domingo, 31 de julho de 2022

Grávida, ex de Michel do Palmeiras mostra fotos de hematomas, áudios e prints após jogador negar agressão

Foto: Reprodução/Instagram
Ariatine Vitória Menice, de 23 anos, que está grávida de 6 meses do jogador do Palmeiras, Michel, de 19 anos, mostrou fotos do seu corpo e rosto com hematomas, além de áudios de discussões e prints de conversas após o zagueiro negar as agressões e afirmar que está sendo vítima de chantagem e de ameaças.

Veja na íntegra as imagens publicadas por Ariatine e, abaixo, leia o pronunciamento de Michel.

Juliana Paes se pronuncia após ser acusada de demitir funcionária antiga com depressão

Foto: Reprodução/Instagram
Juliana Paes se pronunciou após viralizar um vídeo de uma ex-funcionária afirmando que foi demitida quando estava enfrentando um quadro grave de depressão. O filho da mulher chamada Adriana das Graças compartilhou nas redes sociais um vídeo da atriz mencionando a cozinheira e depois, um relato da mãe sobre a demissão. 

Confira o comunicado da assessoria de Juliana Paes:

“A assessoria de imprensa da atriz Juliana Paes comunica que a acusação feita pela Sra. Adriana das Graças não procede. No último mês de julho, aconteceu, de fato, o desligamento da colaboradora. Juliana e família sempre foram cuidadosos e respeitosos com as questões de cunho pessoal que Adriana passou no período e este jamais seria o motivo para o fim do contrato. Juliana manteve Adriana trabalhando durante anos em tratamento da doença e indo além de suas obrigações como empregadora com ajuda médica e também financeira. A dispensa se deu por outros motivos e foi feita dentro da lei, garantindo todos os direitos à ex-colaboradora. No mais, Juliana não irá se pronunciar novamente sobre o caso”.

‘Acusado’ de ser sustentado por Jojo Todynho, marido da cantora tem salário alto como oficial do Exército

Foto: Reprodução/Instagram
Desde o início do relacionamento com Jojo Todynho, fãs da cantora acusam o oficial do Exército Lucas Souza de ser “sustentado” pela campeã de A Fazenda. No entanto, neste fim de semana foi revelado que o rapaz de 21 anos não está nada mal de salário e ainda tem uma renda extra.

Segundo o jornal Extra, os rendimentos do oficial chegam a R$ 10 mil por mês. Ele consegue aumentar a renda mensal fazendo algumas pontas como influenciador, sendo procurado por marcas para fazer publicações divulgando diversos produtos.

O rapaz tem mais de 1 milhão de seguidores e já fez propaganda para marcas de joias, além de ser assessorado pelo irmão de Rodrigo Faro, Danilo Faro, mesmo empresário da esposa, Jojo Todynho.

A cantora se revoltou nesta semana após ser acusada de sustentar o marido e fez questão de dizer que ele ganha bem e não precisa da sua ajuda financeira. Jojo também comentou a polêmica de Caio Castro e afirmou que o seu marido é “f***”.

"Uma fulana aí postou nos stories dela que eu banco meu marido. Eu vou refrescar a memória das pessoas. Meu marido é oficial do exército. Meu marido cursa duas faculdades", começou ela.

Adolescente que contraiu raiva morre no Distrito Federal

Foto: Divulgação
Um adolescente do sexo masculino que havia contraído raiva no Distrito Federal não resistiu à doença e morreu ontem (30). Ele estava internado em um hospital da rede particular desde o dia 20 de junho.

"Todas as medidas necessárias de investigação epidemiológica, controle e profilaxia foram tomadas junto aos familiares, contatos próximos e profissionais de saúde", informou a Secretaria de Saúde do Distrito Federal.

Causada por um vírus, a raiva é uma zoonose que pode acometer diversos mamíferos, mas as principais espécies envolvidas no ciclo da doença são cães, gatos, morcegos, raposa, cachorro-do-mato e saguis. Ela é transmitida ao homem através da saliva de animais infectados, principalmente por meio de mordida, arranhão ou lambida.

A doença é quase sempre fatal e se caracteriza por uma encefalite progressiva, levando à inflamação do cérebro.

O Brasil, no entanto, tem sido eficaz no controle e as ocorrências têm sido esporádicas. Segundo a série histórica disponível no site do Ministério da Saúde, foram registrados 45 casos em todo o país desde 2010. Houve apenas duas curas. No Distrito Federal, não havia nenhum caso contabilizado nos últimos 12 anos.

Vacinação antirrábica

A vacinação antirrábica anual de cães e gatos em todo o território nacional é a principal estratégia de combate à doença. Ela está prevista no Programa Nacional de Profilaxia da Raiva (PNPR) criado em 1973. Os resultados foram determinantes para a redução de casos da doença. Em 1999, o país registrou 1.200 cães com diagnóstico positivo. Em 2020, foram apenas 11. A meta é manter ao menos 80% da população canina vacinada. Nos últimos dois anos, no entanto, a cobertura diminuiu já que alguns estados e municípios suspenderam as campanhas de imunização dos animais em decorrência da pandemia de covid-19.

Outra medida importante é o bloqueio de foco: sempre que houver uma suspeita de caso, deve-se vacinar, em até 72 horas, todos os cães e gatos em um raio de pelo menos 5 quilômetros. Há ainda medidas de profilaxia pré-exposição que consistem basicamente em vacinar grupos mais expostos. Entre eles estão veterinários, estudantes de veterinária, pessoas que desenvolvem pesquisa ou trabalho envolvendo captura ou manejo de mamíferos, espeleólogos, guias de ecoturismo e outros profissionais que possuem atividades em áreas de risco.

A população em geral deve ser orientada a nunca tocar em morcegos ou outros animais silvestres diretamente, principalmente quando estiverem caídos no chão ou encontrados em situações não habituais. Também não é conveniente se aproximar de cães e gatos sem donos, além de não mexer ou tocá-los quando estiverem se alimentando, dormindo ou acompanhado de suas crias ou mesmo dormindo.

Segundo a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, desde a confirmação da infecção do adolescente, foram tomadas diferentes providências para evitar novos casos, entre eles o bloqueio de foco e a antecipação da campanha de vacinação de animais. A pasta informou que já foram imunizados mais de 120 mil cães e gatos.

Animal agressor

A Secretaria de Saúde do DF não divulgou como o adolescente foi acometido pela doença. No levantamento do Ministério da Saúde, dos outros 44 casos registrados no país desde 2010, nove foram contaminados por meio de um cão, 22 de morcegos, quatro de primatas não humanos, dois de raposas e quatro de felinos. Em três ocorrências, não foi possível identificar o animal agressor.

Nos últimos 12 anos, o maior número de casos foi registrado em 2018. Houve, na época, o registro de um surto no município de Melgaço (PA), acometendo 10 pessoas, todas com morcegos envolvidos na transmissão. Com mais um caso em Ubatuba (SP), foram 11 ao todo.

Ao longo da série histórica iniciada em 2010, apenas em 2014 não foi registrado nenhum caso. Além da vítima adolescente no Distrito Federal, outras quatro pessoas já morreram devido à complicações com a doença em 2022: todas eram adolescentes e crianças indígenas do município de Bertópolis (MG).

Diagnóstico e tratamento

Em caso de acidente com animais, recomenda-se lavar imediatamente o ferimento com água corrente e sabão e buscar atendimento o mais rápido possível para orientações. O médico poderá indicar a necessidade de profilaxia pós-exposição, por meio da aplicação de vacina ou soro.

Se essas medidas não são adotadas em tempo oportuno, a doença se instala. O período de incubação apresenta uma média de 45 dias. A partir desse período, surgem os primeiros sintomas como mal-estar geral, febre, dor de cabeça, náuseas, dor de garganta, irritabilidade, inquietude e sensação de angústia. Posteriormente, a infecção progride surgindo manifestações mais agudas que podem envolver ansiedade e hiperexcitabilidade crescentes, delírios, espasmos musculares e convulsões.

A confirmação da doença é feita mediante exame laboratorial. Há um protocolo de tratamento da raiva, baseado na indução de coma profundo, uso de antivirais e outros medicamentos específicos. Entretanto, a taxa de sobrevivência é baixa.

Homem reclama de insegurança em entrevista e dias depois é preso por furto

Foto: Reprodução/TV Gazeta
Um homem de 33 anos suspeito de cometer furtos em Linhares, no Espírito Santo, foi preso dias depois de ter concedido uma entrevista sobre insegurança na região.
"Linhares era pra ter mais segurança porque estão roubando muito. Não só no comércio, mas também nos ônibus. Está acontecendo em vários bairros. Em Interlagos, onde moro, é onde mais acontece. Em todo lugar está tendo assalto", disse o homem na entrevista a afiliada da TV Globo no dia 14 de julho.

Na última quinta-feira (28), Anderson Lopes foi preso enquanto tentava fazer uma compra em um restaurante com um cartão de crédito furtado, segundo o G1.

O homem passou por audiência de custódia, mas segue preso. A defesa de Anderson vai entrar com um novo recurso nesta segunda (1).

Operário é demitido e se vinga destruindo casas de luxo que havia erguido; vídeo

Foto: Reprodução / Internet
Um operário de 59 anos, da construção civil, foi demitido de uma empreiteira e resolveu se vingar de uma forma drástica: pilotando uma escavadeira ele destruiu várias casas de luxo que ele havia erguido à beira de um lago na região de Muskoka Lakes (Ontário, Canadá).  O caso ocorreu em 21 de julho, segundo o "Toronto Sun". Após o ocorrido, o operário foi detido e indiciado por dano a propriedades particulares. 
O prejuízo causado pelo funcionário foi de “milhões”, segundo Geordie Newlands, dono da SWS Muskoka: "Ainda bem que ninguém ficou ferido. Foi surreal o que ocorreu. Parece ficção", acrescentou ele.

As casas foram construídas pela empresa Pride of Rosseau. No condomínio, há casas listadas por cerca de R$ 56 milhões.

'Ficava sem comida e apanhando', diz mulher mantida em cárcere privado por 17 anos no RJ

Filhos aparentavam ter 10 anos por conta da desnutrição - Foto: Reprodução
 "[A gente] ficava sem comida, sem água e apanhando... Meus filhos, também amarrados, apanhavam de fios e [ele] enforcava a gente também", relatou Edna, 40, sobre os maus-tratos sofridos durante os 17 anos em que foi mantida com os dois filhos em cárcere privado numa casa insalubre no bairro Guaratiba, na zona oeste do Rio de Janeiro

Os três foram libertados na quinta-feira (28) pela Polícia Militar. O marido e pai das vítimas —um garoto de 19 e uma garota de 22— foi preso e levado à 43ª Delegacia de Polícia. A corporação não informou se ele, que não teve o nome divulgado, prestou depoimento e se tem advogado.

Em entrevista para a TV Globo neste sábado (30), a mulher confirmou os relatos de vizinhos de que o marido mantinha música alta durante a noite para abafar os gritos da família. "[Ele] já era agressivo, mas no decorrer dos anos foi piorando mais as agressões", afirma Edna, que está provisoriamente morando na casa de parentes em Senador Camará, também na zona oeste do Rio.

Ela e os filhos foram encontrados com quadro de desnutrição e desidratação grave e ficaram internados no Hospital Rocha Faria, em Campo Grande, até este sábado.

"Ele [meu filho] nunca tinha visto ninguém. Só via ela [minha filha] e ele [o agressor]", contou, sobre o filho mais novo.

A mulher disse que, há cerca de dois anos, tanto o Conselho Tutelar como agentes de saúde da família chegaram a visitar a residência, mas nenhuma medida foi tomada. "O pessoal do Conselho Tutelar esteve lá, só que foi uma vez só, mas não voltou. Agente de saúde foi e cadastrou a gente na Clínica da Família, falou que era para ele [o agressor] levar a gente lá, só que ele não levou", relatou na entrevista.

Em nota, o Ministério Público do Rio de Janeiro informou que investiga a atuação do Conselho Tutelar à época. A Promotoria afirma que, apesar de haver comprovação da ação inicial do órgão em março de 2020, "não houve nenhuma informação posterior enviada ao Ministério Público no sentido de que a violência não fora estancada".

À reportagem, a irmã da mulher, que pediu para não ter o nome divulgado, disse que nunca deixou de procurá-la.

"Nunca desisti de procurar minha irmã. Consegui um suposto telefone dele que não atendia, depois procurei no Facebook até um dia que achei o telefone certo dele. Ele não queria contar onde estavam morando. Acho que ela viu meu número e gravou, porque ela conseguiu passar para a vizinha."

Segundo a irmã, a vítima e o agressor são primos de primeiro grau por parte de mãe. Ele, mais velho, é da Bahia, enquanto ela é do Rio.

No começo da relação, quando o casal ainda morava no bairro Senador Camará, os familiares auxiliavam nas crises de ciúmes do marido, mas assim que nasceram os filhos o agressor decidiu sumir com a família, relata a irmã da vítima.

A Folha esteve no local nesta sexta-feira (29) e, ao ver o interior da casa pela única janela possível, identificou uma cama de ferro enferrujada, um colchão manchado e um pote de margarina com líquido amarelo ao pé. Lixos e sacolas estavam espalhados pelo chão sujo.

Vizinhos relataram que nos últimos 20 anos foram raras as vezes que viram a mulher e os dois filhos.

Suspeito de atirar em ex-companheira comemora crime nas redes sociais - 'não vai trair mais ninguém'

Segundo a Polícia Militar, a mulher tinha uma medida restritiva contra o suspeito
Um homem suspeito de atirar na ex-companheira, em Itajubá (MG), comemorou os disparos com publicação nas redes sociais. Na postagem, ele diz para que a mulher descanse em paz e afirma que ela "não vai trair mais ninguém".

De acordo com o portal de notícias, a vítima não morreu. A mulher está internada em estado grave na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital das Clínicas da cidade. A mulher de 36 anos foi baleada pelo ex-companheiro neste sábado (30).

SUSPEITO INVADIU CASA DE VÍTIMA
Testemunhas informaram aos policiais que o ex-companheiro da mulher pulou o muro, invadiu a casa e disparou contra a vítima. Após disparos, o suspeito fugiu.

A vítima e o homem tiveram um relacionamento durante dois anos. De acordo com as testemunhas, ele não aceitava o término do namoro. Segundo a Polícia Militar, a mulher tinha uma medida restritiva contra o suspeito.

A PM informou que segue com as diligências.

Cearense envia de PIX R$ 1 mil a pessoa falecida e tenta recuperar o dinheiro

Caixa informou que a devolução de valores recebidos por PIX é possível quando acordado entre as partes, ou por determinação judicial
Uma fiscal de caixa da cidade de Fortaleza enviou um PIX de R$ 1 mil por engano para um homem já falecido e agora tenta recuperar o dinheiro. O caso aconteceu no dia 20 de julho e até este sábado (30) a cearense ainda não conseguiu resolver a situação.

Conforme a mulher, que não quer ser identificada, a irmã dela pediu para depositar o dinheiro na conta dela, para depois ela transferir de volta. Porém, quando foi realizar a transferência via PIX acabou digitando um número errado, fazendo com que o valor fosse parar na conta errada.

Segundo a mulher, ao perceber o erro, tentou entrar em contato com o banco, mas como já estava perto do horário de encerramento não conseguiu falar com nenhum atendente. Então, ele pesquisou na internet o nome do titular da conta para qual ela havia transferido o dinheiro da irmã.

Através da busca, a cearense encontrou o perfil do homem em uma rede social. Porém, para a surpresa dela, soube através da mãe dele sobre o falecimento.

"Lá [na rede social] eu percebi que a conta dele era bloqueada e a última atualização tinha sido em agosto de 2021. No Instagram dele tinha o perfil da mãe dele marcado, então eu entrei no dela, mandei mensagem explicando a situação e pedi para ela falar com o filho dela para devolver. Aí ela disse que não poderia me ajudar, pois o filho dela já faleceu".

Em busca do dinheiro
Em busca de tentar reaver o valor, a mulher procurou ajuda na agência da Caixa onde foi informada pelo gerente que só poderia reaver o dinheiro através do titular da conta ou, no caso de falecidos, através dos herdeiros.

O banco afirma ainda que a devolução de valores recebidos por PIX é possível quando acordado entre as partes, ou por determinação judicial.

sábado, 30 de julho de 2022

Consignado do Auxílio Brasil já tem pré-cadastro com juro de 79% ao ano

Desempregada e mãe de quatro filhos, Amanda Prado já teve mais de um pedido de empréstimo recusado. O sinal verde veio quando teve o cadastro pré-aprovado em um correspondente bancário do Banco Pan, há duas semanas, para obter o crédito consignado destinado aos beneficiários do Auxílio Brasil.

A modalidade ainda não foi regulamentada, mas os beneficiários já estão recebendo e aceitando ofertas de empréstimos de correspondentes bancários. Os grandes bancos privados não devem oferecer esse tipo de crédito.

Para simular o empréstimo, bastou a Amanda fornecer os números de RG, CPF, conta bancária e o código familiar do benefício. Agora, aguarda a sanção do governo Jair Bolsonaro (PL) para receber em sua conta bancária R$ 2.056. No prazo de 24 meses, pagará parcelas de R$ 160 —descontadas diretamente do auxílio— a juros de 4,99% ao mês (79% ao ano).

"Eu quis fazer esse empréstimo para poder comprar as coisas para os meus filhos, roupas que eles estão necessitando e coisas para a casa. Estou passando muita dificuldade", afirmou.

De acordo com fontes do governo, a tendência é que o prazo do empréstimo seja de até dois anos. Quanto ao limite máximo de juros, o tema está em discussão. O objetivo, de acordo com pessoas do governo ouvidas pela Folha, é que haja concorrência entre os bancos para deixar os juros menos onerosos aos clientes.

Amanda, que viu o anúncio feito por uma amiga e entrou em contato em busca de socorro financeiro, diz não ter pensado na possibilidade de perder o benefício social antes de ter quitado a dívida.

"Com esse dinheiro, vou conseguir comprar as coisas para as minhas crianças e vou trabalhando, vou ver se consigo guardar um pouco do que ganho com os bicos para poder me manter", acrescentou.

Pela proposta aprovada no Congresso, essas famílias podem comprometer até 40% do Auxílio Brasil com empréstimos. Esse valor equivale a R$ 160 sobre os atuais R$ 400. Quando o benefício subir para R$ 600, de agosto a dezembro, o limite vai para R$ 240 —isso significa que, quando o Auxílio Brasil voltar para R$ 400, em janeiro, o comprometimento da renda vai subir para 60%.

Na avaliação de entidades de defesa do consumidor e especialistas em finanças, a oferta do produto pode levar essas famílias ao superendividamento e colocá-las novamente em situação de vulnerabilidade.

Uma preocupação são as taxas de juros, que devem ficar praticamente no mesmo patamar do crédito pessoal sem desconto em folha (atualmente em 87% ao ano). Também estarão mais próximas do cheque especial (133% ao ano) do que do consignado para beneficiários do INSS, que é de cerca de 25% ao ano.

Isso porque as pessoas que recebem o auxílio não têm uma renda vitalícia, mas um benefício temporário. Ou seja, podem deixar de receber o pagamento caso não atendam mais aos critérios do governo. A dívida, no entanto, permanece. Por isso, as garantias para os bancos são menores.

Ione Amorim, economista e coordenadora do Programa de Serviços Financeiros do Idec (instituto de defesa do consumidor), afirma que o argumento de que a linha é uma opção de crédito mais barato para essas famílias não se sustenta.

"A gente [Idec] tem recebido muitas críticas dizendo que tem de garantir o direito ao crédito de baixo custo. Como se tivesse algum crédito barato no Brasil. Esse que vai ser disponibilizado para o Auxílio Brasil, que pode beirar 100% ao ano, é muitíssimo caro", diz a economista.

Com essa taxa, o adiantamento de até R$ 2.400, como tem sido anunciado por algumas financeiras, pode custar praticamente o dobro para o beneficiário e comprometer sua renda por até dois anos.

"‹Ione lembra ainda que essas famílias não terão a opção de adiar um pagamento em caso de aperto financeiro, como acontece com um devedor de outras linhas, pois o desconto é feito diretamente no auxílio.

"Ao mesmo tempo que o governo concede o benefício, ele transfere para o setor bancário 40% desse valor. Então essas famílias vão continuar em uma situação de vulnerabilidade", afirma.

O presidente da Abefin (Associação Brasileira de Profissionais de Educação Financeira), Reinaldo Domingos, diz que os beneficiários do INSS que ganham o salário mínimo e têm uma renda vitalícia já enfrentam dificuldade em viver com esse comprometimento de renda, situação que se agrava no caso do auxílio.

Pegar o crédito só é válido, segundo ele, para quem tem a perspectiva de conseguir viver com um benefício de R$ 360 até dezembro e de R$ 160 por mês a partir de janeiro.

"O crédito consignado, em vez de benefício, pode ser um grande vilão nessa história. Pode levar [essas famílias] a uma situação muito pior do que já estão. Um benefício de sobrevivência jamais pode ter qualquer valor sendo descontado", afirma.

Especialistas veem terreno fértil para fraudes e golpes

Entidades de defesa do consumidor já relatam fraudes envolvendo o crédito consignado para beneficiários do Auxílio Brasil e esperam que se repita uma prática comum nesse mercado: a liberação de empréstimos sem aval dos clientes, queixa que lidera os rankings de reclamação.

Segundo levantamento da Senacon (Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor), órgão ligado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, de 1º de janeiro a 30 de junho deste ano, foram registradas 35.721 reclamações sobre crédito consignado, cartão de crédito consignado e renda mensal consignada para beneficiários do INSS por meio do portal do consumidor.

Conforme os dados enviados à Folha, as queixas sobre cobrança por serviço ou produto não contratado, não reconhecido ou não solicitado lideram a lista, com 10.608 registros. Na sequência, são 8.418 reclamações por não entrega do contrato ou documentação relacionada ao serviço.

No Sindec (Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor), que integra 26 Procons estaduais, o do Distrito Federal e mais de 600 municipais, foram registrados mais 21.005 problemas.

A medida aprovada pelo Congresso, além de permitir o empréstimo consignado para quem recebe o Auxílio Brasil, define que beneficiários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) terão a margem consignável ampliada de 40% para 45%, sendo 5% reservados exclusivamente para operações com cartões de crédito consignado.

No final do primeiro trimestre deste ano, o valor da renda que poderia ser comprometido já havia passado de 35% para 40%. Segundo dados do Banco Central, no período, houve uma alta de 130% nas concessões, para R$ 13,4 bilhões em abril.

"O crescimento foi puxado por essa mudança regulatória específica para o beneficiário do INSS, mas todas as demais modalidades de crédito pessoal também cresceram", ressaltou o chefe do departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha.

Ione Amorim, do Idec, afirma que, nas vezes em que houve ampliação da margem consignável, as contratações dispararam, com muitas concessões sem consentimento, o que foi seguido por uma explosão de reclamações.

Em sua avaliação, o mesmo deve ocorrer em relação ao auxílio. Ela diz que já há relatos de beneficiários vitimados por golpes aplicados por pessoas de fora do sistema bancário.

O mês de março também foi marcado pela liberação do crédito consignado a quem recebe o BPC/Loas (Benefício de Prestação Continuada) —idosos que tenham a partir de 65 anos ou pessoas com deficiência de qualquer idade em situação de miséria social.

Quando soube da autorização do governo para essa categoria, Morgana Gomes decidiu recorrer ao empréstimo consignado para ajudar nas despesas médicas da mãe, Eni, 74, que tem demência e depressão e vive hoje em uma casa de repouso em Porto Alegre.

O salário mínimo recebido pela idosa é insuficiente para cobrir os gastos mensais em torno de R$ 2.000, incluindo medicamentos, consultas e a mensalidade da clínica.

"No início, tirei R$ 3.000 para pagar uma dívida que já vinha se acumulando no cartão de crédito, com compra de fraldas e medicações. Agora ficou melhor, tenho uma reserva para os gastos com ela", disse Morgana, que solicitou em nome da mãe um empréstimo no valor de R$ 17.000 a ser pago em 72 parcelas de R$ 434.