segunda-feira, 18 de julho de 2022

Policial Militar preso se passando por médico receitou morfina para paciente no Ceará

Khlisto Sanderson Ibiapino de Albuquerque, de 34 anos, também atuou ilegalmente como plantonista no Hospital Municipal de Itapajé em, pelo menos, três ocasiões
Khlisto Sanderson Ibiapino de Albuquerque, de 34 anos, policial militar preso ao se passar por médico na cidade de Paraipaba, também atuou ilegalmente como plantonista no Hospital Municipal de Itapajé, no interior do Ceará, em três ocasiões. Em um dos atendimentos o agente receitou morfina para uma paciente.

O agente usava o registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) de um médico do Rio Grande do Norte, que soube do uso indevido do seu documento e fez a denúncia que levou a prisão do policial que se passava por profissional de saúde.

O Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte (CREMERN), órgão em que o médico que teve o CRM copiado é inscrito, repudiou a atuação do falso médico e destacou a importância de formalizar denúncias contra a prática do charlatanismo.
Uso de morfina
Conforme uma fonte que terá a identidade preservada, ela foi atendida pelo policial que se passava por médico no Hospital e Maternidade João Ferreira Gomes, em Itapajé, no mês de junho.

Na ocasião, segundo a mulher, ela estava sentindo muito dor e foi consultada primeiro por outro profissional e ficou internada na unidade, onde foi medicada. Durante o internamento, as dores aumentaram, ela chamou as enfermeiras, que acionaram Khlisto, que estava de plantão na unidade.

A mulher relatou ainda que o policial que se passava por médico fez anotações no prontuário, que levou as enfermeiras a aplicarem morfina nela, o mesmo que ela já tinha tomado quando foi atendida pelo primeiro médico.

Ao ver o vídeo da prisão de Khlisto por se passar por médico em um hospital de Paraipaba a mulher reconheceu ele como sendo o mesmo que a atendeu em Itapajé.

Outra testemunha, que também reconheceu o policial após a prisão, relatou que na última sexta-feira (15) ele tirou plantão na mesma unidade de Itapajé e chegou a receitar remédios para uma criança de 2 anos que estava com febre e vomitando.

Durante a prisão, Khlisto informou a Polícia Civil que cursou medicina no Paraguai e conseguiu a vaga por meio de um grupo de WhatsApp.

Ele foi conduzido pela Polícia Civil à Delegacia Metropolitana de Caucaia, unidade plantonista, onde foi autuado em flagrante por exercício ilegal da medicina e falsa identidade.

Khlisto Sanderson foi solto no domingo (17), em uma audiência de custódia. Na decisão, a juíza de plantão suspendeu os efeitos da prisão em flagrante e concedeu a liberdade provisória do PM, com dispensa do pagamento de fiança.

Khlisto é soldado da Polícia Militar do Ceará e também responde judicialmente por violência doméstica na Comarca de Fortaleza, em 2020, por suspeita de agredir uma mulher na cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Pena de até dois anos
De acordo com o artigo 282 do código penal brasileiro, "exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou farmacêutico, sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites" pode pegar pena de detenção de seis meses a dois anos. Se o crime for praticado com o fim de lucro, é aplicado multa.

Tarado é preso no Ceará ao estuprar mulher e correr atrás de outras duas

A prisão de Gheyson aconteceu numa ação rápida da Polícia Militar após este abusar sexualmente de uma mulher
Segue recolhido na cadeia pública de Juazeiro do Norte, Gheyson Pereira Diniz, de 35 anos, acusado de crime de estupro contra uma mulher de 37 anos. Além disso, atentou contra outras duas mulheres, sendo uma adolescente de 16 e mais uma de 30 anos tudo no último sábado (16). Ele não respondia procedimentos criminais e toda a apuração relacionada aos crimes do fim de semana tramita em segredo de justiça no sentido de preservar identidades das vítimas.

A prisão de Gheyson aconteceu numa ação rápida da Polícia Militar após este abusar sexualmente de uma mulher no Brejo Seco, não tão distante de onde mora no Conjunto São Sebastião I. A primeira vítima seguia para o trabalho quando foi abordada pelo acusado que trafegava numa moto Yamaha XTZ 150 - placa PNY-7368, inscrição de Juazeiro.

A descoberta se deu por meio de imagens de câmeras de segurança que, logo, circularam nas redes sociais culminando na prisão do estuprador. Antes do abuso, a mulher foi agredida por Gheyson e os espancamentos prosseguiram durante o ato sexual em meio a ameaças no sentido de não o denunciar. Ela gritou por socorro e o acusado tratou de fugir quando a mulher terminou recebendo ajuda de uma pessoa conhecida que chegou em seguida.

Não demorou e policiais militares estiveram no local conseguindo as imagens que resultaram na descoberta do criminoso e o seu paradeiro. Na casa de Gheyson, os PMs viram por um pequeno espaço na caixa dos correios a moto com idênticas características. Todavia, não estava mais em casa e ali tinha deixado, também, as vestes e os tênis que usava na hora do ato criminoso a exemplo do capacete. Depois, terminou preso e recolhido à cadeia.

Após participação em evento religioso, Capitão Wagner evita imagens ao lado de Jair Bolsonaro

Durante pronunciamento de Jair Bolsonaro, Capitão Wagner se posicionou no outro extremo do palco. Foto: Reprodução/Facebook
Ninguém foi mais elogiado durante a visita do presidente Jair Bolsonaro a Fortaleza, no sábado passado, do que o pré-candidato a governador do Ceará, o deputado federal Capitão Wagner, do União Brasil. O parlamentar foi chamado de “grande amigo” pelo chefe do Poder Executivo, que sinalizou apoio à sua candidatura ao Palácio da Abolição.

No entanto, passados dois dias desde as declarações de Jair Bolsonaro, Capitão Wagner não fez qualquer menção ao presidente da República em suas redes sociais ou publicou alguma foto ao lado dele. Neste período, o postulante realizou encontros políticos, visitou eventos que aconteciam em Fortaleza e postou todos os momentos. Mas nada sobre Bolsonaro.
“Tivemos agora o apoio de grande parte da Câmara e do Senado. Alguns deles aqui presentes. Carla Zambelli, Dr. Jaziel, Nelho, e meu amigo, com muita honra, Capitão Wagner. Se o Brasil tem problema chama o Capitão. Se o Ceará tem problemas, chama o Capitão. Esse Ceará, esse Nordeste é nosso”, disse Jair Bolsonaro durante o evento Marcha para Jesus.

Na ocasião, Capitão Wagner evitou participar da motociata ao lado de Jair Bolsonaro, apesar de praticamente todos os seus apoiadores locais terem estado presente, dentre os quais Julierme Sena, Tony Brito, Sargento Reginauro, Soldado Noélio, dentre outros. A assessoria informou que não deu tempo, visto que o parlamentar esteve em evento do União Brasil, pela manhã, em Aracati. No palco, o pré-candidato ao Governo do Estado ficou estrategicamente em uma ponta do palco, enquanto o presidente esteve do outro lado.

Existe duas explicações para essa precaução de Wagner quanto a estar ao lado de Bolsonaro. Há cerca de um mês, Wagner esteve no encontro do PROS ao lado do também presidenciável Pablo Marçal. Na ocasião, os membros da sigla aliada destacaram que o parlamentar poderia apoiar Marçal para presidente. No entanto, o pré-candidato descarta apoio a qualquer nome à Presidência da República já que sua coligação poderá ter ao menos quatro nomes na disputa ao Palácio do Planalto.

Rejeição

Avante, com Janones, PROS, com Pablo Marçal, União Brasil, com Luciano Bivar, e, provavelmente, PL com Jair Bolsonaro devem fazer parte do arco de aliança no Ceará em torno da candidatura de Capitão Wagner. No entanto, também entra nesta conta a rejeição do nome do atual presidente da República, candidato à reeleição, no Ceará.

Dificilmente, Wagner fará campanha ao lado do presidente Bolsonaro, o que é defendido por alguns de seus aliados. A base governista no Ceará, porém, deve focar na proximidade entre os dois, assim como foi feito em 2020, quando o opositor disputou a Prefeitura de Fortaleza e foi derrotado no segundo turno. Muitos atribuem parte da derrota ao fato dele ter sido candidato apoiado e alinhado com o bolsonarismo.

Blog do Edson Silva

Em 6 meses, PT gastou quase meio milhão de reais em jatinhos

O PT declarou ter gasto, nos sete primeiros meses deste ano, R$ 472.282 em seis contratos de “fretamento de aeronaves ordinárias” para seus partidários. Os contratos variam de R$ 49,7 mil a R$170 mil para o aluguel das aeronaves. Entre as legendas com candidaturas ao Planalto, é a única que declara fazer uso de aeronaves do tipo.

Os valores estão em bases de dados de prestação de contas anuais divulgadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), comparadas por O Antagonista.

O valor declarado entre janeiro e julho já se aproxima dos R$ 676 mil que o partido gastou em todo o ano de 2021 com o transporte em jatinhos. Com a intensificação da campanha, o valor gasto com o transporte deve aumentar.

Na condição e ex-presidente da República e pré-candidato pelo partido a um terceiro mandato, Lula faz viagens em aeronaves privadas, como é de praxe entre os candidatos – Eduardo Campos faleceu em um acidente com uma aeronave privada em 2014.

No entanto, o valor gasto pelo PT destoa de outras legendas: nem o MDB de Simone Tebet, nem o União Brasil de Luciano Bivar, nem PDT de Ciro Gomes declararam gastos do tipo. O PSB, do candidato a vice de Lula, Geraldo Alckmin, também não teve despesas do tipo.

O PL de Jair Bolsonaro ainda não declarou nenhuma despesa ao TSE. Na condição de presidente, no entanto, Bolsonaro viaja com o uso de jatos da Força Aérea Brasileira (FAB). 

Com informações do O Antagonista

Jovem é assassinado a facadas ao bater palma na frente de casa errada

Foto: Divulgação
Allan Ranger, de 27 anos, foi assassinado na noite de domingo (17), após bater palmas na frente de uma casa por engano. O caso aconteceu em Porto Velho.

Segundo informações de testemunhas para a polícia, Allan estava em um bairro longe de sua casa com amigos, quando percebeu que um deles estava embriagado e decidiu levar a motocicleta dele para casa, com objetivo de evitar que o amigo sofresse o acidente.

Quando retornava, naquela mesma rua, acabou errando de casa e batido palmas diversas vezes na frente da residência de um desconhecido, acreditando que seria o local onde estava acontecendo a festinha.

O dono da casa já saiu com um facão e desferiu diversos golpes de Allan, que chegou a ser socorrido, mas morreu.

Os militares tentaram contato com o suspeito, que se trancou na casa e não quis abrir o portão. Eles então invadiram a residência e encontraram o autor se embalando em uma cadeira e tomando cerveja, e com a faca usada no crime ao lado.

O morador recebeu voz de prisão e foi encaminhado ao Departamento de Flagrantes da capital.

Pré-candidatos criticam Bolsonaro por ataques às urnas em reunião com embaixadores

Principal adversário de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de outubro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que "é uma pena que o Brasil não tenha um presidente que chame 50 embaixadores para falar sobre algo que interesse o país".

O petista usou as redes sociais nesta segunda-feira (18) para criticar os ataques que o mandatário fez ao sistema eletrônico de votação e a integrantes da cúpula do Judiciário durante apresentação no Palácio da Alvorada para representantes estrangeiros no país.

"Emprego, desenvolvimento ou combate à fome, por exemplo. Ao invés disso, conta mentiras contra nossa democracia", escreveu Lula.

O petista também abordou o assunto durante reunião com uma ala do MDB nesta segunda. Referiu-se à iniciativa de Bolsonaro como sinal de que ele tentará impedir a realização das eleições.

Ainda de acordo com participantes da conversa, Lula disse que essa estratégia do presidente tende a se acirrar caso a disputa chegue ao segundo turno. Daí, segundo interlocutores do petista, a importância de se vencer no primeiro turno --meta para qual o apoio do MDB seria fundamental.

Ciro Gomes (PDT), terceiro colocado nas pesquisas de intenção de voto, afirmou que, depois "do horrendo espetáculo promovido, hoje, por Bolsonaro, ele não pode ser mais presidente de uma das maiores democracias do mundo ou o Brasil não pode mais se dizer integrante do grupo de países democráticos."

"Nunca, em toda a história moderna, o presidente de um importante país democrático convocou o corpo diplomático para proferir ameaças contra a democracia e desfilar mentiras tentando atingir o Poder Judiciário e o sistema eleitoral", disse.

Ciro acusou Bolsonaro de cometer crimes de responsabilidade e defendeu o impeachment do presidente, mas admitiu se tratar de uma "tarefa delicada" pelo fato de a Câmara ser presidida por Arthur Lira (PP-AL), aliado do mandatário.

Simone Tebet (MDB), por sua vez, afirmou que "já passou dos limites a coleção de ataques à democracia que o presidente da República acumula."

"Desta vez, usando instrumentos oficiais, dentro do Palácio da Alvorada, faz o Brasil passar vergonha diante de embaixadores dos principais países do mundo, ao tentar desacreditar o sistema eleitoral brasileiro, Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)."

Candidato do Novo ao Planalto, Felipe D'Avila disse que Bolsonaro deve ser o único presidente na história a ter contestado a validade da eleição que ele mesmo venceu.

"E continua insistindo em desacreditar o sistema que já o elegeu 6 vezes, e seus familiares outras 13 vezes. Ironicamente, hoje ele disse não querer instabilidade no país", disse D'Avila.

André Janones, do Avante, também falou sobre o assunto.

'Nesse papo de fraudes nas eleições, creio que só o Amoedo tem o direito de questionar o TSE a respeito, afinal, todo mundo jura por Deus que votou nele no primeiro turno. Bolsonaro precisa ser demovido do cargo e jogado na lata de lixo da história", afirmou.

Pré-candidata pelo PCB, Sofia Manzano disse que a reunião de Bolsonaro com os embaixadores "é mais um capítulo da agenda golpista".

"Hoje ele anunciou ao mundo que não aceitará uma derrota nas urnas. É preciso mobilizar trabalhadores, sindicatos, movimentos populares e a juventude para barrar qualquer tentativa de golpe!"

Cirurgião suspeito de cárcere privado já foi alvo de outras investigações

O cirurgião plástico equatoriano Bolívar Guerrero Silva, de 63 anos, foi preso ontem pela Polícia Civil do Rio sob a acusação de manter uma paciente em cárcere privado dentro de um hospital particular em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A vítima diz que estava sendo mantida contra a vontade no local nos últimos dois meses, o que é negado pelo médico e pelo Hospital Santa Branca.

Segundo a família da paciente, ela se submeteu a uma abdominoplastia (uma plástica no abdômen) em março com o cirurgião. Alguns dias depois da cirurgia, com dores, a mulher voltou a procurar o médico. Desde então, ela já teria sido submetida a vários outros procedimentos.

Após a denúncia, a polícia requisitou à clínica o prontuário médico da paciente e não foi atendida. Na última sexta-feira, policiais estiveram no hospital e enfrentaram dificuldades para ter acesso à paciente. Quando conseguiram vê-la, constataram as péssimas condições de saúde da mulher, de 35 anos.

"Ela relatou dificuldades, que não estava conseguindo sair do hospital. Por conta disso, representamos no Plantão Judiciário pela transferência dela, prisão temporária do autor e suspensão do CRM (registro do profissional médico que confere legalidade à atuação)", disse, em entrevista à Rede Globo, a delegada Fernanda Fernandes. A policial afirmou que a barriga da paciente estaria necrosada.

No último sábado, a Justiça decretou a prisão do médico e a suspensão temporária de seu registro profissional. Também expediu mandados de condução coercitiva de quatro funcionários do hospital, além de mandados de busca e apreensão de documentos, como prontuários e lista de medicamentos utilizados no tratamento.

REAÇÃO

Em nota, o Hospital Santa Branca negou as acusações de cárcere privado. "Repudiamos quaisquer práticas criminosas que nos foram indevidamente atribuídas! Tal acusação é absurda!" A nota esclarece ainda que o médico não seria sócio do hospital, como a polícia informou, e que arcou pessoalmente com as despesas da paciente.

A advogada Louisiana dos Santos Juliasse de Barros, que defende o médico, disse ao Estadão que não daria entrevistas. Bolívar Guerrrero Silva já teria sido preso outras cinco vezes, de acordo com informações preliminares que não foram esclarecidas pela polícia.

Na página do médico no Facebook, mulheres alertam para o risco de se submeter a cirurgias plásticas com ele. Em outra rede social, funcionários tentavam angariar apoio ao médico, com relatos de procedimentos bem sucedidos.

O profissional prestou depoimento na tarde desta segunda. À polícia, ele negou que estivesse mantendo a mulher em cárcere privado. Segundo ele, a alta médica não era recomendada no caso dela e só poderia ser feita à revelia, ou seja, quando o paciente assina um termo de responsabilidade, o que a paciente não teria feito. Até o fim da tarde, ela não tinha sido transferida.

QUEIXAS

Na tarde de ontem, pelo menos quatro mulheres se apresentaram à Deam para prestar queixa do médico.

O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) soltou uma curta nota no fim da tarde de ontem sobre o caso: "Tendo conhecimento do caso pela imprensa, o Cremerj abriu sindicância para apurar os fatos. Todo procedimento segue em sigilo de acordo com os ritos do Código de Processo Ético-Profissional".

Outras investigações da Polícia

O cirurgião plástico Bolívar Guerrero Silva já foi suspenso de praticar a medicina em dezembro do ano passado. A punição foi concedida pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj), por ter entendido que o profissional violou uma série de artigos do Código de Ética Médica.

A notificação foi publicada em 21 de dezembro de 2021 e suspendia Silva de praticar a profissão até o dia 19 do mês seguinte. Segundo o Cremerj, ele infringiu cinco artigos do código de ética aprovado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).

Outra justificativa dada pelo Cremerj para a suspensão foi a violação do artigo 69, que proíbe "exercer simultaneamente a Medicina e a Farmácia" ou "obter vantagem pelo encaminhamento de procedimentos, pela comercialização de medicamentos, órteses, próteses ou implantes de qualquer natureza".

Apesar das infrações, o perfil de Bolívar Guerrero Silva aparecia com situação "regular" no site do Conselho Federal de Medicina nesta segunda. Segundo o cadastro, ele teria começado a exercer a profissão no Brasil em 1996.

Em 2010, Bolívar e outros oito médicos foram presos na operação Beleza Pura, da Polícia Civil do Rio, após uma denúncia feita pelo Ministério Público do Estado por "falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins medicinais". No processo, o grupo também respondeu por "associação criminosa" e "crimes contra as relações de consumo".

À época, o grupo respondeu pela comercialização de medicamentos piratas e sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Entre os produtos apreendidos, foram encontradas grandes quantidades da toxina botulínica (Botox), gliconato hidrostático de magnésio (Carboxi), polimetilmetacrilato e ácido hialurônico.

DEFESA

Em um vídeo, uma funcionária se declarou como a responsável por administrar os canais online do profissional e implorou para que todas as "bolivetes" publicassem relatos positivos sobre ele.

"É muita maldade, ruindade. Estas mulheres já acostumaram a ganhar dinheiro nas costas dele", diz um trecho. "Peço a todas que ajude e não deixe que mais uma detone o nosso querido Boliva", escreveu. A reportagem não conseguiu contato com a defesa.

Por ciúmes do filho, sogra teria encomendado morte de nora por R$ 300

Foto: Divulgação
Investigações da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), apontam que Andres Eduardo Munoz Pinto, de 31 anos, recebeu R$ 300, para matar Yeimy Yenileth Rodriguez, de 27 anos, supostamente a mando, da sogra dela Tereza de Jesus Hernandez Beomon, de 37 anos.

De acordo com a delegada Debora Barreiros, Andres tinha um relacionamento com uma sobrinha de Teresa, e já se conheciam desde que saíram da Venezuela para tentar uma vida melhor em Manaus.

Não suportando mais o fato de que seu filho de 16 estaria vivendo junto com Yeimy, ela teria dado R$ 300 para que Andres matasse a nora; a vítima foi encontrada com 12 facadas pelo corpo dentro da própria casa. A princípio, investigações apontavam que a morte teria sido um latrocínio, mas testemunhas já apontavam sobre a rivalidade de sogra e nora.

Com o dinheiro em mãos, Andres fugiu para Boa Vista, em Roraima, mas acabou sendo identificado e preso. Em depoimento, já na DEHS, confessou a motivação.

A dupla responderá por homicídio.

Portal do Holanda

Noiva morre por bala perdida após convidado atirar para comemorar casamento

Foto: Reprodução / Redes Sociais
Uma mulher foi morta durante o seu próprio casamento ao ser atingida por uma bala perdida, disparada por um convidado para comemorar a união.

Segundo o Extra, Mahvash Leghaei, de 24 anos, estava brindando seu casamento após a cerimônia no Irã quando o tiro foi disparado de um rifle de caça de alta potência. Acredita-se que a bala tenha atravessado diretamente o crânio da vítima.

"Recebemos uma ligação de emergência de tiros em um salão de casamentos na cidade de Firuzabad e os policiais foram enviados imediatamente", disse o porta-voz da polícia local, coronel Mehdi Jokar. "Os policiais descobriram que alguém havia disparado com um rifle de caça como parte da tradição nômade local, mas infelizmente por causa da multidão e do mau controle da arma, ele conseguiu atirar em três pessoas, dois homens e a noiva. O atirador fugiu da área, mas a polícia localizou o homem ainda com o rifle de caça não licenciado que havia sido disparado no casamento", finalizou.

A noiva chegou a ser levada para um hospital, onde ficou internada em coma. Mahvash não resistiu ao ferimento e acabou morrendo. 

Bolsonaro repete mentiras sobre urnas e faz novas ameaças golpistas em fala a embaixadores

O presidente Jair Bolsonaro (PL) fez uma apresentação nesta segunda-feira (18) a dezenas de embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada para repetir teorias da conspiração sobre urnas eletrônicas, desacreditar o sistema eleitoral, promover novas ameaças golpistas e atacar ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).

O chefe do Executivo concentrou suas críticas nos ministros Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso.

Fachin é o atual presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Barroso presidiu a corte eleitoral, e Moraes deve comandar o tribunal durante as eleições.

O mandatário acusou o grupo de querer trazer instabilidade ao país, por desconsiderar as sugestões das Forças Armadas para modificações no sistema, a menos de três meses da disputa.

"Por que que um grupo de três pessoas apenas quer trazer instabilidade para o nosso país, não aceita nada das sugestões das Forças Armadas, que foram convidadas?", disse.

Em mais de um momento, Bolsonaro tentou desacreditar os ministros, relacionando especialmente Fachin e Barroso ao PT e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O petista lidera as pesquisas de intenção de voto, a menos de 80 dias do pleito. Bolsonaro está em segundo lugar, com 19 pontos de diferença, segundo o Datafolha.

Inicialmente, o encontro estava fora da agenda, apesar de o próprio presidente já ter falado dele publicamente em mais de uma ocasião. Entrou à noite na agenda pública como "Encontro com chefes de Missão Diplomática", sem a relação de quem estava presente.

Apenas o chefe do Executivo falou. Ele levou aos representantes diplomáticos críticas e ataques que já vem repetindo internamente desde o ano passado.

No início do encontro, Bolsonaro disse que basearia a apresentação em um inquérito da PF (Polícia Federal) sobre o suposto ataque hacker ao TSE durante as eleições de 2018.

Trata-se do mesmo inquérito divulgado pelo presidente em entrevista à rádio Jovem Pan, em 4 agosto de 2021, quando ele leu trechos da investigação da PF. Um outro inquérito foi aberto pelo STF para investigar o vazamento da apuração, com Bolsonaro e o deputado bolsonarista Filipe Barros (PL-PR) entre os alvos.

"Segundo o TSE, os hackers ficaram por oito meses dentro do computador do TSE, com código-fonte, senhas —muito à vontade dentro do TSE. E [a Polícia Federal] diz, ao longo do inquérito, que eles poderiam alterar nome de candidatos, tirar voto de um e mandar para o outro", disse Bolsonaro.

Na fala aos embaixadores, Bolsonaro adotou um tom manso em sua fala, como se buscasse dar um verniz de seriedade a mais um punhado de ilações sem provas ou indícios ao sistema eleitoral, no momento em que aparece distante do ex-presidente Lula nas pesquisas de intenção de voto.

No Brasil, nunca houve registro de fraude nas urnas eletrônicas, em uso desde 1996.

Bolsonaro também voltou a atacar os ministros Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, presidente do TSE, e Alexandre de Moraes, que assumirá o comando da corte Eleitoral em 16 de agosto.

"O senhor Barroso, também como o senhor Fachin, começaram a andar pelo mundo me criticando, como se eu estivesse preparando um golpe por ocasião das eleições. É o contrário o que está acontecendo."

O presidente ainda sugeriu que os ministros atuariam no TSE para barrar medidas de transparência. O objetivo, segundo Bolsonaro, seria eleger "o outro lado".

"Eu ando o Brasil todo, sou bem recebido em qualquer lugar. Ando no meio do povo. O outro lado, não. Sequer come no restaurante do hotel, porque não tem aceitação. Pessoas que devem favores a eles não querem um sistema eleitoral transparente. Pregam o tempo todo que, após anunciar o resultado das eleições, os chefes de Estado dos senhores devem reconhecer o resultado das eleições", disse.

Antes da apresentação do presidente começar, o telão passava imagens de motociatas dele com seus apoiadores pelo país.

Durante o discurso, Bolsonaro fez novas insinuações golpistas e disse que o Brasil só terá "paz" caso o TSE adote medidas para alterar o funcionamento das urnas eletrônicas. O presidente também se utilizou das Forças Armadas, que sugeriram mudanças no sistema eleitoral ao TSE, para se contrapor ao TSE.

"Nem um sistema informatizado pode dar garantia de 100% de segurança. As Forças Armadas, das quais sou comandante supremo: ninguém mais do que nós quer estabilidade em nosso país."

O chefe do Executivo também comentou que os observadores internacionais que acompanham as eleições não poderão analisar a integridade do sistema, porque não há voto impresso.

A respeito disso, o TSE já disse que organismos internacionais especializados em observação, como OEA e IFES, já iniciaram análise técnica sobre a urna eletrônica, com peritos em informática, acesso ao código-fonte e todos os elementos necessários para avaliarem a transparência e integridade do sistema eletrônico de votação.

Até maio, estavam confirmadas as participações de missões de observação eleitoral da OEA, do Parlamento do Mercosul (Parlasul) e da Rede Eleitoral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

As declarações de Bolsonaro, em ataque ao sistema eleitoral e a ministros do TSE e STF, foram transmitidas pela TV Brasil. Apesar de o encontro ter sido anunciado como uma reunião, nenhum embaixador ou ministro do governo teve oportunidade de discursar.

Estiveram presentes os ministros Augusto Heleno (GSI), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-Geral), Ciro Nogueira (Casa Civil), Paulo Sérgio Nogueira (Defesa), Célio Faria (Secretaria de Governo) e Wagner Rosário (CGU).

Ex-ministro da Defesa e provável vice de Bolsonaro na chapa que busca reeleição, Walter Braga Netto também acompanhou a fala do chefe do Executivo. Tanto ele, quanto Nogueira atuam na campanha do presidente.

Aos embaixadores Bolsonaro voltou a reproduzir teorias contadas sobre o funcionamento das urnas em 2018. Ele citou que muitas pessoas queriam votar no 17, mas as urnas indicavam voto no 13, número de seu adversário, Fernando Haddad (PT).

A história foi alimentada por vídeos que circularam nas redes sociais no dia da eleição, um deles reproduzido pelo ex-deputado estadual Fernando Francischini (União-PR), aliado de Bolsonaro que foi cassado pelo TSE no ano passado por ter espalhado desinformação sobre as urnas eletrônicas.

O TSE demonstrou que o problema apontado nos vídeos ocorreu por causa de um erro cometido pelos eleitores que gravaram as imagens, e não por causa da urna. Eles usaram o número de Bolsonaro para votar para governador, num estado em que o partido de Bolsonaro não tinha candidato, antes de votar para presidente.

As declarações de Bolsonaro sobre a não confiabilidade das urnas têm sido contestadas pelo TSE desde o ano passado.

A corte já disse que o inquérito a que o presidente se refere não concluiu que houve fraude no sistema eleitoral em 2018 ou que poderia ter havido adulteração dos resultados, ao contrário do que disse o mandatário.

De acordo com nota do tribunal de agosto do ano passado, "o próprio TSE encaminhou à Polícia Federal as informações necessárias à apuração dos fatos e prestou as informações disponíveis. A investigação corre de forma sigilosa e nunca se comunicou ao TSE qualquer elemento indicativo de fraude".

O texto disse ainda que o episódio da invasão do hacker, que ocorreu em 2018, ​"foi divulgado à época em veículos de comunicação diversos. Embora objeto de inquérito sigiloso, não se trata de informação nova".

O TSE disse que o acesso dos hackers "não representou qualquer risco à integridade das eleições de 2018", porque o código fonte dos programas passa por sucessivas verificações e testes, identificando possíveis manipulações."Nada de anormal ocorreu", disse à época.

O presidente repetiu ainda, nesta segunda, que apenas outros dois países no mundo teriam sistema de urnas eletrônicas sem voto impresso, Bangladesh e Butão.

De acordo com uma nota do TSE no ano passado, esses equipamentos são utilizados em outros países, como em parte da França e dos Estados Unidos.

Bolsonaro nunca apresentou provas ou indícios sobre as urnas, mas repete o discurso golpista como uma forma de esconder os problemas de seu governo, a alta reprovação e as recentes pesquisas.

Por meio de uma profusão de mentiras, Bolsonaro vem fomentando a descrença nas urnas. No entanto, ao invés de ser barrado por aqueles ao seu redor, o mandatário tem contado com o respaldo de militares, membros do alto escalão do governo e seu partido em sua cruzada contra a Justiça Eleitoral.

As Forças Armadas têm repetido o discurso de Bolsonaro. Em ofício recente, solicitaram ao TSE todos os arquivos das eleições de 2014 e 2018, justamente os anos que fazem parte da retórica de fraude do presidente.

Antes de ser eleito em 2018, Bolsonaro já dizia que só não ganharia se houvesse fraude.

O discurso aparenta assim funcionar como um plano B para o caso de perder o pleito. Também funcionou como uma tentativa de pressionar o Congresso pela aprovação do voto impresso.

No ano passado, veio a mais forte ameaça golpista ligada ao tema. Em conversa com apoiadores, Bolsonaro disse que "a fraude está no TSE" e ainda atacou o então presidente da corte eleitoral e ministro do STF, Luís Roberto Barroso, a quem chamou de "idiota" e "imbecil".

"Não tenho medo de eleições, entrego a faixa para quem ganhar, no voto auditável e confiável. Dessa forma [atual], corremos o risco de não termos eleição no ano que vem", disse.

A fala ocorreu após uma sequência. No dia anterior, também ao falar com apoiadores, o mandatário fez outra ameaça semelhante: "Ou fazemos eleições limpas no Brasil ou não temos eleições".

Pesquisa Datafolha mostrou que, em meio à ofensiva feita por Bolsonaro, o percentual de eleitores que confiam nas urnas eletrônicas passou de 82%, em março, para 73%, em maio.​