Quando o calo da vida aperta, a quem você procura? Milhares de pessoas em todo o Brasil lançam mão do celular e discam 188. É o número do Centro de Valorização da Vida (CVV), serviço voluntário gratuito de apoio emocional para quem deseja e precisa conversar.
Sob total sigilo e anonimato, as ligações acontecem a qualquer hora do dia ou da noite. O atendimento funciona 24 horas – seja por telefone, chat, e-mail ou pessoalmente. É coisa tão rara quanto bonita: saber que, do outro lado da linha ou da tela, haverá alguém disposto a escutar. Fazer companhia, auxiliar na iluminação dos caminhos.
Francival Pires faz parte desse time. É cearense atento. Gosta de cuidar. Faz 30 anos que ele doa o próprio tempo aos fins de semana para ajudar a salvar vidas. A sentença não é exagero. Já perdeu a conta de quantos atendimentos realizou nos quais a escuta ativa foi fundamental para que os abalos emocionais de outro fossem acalmados. Vislumbrassem novo futuro.
“Tudo o que a gente fala na ligação vem da própria pessoa que busca o serviço. Não fazemos aconselhamento convencional – no qual alguém liga, pede um conselho e recebe orientações de como proceder. Pelo contrário: trabalhamos na base do questionamento para ajudar a pessoa a pensar e, assim, fazer com ela própria tome uma decisão”, conta o economista.
Em resumo: tornam tudo menos turvo, apascentam o caos. E pensar que, no caso de Francival, a jornada começou com simples convite… Era 1995 quando uma voluntária veterana do CVV o interpelou a participar do serviço. “Sábado que vem vamos começar um curso para novos voluntários, você não gostaria de participar?”. Foi o suficiente.
Com informações do Diário do Nordeste