A mulher de 35 anos que foi espancada pelo namorado com mais de 60 socos um elevador em um condomínio em Ponta Negra, na zona Sul de Natal, já estava sofrendo violência física e psicológica do homem. De acordo com a delegada Victoria Lisboa, titular da Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM), o agressor havia empurrado a mulher e a induzia a tirar a própria vida.
A delegada contou que a vítima a informou, no momento que estava preenchendo o formulário nacional de avaliação de risco, que ela já havia sido agredida com empurrão, e que, ao conversar com o namorado sobre a possibilidade de cometer suicídio, o homem a incentivava. “Ele incentivava ela a tomar essa atitude, então o grau de violência psicológica que ela estava sofrendo realmente era muito grande”, disse.
Segundo Victoria, a vítima comentou que estava passando por problemas e tentou pedir apoio ao namorado. “Pelo que ela me relatou, foi uma situação que ela estava passando, querendo tomar remédios, com psicológico abalado, e ele estava incentivando ela. Inclusive isso será apurado melhor. Porque pode configurar crime”, relembra a delegada.
Para a titular da Delegacia de Atendimento à Mulher, a situação podia ser outra se a mulher tivesse procurado a polícia no primeiro indício de violência, como, indo solicitar uma medida protetiva, este cenário podia ser diferente.
“Se ela tivesse solicitado essa medida antes, talvez a gente tivesse evitado essa situação. Então, é um apelo, talvez, que a gente faz. É uma coisa que eu sempre digo pra as vítimas aqui, quando elas comparecem: o amor não dói, o amor não machuca. Se está te machucando, se está te agredindo de certa forma, não é amor. Então, realmente procure a intervenção da polícia”, finaliza.