quinta-feira, 31 de julho de 2025

Polícia Civil abre inquérito para investigar intolerância religiosa de padre contra Preta Gil

Associação denuncia padre por intolerância religiosa ao citar morte de Preta Gil
Religioso questionou em missa - 'Cadê esses orixás que não ressuscitaram Preta Gil'
A Associação Cultural de Umbanda, Candomblé e Jurema Mãe Anália Maria de Souza de religiões de matriz afro-indígena denunciou o padre Danilo César, da cidade de Areial (PB), por suposto racismo religioso durante uma missa celebrada no último domingo (27). A cerimônia foi registrada em vídeo e a instituição formalizou um boletim de ocorrência na última terça-feira (29). A Polícia Civil abriu inquérito sobre o caso.

No vídeo, o padre cita o caso da morte da cantora Preta Gil - que faleceu nos Estados Unidos em 20 de julho - como forma de desdenhar de religiões de matriz africana.

“Eu peço saúde, mas não alcanço saúde, é porque Deus sabe o que faz, ele sabe o que é melhor para você, que a morte é melhor para você. Como é o nome do pai de Preta Gil... Gilberto Gil fez uma oração aos orixás, cadê esses orixás que não ressuscitaram Preta Gil. Já enterraram”, declarou o religioso durante a homilia.

Após citar o caso de Preta Gil, ele fala diretamente aos fiéis que estavam o acompanhando na Igreja de Areial para pararem de procurar essas “coisas ocultas” e que “o diabo os levasse”, se referindo aos católicos que fazem pedidos para entidades de outras religiões.

INVESTIGAÇÕES 
Algumas testemunhas já foram ouvidas pela Polícia Civil na investigação que apura a denúncia de intolerância religiosa contra o padre.

A Diocese de Campina Grande, que é responsável pela Paróquia de Areial, informou que “o sacerdote, através da assessoria jurídica, irá prestar todos os esclarecimentos necessários aos órgãos competentes”.

Na nota, a diocese reiterou também que está comprometida com “os direitos constitucionais da liberdade de crença e de culto, da igualdade e não discriminação religiosa, do direito à honra e à imagem dos mortos e do princípio da dignidade da pessoa humana”.

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