido José Carlos Martins Esperidião, que foi preso no local após confessar o crime. A mulher estava desaparecida desde 4 de julho.

Antes do desaparecimento, ela tinha tido uma briga pública com o marido, mas disse que iria trabalhar normalmente no dia seguinte, o que não aconteceu.
Amigos da mulher descobriram que ele estava com o celular dela e a polícia foi acionada. Durante buscas, os agentes encontraram o corpo de Cláudia esquartejado e enterrado no quintal.

O suspeito deve responder por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

Estudante de medicina debocha de texto sobre estupro e gera revolta

texto no estudante na esquerda e da fotógrafa na direita - Imagem: Reprodução/Instagram
Um estudante de medicina de 21 anos gerou revolta após debochar de um texto publicado pela fotógrafa Tracy Figg onde fala sobre estupro, na última segunda-feira (11). A publicação da artista foi escrita com a repercussão do caso da mulher grávida estuprada por um anestesista.

Na versão do jovem ele faz piada com o desempenho das mulheres no volante. Com a repercussão negativa, o estudante voltou a se pronunciar em suas redes sociais e disse que ‘fez um texto satírico’.

“Óbvio que meu texto é ridículo, essa era a intenção desde o começo, visto que o meu texto é SATÍRICO e com o ÚNICO fim de expor a generalização ridícula que foi feita no texto original, pois: Mulheres TAMBÉM estupram; mulheres TAMBÉM comentem importunação sexual. Assim como homens também cometem infração de trânsito”, escreveu nos stories.   

Conquista dos brasileiros, décimo terceiro salário completa 60 anos

Uma das principais conquistas do trabalhador brasileiro está fazendo aniversário. O décimo terceiro salário completa hoje (13) 60 anos. Equivalente à remuneração mensal, a gratificação natalina foi sancionada em 13 de julho de 1962 pelo então presidente João Goulart.

De autoria do deputado Aarão Steinbruch (PTB-RJ), a Lei 4.090/1962 foi proposta em 1959. Na justificativa do projeto de lei, o parlamentar afirmava que as empresas costumavam pagar gratificações aos funcionários perto do Natal. Segundo ele, a lei consolidaria uma situação que era comum entre os trabalhadores da iniciativa privada.

Em meio a intensas pressões de entidades empresariais e de sindicatos, a discussão durou três anos. A conturbação política do início da década de 1960 também contribuiu para estender a tramitação do projeto. Em 1961, dois anos após a proposição do projeto, o presidente Jânio Quadros renunciou. Em seguida, João Goulart tomou posse, e o Brasil passou a adotar o sistema parlamentarista.

Polêmicas

As entidades empresariais alegavam que a introdução do décimo terceiro salário traria prejuízos para as empresas e provocariam a extinção de empregos. Os sindicatos ameaçavam greve geral e queriam a aprovação da lei, sem emendas, ainda em 1961. Em dezembro daquele ano, uma greve geral chegou a ser convocada em São Paulo, quando os deputados atrasaram a votação por 48 horas. A lei só foi aprovada em segundo turno em 24 de abril de 1962 na Câmara dos Deputados e em 27 de junho pelo Senado.

Curiosamente, o décimo terceiro salário não estava na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), legislação trabalhista promulgada pelo ex-presidente Getúlio Vargas em 1943. As reivindicações pelo décimo terceiro, no entanto, vinham de bem antes. Em 1921, há registro de greves em duas indústrias paulistas com demandas pela introdução de um abono natalino.

Os temores dos patrões não se confirmaram. O décimo terceiro virou uma ferramenta para impulsionar a economia, garantindo elevados volumes de vendas para a indústria e o comércio no fim de ano. Em 2021, a gratificação injetou R$ 232 bilhões na economia, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

O décimo terceiro também ajuda a organizar a vida financeira do brasileiro. Segundo pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), no ano passado, 34% dos brasileiros com direito à gratificação pouparam uma parte dos recursos. De acordo com o levantamento, 33% compraram presentes de Natal, 24% gastaram com festas e viagens de fim de ano, 16% usaram o dinheiro para pagarem tributos e 16% pagaram dívidas em atraso.

Pagamentos

Poucos anos depois da introdução, o décimo terceiro sofreu alterações. Em 1965, a Lei 4.749 estabeleceu o parcelamento da gratificação em duas vezes: uma paga entre fevereiro e novembro e outra paga em dezembro. Em 1988, o artigo 7 da Constituição garantiu o décimo terceiro para todos os trabalhadores, urbanos e rurais, aposentados e pensionistas. Em 1998, a emenda constitucional 19, que tratou da reforma administrativa no serviço público, garantiu o pagamento da gratificação aos servidores públicos.

Cálculo proporcional

O décimo terceiro salário só é pago integralmente a quem trabalha há pelo menos um ano na mesma empresa. Quem trabalhou menos tempo receberá proporcionalmente. O cálculo é feito da seguinte forma: a cada mês em que trabalha pelo menos 15 dias, o empregado tem direito a 1/12 (um doze avos) do salário total de dezembro.

Dessa forma, o cálculo do décimo terceiro considera como um mês inteiro o prazo de 15 dias trabalhados. Em contrapartida, quem faltar ao trabalho mais de 15 dias no mês sem justificativa terá o mês inteiro descontado.

A Agência Brasil elaborou um guia com mais informações sobre o décimo terceiro, como quem tem direito e a forma como a gratificação é tributada.

Agência Brasil

Ex-empresário de Luva de Pedreiro rebate Falcão após ter prints divulgados

Foto: Divulgação / Henrique Arcoverde
O ex-empresário de Luva de Pedreiro, Allan Jesus rebateu as mensagens divulgadas por Falcão em que aparece tentando aliciar o influencer após a live polêmica em que escancarou a crise entre os dois.

Na mensagem, Allan dizia para Luva a como deve agir após a live. “Diz que estava chateado com coisas pessoais e que já passou”, disse ele em um trecho.

Após a repercussão, Allan se defendeu mostrando áudios do dia 20 de junho que teria trocado com Seu Vadinho, em que o pai de Luva o trata normalmente. “Boa noite, e aí, como vai? Como que vai a turma aí, tudo bem? Aqui, por enquanto vai bem. Peguei nesse celular ontem e hoje. Seja bem-vindo, com fé em Deus, que ele ilumine seus passos”, diz o Valdinho no áudio.

Falcão, que é o novo empresário de Luva, já contou que a insatisfação do influenciador e dos pais dele começou em abril.

ECA faz 32 anos e tem desafios ampliados pela pandemia

Considerado marco para os direitos humanos no Brasil e usado como modelo mundo afora, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) chega hoje (13) aos 32 anos. Após mais de dois anos de pandemia, pesquisadores ainda se debruçam sobre os dados para mensurar os prejuízos em diversas áreas, como evasão escolar, violência doméstica e coberturas vacinais, mas destacam que o estatuto continua a apontar o caminho para a proteção integral das crianças e adolescentes.

Especialista em Proteção da Criança no Fundo das Nações Unidas para a Infância no Brasil (Unicef Brasil), Luiza Teixeira considera que as crianças e adolescentes foram quem mais sofreram os efeitos da pandemia de forma indireta, devido ao isolamento social, à superlotação das unidades de Saúde e à suspensão de serviços da rede de proteção. Tudo isso se soma ao fechamento das escolas para conter a propagação do vírus, o que, além da educação, impactou na saúde mental de crianças e adolescentes.
 
“Durante estes tempos excepcionais, os riscos de maus-tratos, negligência, violência física, psicológica ou sexual, discriminação racial, étnica ou de gênero e ainda o trabalho infantil foram maiores do que nunca para meninas e meninos. E com o aumento da pobreza, elas e eles ficaram ainda mais expostos às violências e às discriminações”, afirma.

Essas foram algumas das áreas em que o ECA mais tinha promovido avanços desde 1990, quando foi promulgado. Naquele ano, uma em cada cinco crianças e adolescentes estava fora da escola; a cada mil bebês nascidos, quase 50 não chegavam a completar um ano; e cerca 8 milhões de crianças e adolescentes de até 15 anos eram submetidos ao trabalho infantil. 

Passadas três décadas, o percentual de crianças e adolescentes fora da escola havia caído de 20% para 4,2%, a mortalidade infantil chegou a 12,4 por mil, e o trabalho infantil deixou de ser uma realidade para 5,7 milhões de crianças e adolescentes. Esses números, porém, são todos de antes da covid-19 chegar ao Brasil.

Uma pesquisa publicada pelo Unicef no ano passado mostrou que mais de 5 milhões de meninas e meninos de 6 a 17 anos não tinham acesso à educação no Brasil em novembro de 2020. Desses, mais de 40% eram crianças de 6 a 10 anos, faixa etária em que a educação estava praticamente universalizada antes da pandemia, disse Luiza Teixeira. 

“Conhecer o Estatuto da Criança e Adolescente é fundamental para que elas sejam vistas e tratadas como sujeitos de direito por suas famílias, comunidade e pelo poder público. É importante, ainda, avaliar as políticas para a infância e adolescência implementadas a nível nacional e local, pensar em um plano de prevenção das violências, e fortalecer as capacidades do Sistema de Garantia de Direitos para prevenir e responder às violências de forma eficaz”, disse Luiza.

Violência 
O Unicef destaca que, mesmo antes da pandemia, a violência estava entre os maiores desafios para garantir os direitos das crianças e adolescentes brasileiros. Uma publicação do fundo das Nações Unidas e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, lançada em 2021, apontou que, entre 2016 e 2020, houve quase 35 mil mortes violentas intencionais de crianças e adolescentes. O cenário mapeado pelo estudo trazia um aumento da violência, com os dados mostrando 27% mais mortes entre crianças de até 4 anos e 44% dos crimes acontecendo na residência das vítimas.

“A escola se configura como um espaço de proteção, onde é possível observar mudanças de comportamento que podem indicar sinais de violência e realizar o devido encaminhamento para operadores do Sistema de Garantia de Direitos, incluindo o Conselho Tutelar, os serviços de Saúde, e os centros de Referência Especializados de Assistência Social”, disse Luiza.

Para o secretário nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente do Ministério da Mulher da Família e dos Direitos Humanos, Maurício Cunha, a violência é o maior desafio na promoção dos princípios garantidos pelo ECA, problema que precisa ser enfrentado com maior integração dos órgãos responsáveis pela proteção de crianças e adolescentes e empenho das famílias e de toda a sociedade.

“A criança e adolescente são o público no Brasil que mais sofre violência. Posso falar isso com segurança, porque a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos fica no nosso ministério, e a maior parte das denúncias de violação de direitos são de crianças e adolescentes. São o público mais vulnerável. Colocaria esse como o maior desafio, e, dentro disso, o fato de que a violência, em mais de 80% dos casos, é intrafamiliar”, afirma. “No Brasil, morrem mais de 7 mil crianças por ano vítimas de violência, vitimas de agressão. A sociedade é extremamente violenta contra crianças e adolescentes”.

Pandemia
Nos 32 anos do ECA, Cunha avalia que houve avanços em todas áreas, mas muitas delas sofrem com retrocessos desde o início da pandemia. Ele conta que o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos firmou uma parceria com a Universidade de Brasília para a produção de um estudo amplo que mensure as perdas desde 2020.

“Houve um retrocesso de cerca de 10 anos no acesso à educação. Temos identificado fortemente um aumento nos casos de sofrimento psíquico, automutilação, suicídio, problemas de ordem psicológica, diminuição da cobertura vacinal e aumento do trabalho infantil, que era um tema em que o Brasil tinha avançado muito e na pandemia houve um aumento. Mas ninguém sabe ainda o impacto real da pandemia sobre a infância”, disse.
 
Para Cunha, seja qual for esse impacto, o caminho a seguir está indicado no ECA, que define os direitos da criança e do adolescente como prioridade absoluta para as políticas públicas. “O ECA é considerado uma lei bem completa, mas é uma lei diretiva. Ela aponta o caminho que a sociedade quer trilhar. Não dá uma resposta imediata aos problemas da criança e do adolescente, mas diz o norte que a sociedade quer alcançar”. 

Uma das dificuldades para avançar nesse sentido é garantir orçamento para que essas políticas de fato tenham caráter prioritário. “Como a criança não faz passeata, não vota e não tem sindicato, muitas vezes os governantes se veem pressionados a colocar recursos em outras áreas”, disse Cunha, que diz que os benefícios de priorizar a criança chegam a toda a sociedade. “O melhor investimento em política pública é a área da criança. Para cada real investido na primeira infância, de 0 a 6 anos, isso retorna sete vezes, a médio e longo prazo, com menos internações, menores índices de repetência, menos adolescentes no sistema socioeducativo”. 

Lei ‘irmã’ do SUS
Coordenadores do Observa Infância, Cristiano Boccolini e Patrícia Boccolini se dedicam a estudar as mortes infantis que poderiam ser evitadas com cuidados como a vacinação e o aleitamento materno. Cristiano disse que o Brasil foi um dos países que mais tiveram sucesso na redução da mortalidade infantil até 2015, mas, desde então, o quadro é de estagnação, com uma piora em 2021.

“O cenário atual é preocupante, e a gente precisa lançar mão dos princípios do Sistema Único de Saúde e do ECA para garantir o acesso igualitário e universal das nossas crianças e gestantes aos serviços de saúde”, disse. Boccolini estima que uma a cada três mortes na primeira infância poderia ser evitada.

Instituídos no mesmo ano, o ECA e o SUS são leis irmãs que se complementam na garantia dos direitos das crianças e adolescentes à saúde e fundamentam uma série de políticas de proteção, disse o pesquisador. “A Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira Infância, que garante a proteção das mães e famílias contra o marketing abusivo de fórmulas e produtos que competem com aleitamento, a estratégia Amamenta e Alimenta Brasil, o Hospital Amigo da Criança, o Método Canguru, a Rede Cegonha e várias outras ações”, exemplificou.

Vacinação
Patrícia Boccolini diz que, entre os direitos que devem ser garantidos à criança e ao adolescente no Artigo 4° do ECA estão o direito à saúde e à vida, o que inclui protegê-las contra as doenças que podem ser evitadas com vacinas. Ela cita o exemplo do sarampo, que, depois de ter sido erradicado, causou mais de 20 mortes de crianças de até 5 anos no país desde que voltou a circular, em 2019, o que é atribuído à queda da cobertura da vacina tríplice viral.

“Esse Artigo 4° é central, porque, segundo ele, as crianças deveriam ter absoluta prioridade. E, nessa situação em que a gente observa queda nas coberturas vacinais, aumento de incidência de casos, hospitalizações e mortes, as crianças deveriam estar sendo priorizadas com aumento de campanhas vacinais e várias ações, como observar quais estados e municípios estão com menores coberturas para atuar especificamente nesses locais”.

Assim como o sarampo, todas as outras doenças preveníveis por vacinas já disponíveis no SUS poderiam voltar a circular se as coberturas vacinais continuarem abaixo das metas. Essa é a avaliação do presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, Renato Kfouri.

“Temos muito receio da difteria, da rubéola e da paralisia infantil. O Brasil hoje é considerado como alto risco de reintrodução de pólio pela Organização Mundial da Saúde. Israel teve casos de pólio, foram detectados poliovírus na Inglaterra e em países da África que estavam sem circulação de pólio. Nossas coberturas vacinais propiciam a circulação do vírus, que está por aí em alguns países. O risco é grande. É uma temeridade voltarmos a ter casos de paralisia infantil”, disse Kfouri.

Kfouri disse que a queda nas coberturas vacinais é observada desde 2015, situação que se agravou com a pandemia de covid-19, quando o medo de unidades de saúde e o distanciamento social afastaram as pessoas dos postos de vacinação. Somada a isso, a propaganda antivacina pode também trazer reflexos à proteção de crianças e adolescentes.

“A propaganda antivacinista foi especificamente com as vacinas da covid, mas não há dúvidas de que acaba afetando as demais vacinas e a confiança das pessoas nas vacinas. Um dos principais pilares do sucesso de um programa de vacinação é a confiança”, diz ele, que afirma que é preciso melhorar a comunicação dos benefícios da vacinação.

Para o médico, o ECA contribuiu para que fossem atingidos os patamares que o Programa Nacional de Imunizações alcançou desde a década de 1990. O estatuto tem um parágrafo sobre o tema no Artigo 14°, que determina ser obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias.

“Entre as inúmeras conquistas que o ECA trouxe na defesa da saúde da criança e do adolescente está o direito de ter um calendário vacinal adequado”.

Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde informou que disponibiliza 18 vacinas para crianças e adolescentes no Calendário Nacional de Vacinação. Os imunizantes são oferecidos gratuitamente à população nos postos de saúde. Para ser vacinada, basta levar a criança a uma unidade básica de saúde com o cartão de vacinação. O cartão de vacinação é o documento que comprova a situação vacinal da pessoa.

Para quem perdeu o cartão de vacinação, a orientação é procurar o posto de saúde onde recebeu as vacinas para resgatar o histórico de vacinação e fazer a segunda via. A ausência da Caderneta de Vacinação não impede que a criança seja vacinada.

Entre as vacinas para crianças e adolescentes disponibilizadas pelo SUS estão a BCG, a hepatite B, a pentavalente , arotavírus, a pneumo 10, a pólio, tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e a tetra viral (sarampo, caxumba e rubéola e varicela).

Edição: Fábio Massalli

Mulher mantida em cárcere é resgatada após jogar bilhete para vizinha: ‘risco de morte’

Mulher joga bilhete para vizinha - Foto: Polícia Militar de José Bonifácio/Divulgação
Uma mulher mantida em cárcere privado durante meses pelo marido, de 64 anos, foi resgatada após jogar um bilhete com pedido de socorro para uma vizinha, na última terça-feira (12), no interior de São Paulo.

"Oi, sou sua vizinha. Tô presa dentro de casa com duas crianças. Pode chamar a polícia para mim? Tô correndo risco de morte”, escreveu a vítima de 23 anos.

A vizinha leu o recado e acionou a polícia. A casa onde as vítimas estavam possuía muro alto, cinco câmeras de segurança e janelas trancadas com grades. O homem que usava o circuito de segurança para monitorar a mulher foi preso em flagrante por cárcere privado, lesão corporal e ameaça.