quinta-feira, 14 de julho de 2022

Facebook vai permitir que usuários tenham até quatro perfis adicionais

O Facebook, a partir da Meta Platforms vai permitir que usuários possam criar vários perfis com suas contas do Facebook. Essa medida é uma tentativa de incentivar a postagem e o compartilhamento em sua rede social.

Por meio do teste, usuários vão poder criar até quatro perfis adicionais, e cada um deles não precisará incluir o nome real ou a identidade de uma pessoa. Podendo ter um perfil para amigos ou trabalho, com seu próprio feed.

O Facebook já oferecia vários perfis, mas de uma forma mais limitada. A plataforma está fazendo isso para melhorar o engajamento da rede que teve um crescimento lento – especialmente entre os usuários mais jovens.

Perfis de alunos poderão ser feitos, pois os membros procuravam engajar por meio de interesses mais específicos do que as coisas que eles poderiam encontrar com sua principal experiência social.

Até o momento, esse serviço é apenas um teste que inclui usuários do EUA e outros países.

As informações são do Globo.

Juíza eleitoral diz que bandeira do Brasil virou símbolo de Bolsonaro

Está causando a maior polêmica no Rio Grande do Sul uma manifestação da juíza Ana Lúcia Todeschini Martinez, titular do cartório eleitoral de Santo Antônio das Missões e Garruchos.

Durante uma reunião com representantes de partidos na semana passada, a magistrada disse entender que a bandeira do Brasil será considerada uma propaganda eleitoral a partir do início oficial da campanha, no próximo dia 16 de agosto. O motivo? Na visão da juíza, o símbolo nacional tornou-se marca de “um lado da política” no país. Ela não cita Bolsonaro, mas fica evidente o raciocínio de Ana Lúcia.

Em entrevista à Rádio Fronteira Missões, ela explicou o seu entendimento, admitindo que este pode ser revertido pelo TRE ou pelo TSE após consultas dos partidos.

“É evidente que hoje a bandeira nacional é utilizada por diversas pessoas como sendo um lado da política, né? Hoje a gente sabe que existe uma polarização. De um dos lados há o uso da bandeira nacional como símbolo dessa ideologia política”, declarou Ana Lúcia.

A juíza destacou ainda que “não existe mal nenhum nisso”, mas que entende que a exibição da bandeira vai configurar uma propaganda eleitoral, que tem que obedecer aos requisitos legais. Por exemplo: bandeiras, durante a campanha, não podem ser fixadas em determinados locais. Para ela, portanto, bandeira só poderá ser com mobilidade, seguradas por alguém e em determinados horários.

“Se ela tiver fixada em determinados locais, a gente vai pedir pra retirar”, anunciou, lembrando que a propaganda eleitoral irregular pode gerar “multas pesadíssimas”. Ana Lúcia lembrou ainda que a Copa do Mundo, quando as bandeiras do Brasil geralmente saem dos armários, ocorrerá em novembro neste ano, após o período eleitoral.

Veja

Polícia cumpre mandado de busca na casa de Deolane e Tirullipa

A viúva de MC Kevin e o humorista estariam envolvidos em uma suposta lavagem de dinheiro; os dois negaram as informações

A polícia cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa de Deolane Bezerra e Tirullipa, nesta quinta-feira (14). A informação foi divulgada pelo jornalista Leo Dias e confirmada pelo Cidade Alerta, da Record TV, que teve acesso ao boletim de ocorrência.

Segundo Luiz Bacci, nada teria sido levado da casa do humorista, mas a polícia teria levado um dos carros da advogada e viúva de MC Kevin.

Tirullipa e Deolane foram alvos da investigação, pois estariam envolvidos em um esquema de lavagem de dinheiro de uma loja de carros.

No programa, o apresentador conversou com Tirullipa ao vivo por telefone e ele negou que esteja envolvido no esquema. Deolane também disse que as informações não procedem.

R7

Leia a nota de Deolane na íntegra:
A assessoria jurídica da advogada e influenciadora DEOLANE BEZERRA comunica que, no dia de hoje a influenciadora recebeu em sua residência a equipe de investigação do 27º DP, ao qual cumpriram a ordem judicial de busca e apreensão a fim de coletar provas para o inquérito policial que busca investigar diversos influenciadores que fizeram publicidades para a empresa Betzord, a qual atua no seguimento de jogos e apostas esportivas on-line.

Na determinação judicial, a Deolane Bezerra é elencada APENAS como averiguada, em decorrência de um suposto patrocínio da empresa investigada, em relação a uma festa que ocorreu em meados de 2021, não fazendo qualquer ligação de fato criminoso à influenciadora. Cumpre esclarecer que, todos os contratantes da Deolane Bezerra passam por um rigoroso processo de avaliação de idoneidade da empresa/pessoa, bem como, sobre o crivo da legalidade do produto/serviço a ser divulgado pela influenciadora.

Desta forma, seguimos tranquilos colaborando com as investigações e confiantes na lisura do processo judicial. Cumpre salientar que, repudiamos e tomaremos as providencias cabíveis contra qualquer tentativa de sensacionalismo que tentem vincular a imagem da Deolane Bezerra a condutas delituosas. Em observância a limitação do segredo de justiça para o apuratório, é o que temos no momento para explicitar.

Diário do Nordeste com informações de Metrópoles

Lula fica em suíte mais cara de hotel de luxo em Brasília; diária é de R$ 6 mil

Nos dois dias em que passou em Brasília para contatos políticos, nesta semana, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato do PT ao Palácio do Planalto, se hospedou na melhor suíte presidencial do hotel de luxo Meliá. Com 183 metros quadrados, o espaço é reservado na internet por uma diária de R$ 6 mil.

A suíte ocupada pelo petista, segundo anúncio do hotel, é destinada para hóspedes que vão se "sentir especiais". Tem dois quartos, duas salas, uma cozinha completa, dois banheiros, um lavabo e dois halls. Há, ainda, uma sala de jantar para oito pessoas. A conta da hospedagem deve sair do Fundo Partidário. A socióloga Rosângela Silva, mulher de Lula, conhecida como Janja, se hospedou com o ex-presidente.

Líder nas pesquisas de intenção de voto, Lula está na suíte que é oferecida a preço cheio por R$ 9,2 mil, sem o desconto da internet. A decoração é composta por móveis franceses e abajures de cristal. O hotel tem outras duas opções de suítes presidenciais - um apartamento de 86 m² e outro de 102 m² -, cada uma delas com diária de aproximadamente R$ 4 mil.

O Estadão perguntou à assessoria do PT o motivo de Lula ter escolhido a suíte presidencial. Em nota, o partido informou que, durante os deslocamentos do ex-presidente, providencia "locais de hospedagem capazes de atender também a sua equipe de apoio e os dirigentes políticos que o acompanham em suas agendas, com instalações adequadas para receber convidados e realizar reuniões (salas e auditórios)". Destacou, ainda, que "todas as despesas relacionadas aos deslocamentos de seu presidente de honra são realizadas pelo PT, conforme a lei e rigorosamente informadas à Justiça Eleitoral, que as divulga".

Presidenciáveis

No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (PL) fica em residências oficiais quando em deslocamento. No exterior, desde que assumiu, tem feito vídeos para se contrapor aos governos do PT, dizendo que não se hospeda com dinheiro do contribuinte.

Em novembro, porém, ele próprio fez uma gravação para mostrar a suíte de luxo em que ficou no Bahrein, no Oriente Médio. "Aqui a gente tem uma sala, uma sala aqui que (é) quase o tamanho do apartamento que eu morava no Rio de Janeiro. A cama bastante confortável, uma televisão (de) primeira linha." A diária de R$ 46 mil, segundo Bolsonaro, foi paga pelo "rei do Bahrein".

Bolsonaro colocou sob sigilo gastos do cartão corporativo, o que inviabiliza identificar despesas nas viagens internacionais. Auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), publicada pela Veja, apontou que os deslocamentos do presidente e do vice Hamilton Mourão, assim como de suas equipes de apoio, custaram mais de R$ 16 milhões de 2019 até março do ano passado. Não foram encontradas irregularidades, mas a Corte apontou aumento nos gastos de viagens.

Adversária do petista, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) disse, por meio de assessoria, que não usa suíte presidencial "em nenhum momento". Simone afirmou que a escolha de hospedagens é feita "levando em consideração a eficiência dos deslocamentos e dentro de um padrão do bom senso dos investimentos dessa rubrica, sem buscar luxo". Ciro Gomes (PDT) não respondeu aos contatos da reportagem.

Genial/Quaest no Rio: Lula cresce e chega a 39% das intenções; Bolsonaro tem 34%

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera a corrida presidencial no Estado do Rio de Janeiro com 39% das intenções de voto, indica pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira, 14.
O atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), aparece em segundo lugar, com 34%, seguido por Ciro Gomes (PDT), com 6%. Brancos e nulos somaram 11%, e indecisos, 4%.

A considerar a margem de erro de 2,8 pontos porcentuais, o resultado do levantamento ainda pode ser configurado como empate técnico entre os pré-candidatos do PT e do PL.

Na terceira posição, há empate técnico ainda entre Simone Tebet (MDB), com 2% das intenções de voto, Andre Janones (Avante), também com 2%, e Vera Lúcia (PSTU), com 1%.

Neste novo levantamento, Lula cresceu 4 pontos porcentuais se comparado com a última pesquisa divulgada pelo instituto Quaest, em maio de 2022. À época, o petista e o atual presidente alcançaram 35% das intenções de voto cada um.

Lula é o preferido entre o eleitorado feminino; 41% das mulheres afirmaram sua intenção de voto no petista. Já o oposto acontece com Bolsonaro; 41% dos homens dizem votar no presidente.

Quando questionados sobre quem escolheram na última eleição presidencial, 16% dos entrevistados que votaram em Bolsonaro em 2018 afirmaram que irão agora votar em Lula.

Considerando o segundo turno, Lula recebeu 47% das intenções de voto contra 38% de Bolsonaro. Brancos e nulos totalizaram 13% e indecisos 2%.

Senado

A disputa para uma vaga no Senado seguiu a tendência das pesquisas espontâneas anteriores da Genial/Quaest: 90% dos entrevistados disseram estar indecisos sobre em quem votar, 2% a menos que a pesquisa de maio.

Na pesquisa estimulada, Romário (PL) lidera com 32% das intenções de voto, seguido por Alessandro Molon (PSB), com 11% e Clarissa Garotinho (PROS), com 9%.

A pesquisa incluiu 1200 entrevistas realizadas entre os dias 8 a 11 de julho e está registrada na Justiça Eleitoral sob os números RJ-05160/2022 e BR-04560/2022. A coleta de dados foi feita de modo presencial por meio da aplicação de questionários. A margem de erro é de 2,8 pontos porcentuais e o nível de confiabilidade é de 95%.

Média Estadão Dados: Lula tem 45% e Bolsonaro, 31% das intenções de voto

A vantagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL) oscilou três pontos porcentuais para baixo nos últimos vinte dias, conforme o início da campanha eleitoral se aproxima. A 80 dias do primeiro turno, o petista tem 45% das intenções de voto, contra 31% do chefe do Executivo. As informações são da Média Estadão Dados, ferramenta do Estadão que agrega o resultado de pesquisas para presidente e calcula um panorama ponderado da disputa, mostrando ainda a evolução do cenário dia a dia a partir de números apurados por 14 institutos de pesquisa.

Em meados de junho, quando a distância até o pleito era de 100 dias, Lula tinha 47% e Bolsonaro, 30% das intenções de voto para o Planalto. O atual presidente se esforça para melhorar seu desempenho nas pesquisas. Exemplo disso é a chamada Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Kamikaze, articulada pelo Executivo e aprovada nesta quarta-feira, 13, na Câmara. O texto abre margem para que o governo turbine benefícios sociais às vésperas das eleições, o que pode ser explorado estrategicamente pela campanha de Bolsonaro.

Na média, Ciro Gomes (PDT) tem 8% da preferência; André Janones (Avante) e Simone Tebet (MDB) empatam em 2%. Não houve alteração para esses pré-candidatos nos últimos 20 dias. Outros nomes, como Luciano Bivar (União Brasil), Luiz Felipe d’Avila (Novo), Eymael (DC), Vera Lúcia (PSTU) e Pablo Marçal (Pros) somam 2%.

Se considerados apenas os votos válidos, que excluem brancos e nulos, Lula venceria as eleições em primeiro turno se o pleito ocorresse nesta quinta-feira, 14, de acordo com os levantamentos. Na média, o petista tem 52% e Bolsonaro tem 34%. Para que não haja segundo turno para presidente, o primeiro colocado tem de alcançar mais de 50% dos votos válidos nas urnas.

Até o momento, todos os presidenciáveis são definidos pela Justiça Eleitoral como pré-candidatos, já que a campanha eleitoral começa oficialmente apenas em agosto, com a homologação das candidaturas. Em redes de televisão e rádio abertas, os eleitores vinham sendo expostos, até o momento, às propagandas dos partidos em intervalos comerciais.

O tempo de cada candidato no horário eleitoral gratuito em rede nacional será definido até 12 de agosto de 2022, prazo final para publicação pelo TSE do cálculo - com base na representatividade de cada coligação no Congresso Nacional.

Assim, os candidatos poderão realizar comícios, divulgar seus números nas urnas, distribuir panfletos e publicar material de propaganda na internet. O nome eleito para a Presidência, assim como os candidatos vencedores nas disputas para governador nos Estados, será diplomado pela Justiça Eleitoral até 19 de dezembro de 2022. O pleito do dia 2 de outubro também define novos senadores, deputados federais e estaduais.

Bolsonaro diz que dará a Zelenski a solução para a Guerra da Ucrânia

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira (13) que sabe qual é a solução para o fim da Guerra da Ucrânia e disse que a apresentará a Volodimir Zelenski em uma conversa por telefone na próxima segunda-feira (18).

"Vou dar minha opinião a ele, o que eu acho. A solução para o caso", disse o brasileiro em entrevista à CNN Brasil. "Eu sei como seria a solução do caso, mas não vou adiantar. Como acabou a guerra da Argentina com o Reino Unido em 1982? É por aí."

A Guerra das Malvinas, que completou 40 anos em abril, encerrou-se quando as forças argentinas se renderam aos britânicos, que tinham recebido apoio militar de aliados europeus e dos Estados Unidos. Não está claro, porém, se a rendição é a sugestão que o presidente brasileiro fará a seu homólogo ucraniano.

Quando Bolsonaro se encontrou com Vladimir Putin, em fevereiro, aliados políticos chegaram a dizer que ele teria evitado uma hipotética Terceira Guerra Mundial. Nas redes bolsonaristas, circularam imagens que mostravam o presidente como um ícone salvador e como vencedor de um também hipotético Nobel da Paz.

Oito dias depois, a Rússia invadiu a Ucrânia e deu início ao maior conflito da Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

Nova lista de emojis inclui rosto tremendo, burro e água-viva

Uma nova lista dos tradicionais e divertidos emojis deverá chegar aos aparelhos eletrônicos até o final do ano. É o que aponta o site Emojipedia, que adianta que os novos recursos com 31 imagens estão sendo elaborados pelo Unicode Consortium na versão 15.0.

Dentre as novidades estão um rosto que treme, corações nas cores rosa, azul e cinza, mãos que se tocam, asa, pássaro preto, ganso, burro, água-viva, gengibre, dentre outros.

Para os emojis de partes do corpo, como as mãos que se tocam à esquerda e à direita, serão disponibilizadas ao menos dez tons de cores de pele, além da cor amarela.

Desde 2020, já foram mais de 400 novos emojis produzidos para os usuários. Após o lançamento em setembro, caberá às plataformas de tecnologia aderir às novidades e repassar aos usuários.

Bolsonaro debocha de Anitta por pedir a Lula legalização da maconha

O presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou claro nesta quinta-feira (14) ter ficado incomodado com a declaração de apoio da funkeira Anitta ao seu rival, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na disputa pelo Palácio do Planalto.

Em conversa com repórteres em Vitória do Mearim (MA) buscou desqualificar a cantora, que anunciou voto em Lula e pediu ao ex-presidente que faça a liberalização da maconha.

Bolsonaro disse que defender o uso da erva é o máximo que a funkeira consegue. "Vi a Anitta cobrando do Lula, né? 'Tô te dando o maior apoião. Libera a maconha aí, Lula! É o limite dela, né?", afirmou.

O presidente demonstrou que acompanha de perto a funkeira. E citou uma publicação da cantora que, inclusive, compartilhou. "Outro dia vi um vídeo dela também, e mandei para o Paulo Guedes. 'Cuidado que você vai perder seu emprego de ministro da Economia'", disse, em tom de deboche.

O vídeo é de 2019 e fala sobre a necessidade da preservação da Amazônia. Nele, a funkeira basicamente diz que não adianta a economia ir bem se não há oxigênio para as pessoas.

Anitta é uma das maiores influenciadoras digitais do país. No Instagram, tem mais de 63 milhões de seguidores, a maioria, jovens.

Para tentar fazer um contraponto à funkeira junto ao público que a admira, Bolsonaro disse que preserva a liberdade dos seguidores da cantora, e que o "candidato dela quer controlar as mídias sociais".

"Que tem uma influência nos jovens [a funkeira], a gente reconhece. E o que eu faço para os jovens da Anitta? Eu tô garantindo a liberdade de vocês. Se vocês ficarem um dia sem rede social, sem zap, vocês vão entrar em depressão", declarou.

"Olha que o candidato da Anitta quer controlar as mídias sociais. E eu tô dando, como sempre, garantindo esta liberdade de vocês nas mídias sociais. Então, vocês podem estar aí ajudando a eleger um cara que quer tirar de vocês a liberdade que você têm."

Bolsonaro esteve em Vitória do Mearim para participar de encontro com lideranças evangélicas e, em discurso, voltou a se posicionar contra as drogas, o aborto e afirmar que uma família é formada por homem, mulher e seus filhos.

Príncipe acusado de matar jornalista pede imunidade para viagem ao Brasil

A Arábia Saudita pediu formalmente que o Itamaraty garanta imunidade absoluta de chefe de Estado ao príncipe herdeiro do país, Mohammed bin Salman, durante uma possível viagem dele ao Brasil.

A praxe diplomática prevê esse recurso para que líderes não sejam processados ou atingidos por qualquer ação policial ou judicial nos países que os recebem. O caso do príncipe saudita, porém, esbarra no fato de que ele não é um chefe de Estado --seu cargo oficial é de ministro da Defesa.

O pedido feito pela monarquia saudita faz parte das tratativas entre os dois países para possibilitar uma visita de Salman --conhecido como MbS-- a Brasília, um desejo de Jair Bolsonaro (PL), que disse ter "certa afinidade" com o príncipe durante visita à Arábia Saudita em 2019.

MbS é acusado de ter ordenado o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, colaborador do jornal The Washington Post. Khashoggi foi morto e desmembrado em 2018 dentro do consulado saudita em Istambul, na Turquia. Ele nega envolvimento no caso.

"[A imunidade] é a não sujeição de um ente protegido estrangeiro a autoridades locais. O ente não vai estar sujeito às leis e aos tribunais brasileiros", explica Carmen Tiburcio, professora titular de direito internacional privado da Uerj.

O caso de Salman tem componentes que geram dúvidas --e que podem ter motivado o pedido por garantias dos sauditas. Embora ele exerça na prática as funções de governante, o chefe de Estado é seu pai, o rei Salman bin Abdulaziz al-Saud, que tem 86 anos.

Além disso, o crime pelo qual MbS é acusado pode ser enquadrado como uma violação de direitos humanos. Alguns tribunais, inclusive o Supremo Tribunal Federal (STF), consideram que essa categoria não está coberta pelas regras de imunidade.

"Não há dúvida que existe imunidade [no caso de Salman]", analisa Tiburcio. "A dúvida é a sua extensão e se, justamente, a grave violação de direitos humanos é uma exceção a essa proteção. São pontos que ninguém sabe responder."

Procurado, o Itamaraty não respondeu a questionamentos feitos pela reportagem. A embaixada saudita em Brasília tampouco se manifestou.

A vinda de MbS ao Brasil estava agendada inicialmente para 14 de março, mas foi suspensa por decisão da monarquia. Novos preparativos foram feitos para 9 de maio, mas a viagem também foi cancelada. Nos dois casos, segundo diplomatas ouvidos pela reportagem, o cancelamento ocorreu a pedido da equipe do príncipe, que alegou incompatibilidade de agenda.

Agora, a expectativa do governo é receber o controverso saudita e outros líderes do mundo árabe até o fim do ano. "Estamos trabalhando para receber ainda este ano em Brasília o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, o emir do Qatar, o rei do Bahrein e o novo presidente dos Emirados Árabes", afirmou Bolsonaro durante um evento da Câmara Árabe-Brasileira neste mês.

Na consulta feita ao Itamaraty, a Arábia Saudita não detalhou as razões do pedido de imunidade absoluta, mas esta não é a primeira ocasião em que o príncipe herdeiro solicita esse tipo de proteção a um país estrangeiro.

A organização Dawn (democracia para o mundo árabe agora, na sigla em inglês) e a viúva de Khashoggi, Hatice Cengiz, são autores de uma ação nos EUA que responsabiliza o príncipe pelo assassinato do jornalista. Segundo o grupo, Salman também é alvo de ação movida por um dissidente que o acusa de enviar uma equipe de assassinos ao Canadá para tentar matá-lo.

Em ambos os casos, de acordo com a Dawn, o príncipe solicitou imunidade de chefe de Estado, o que lhe blindaria dos processos. "Nas duas ações, MbS busca se esconder atrás da doutrina legal da imunidade dos chefes de Estado para escapar da responsabilização por seu papel de executor", diz a organização.

Nos EUA, a concessão da imunidade é informada à Justiça pelo Departamento de Estado. No Brasil, caberia ao Itamaraty definir que tipo de proteção se aplica ao caso específico do príncipe, em razão das particularidades do caso, afirma Evandro Carvalho, professor de direito internacional da FGV-Rio. "A consulta feita pela Arábia Saudita parece uma cautela excessiva, mas necessária diante das dúvidas sobre o real status do príncipe."

Segundo Tiburcio, da Uerj, também não está claro se uma eventual garantia de imunidade feita pelo Itamaraty obrigatoriamente precisaria ser respeitada pelo Judiciário na hipótese de um mandado expedido por outro país, por exemplo.

As tratativas entre Arábia Saudita e o governo Bolsonaro correm em sigilo. Um interlocutor disse sob reserva que, em seu entendimento, Salman goza das imunidades de um chefe de Estado. Nesse sentido, é extremamente improvável que o príncipe, numa eventual visita ao Brasil, enfrente qualquer problema judicial pelas acusações de orquestrar o assassinato de Khashoggi.