quarta-feira, 10 de setembro de 2025

Vídeo: Homem flagra esposa deixando motel na garupa da moto do amante que se alegava não gostar de mulher

O clima esquentou em Entre Rios, Bahia, depois que um homem flagrou a própria esposa saindo de um motel da cidade acompanhada do amante. O caso aconteceu no Motel Diamante e rapidamente viralizou nas redes sociais, gerando uma enxurrada de comentários.

O flagrante ocorreu no momento exato em que a mulher deixava o local na garupa de uma motocicleta, logo após se encontrar com o amante. As imagens e relatos ganharam repercussão e abriram debate entre moradores sobre traição, confiança e relacionamentos modernos.

Veja vídeo AQUI.

Apesar da exposição, não houve registro de confusão ou violência no local.

terça-feira, 9 de setembro de 2025

Saiba como fazer boletim de ocorrência pela internet sem sair de casa

Simples e prático, fazer boletim de ocorrência digital evita que o cidadão perca tempo indo a uma delegacia.

Em quais casos posso fazer um boletim de ocorrência?

Todos os casos abaixo podem ser registrados pela internet no portal da Polícia Civil:

- Extravio
- Dano
- Acidente de trânsito
- Injúria
- Furto
- Difamação
- Roubo a pessoa
- Calúnia
- Desaparecimento de pessoa
- Roubo a residência
- Violação de domicílio
- Maus-tratos aos animais
- Estelionato 
- Ameaça
- Furto qualificado (arrombamento)
- Crime contra o idoso
- Apropriação indébita
- Crime contra o consumidor
- Preconceito - Raça ou Cor
- Preconceito - Conduta Homofóbica
- Preconceito - Conduta Transfóbica
- Outros fatos não delituosos

Como registrar o B.O.?

Para fazer o registro de um boletim de ocorrência pela internet, o usuário deve obrigatoriamente ser maior de 18 anos, ter documentos válidos e possuir endereço fixo e endereço de e-mail válidos.

Os dados são importantes por dois motivos: com eles, a polícia tanto pode entrar em contato com o cidadão, caso necessário, como pode investigá-lo em casos em que a denúncia se prove falsa.

Em seguida, é necessário descrever a ocorrência com todos os detalhes possíveis.

Justiça manda soltar suspeito de roubar arma de PM baleado no pescoço

A Justiça de São Paulo mandou soltar Gabriel Vieira dos Santos, suspeito de roubar a arma do cabo da Polícia Militar (PM) Johannes Santana, baleado no pescoço durante uma abordagem, em Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, no último dia 7 de agosto.

A decisão foi assinada pela juíza Juliana Dias Almeida de Filippo, na última sexta-feira (5/9). A determinação da magistrada aconteceu junto com a negativa para a prisão preventiva de Gabriel, levando em conta o fato de o suspeito ser réu primário e ter bons antecedentes.

“Não se verifica, a princípio, qualquer comportamento do corréu Gabriel que justificasse a medida extrema da segregação cautelar”, explica a juíza. Ela ainda completa dizendo “que as medidas cautelares diversas da prisão se revelariam suficientes à hipótese”.

Mesmo solto, Gabriel deve cumprir duas medidas cautelares: comparecimento bimestral em juízo para justificar suas atividades e proibição de se ausentar da comarca por prazo superior ao de sete dias, sem autorização prévia do juízo.

Um eventual descumprimento das cautelares poderá resultar na decretação de prisão preventiva.

Prisão de Gabriel

- Gabriel Vieira dos Santos foi preso pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) dois dias após o crime.

- Com o detido, as autoridades também recuperaram a pistola usada pelo policial militar no momento em que foi baleado e uma lanterna.

- O suspeito foi encaminhado à sede do departamento.

Prisão preventiva para atirador foragido

No mesmo documento em que determinou a soltura de Gabriel, a juíza decretou a prisão preventiva de Kauan Alison Alves dos Santos.

Na decisão, a magistrada afirmou que existe prova de materialidade e indícios da autoria no disparo contra o pescoço do policial militar. Além disso, há a previsão do suspeito ser punido com uma pena privativa de liberdade máxima superior a quatro anos.

PM baleado no pescoço

No dia 7 de agosto, o cabo da Polícia Militar (PM) Johannes Santana foi baleado no pescoço durante uma abordagem policial na favela de Paraisópolis.

Em imagens da câmera corporal do agente, é possível ver toda a dinâmica de perseguição do suspeito até a chegada do socorro para atender socorrer o policial. Ele fica cerca de três minutos em contato com o Copom.

Santana repete várias vezes que foi baleado, que teve a arma roubada e que está sangrando. É possível ver que em em alguns momentos ele pergunta aos moradores que testemunharam a ocorrência se foi atingido por uma pedra ou um tiro.

As imagens também revelam a dinâmica da perseguição que resultou no PM baleado. O agente, em uma moto, segue o suspeito até conseguir alcançá-lo em uma travessa da favela.

Durante a abordagem, populares que presenciavam a cena se aproximam e questionam a ação do PM dizendo para ele abaixar a arma. “Ae rapaziada cola ai, vamos ajudar o moleque”, diz uma das testemunhas. Enquanto isso, o suspeito resiste à abordagem policial.

Em um determinado momento, uma testemunha tenta puxar o suspeito e evitar a imobilização policial. Posteriormente, começa uma luta corporal em que o suspeito fica próximo à cabeça do agente, levanta a arma e atira à queima-roupa no pescoço do PM. Pelas imagens corporais, nota-se que o cabo Santana não percebe que o suspeito está armado.

Após o disparo, o policial cai ofegante no chão, e os vizinhos começam a gritar. Imediatamente, ele aciona o Copom e pede apoio, avisando que foi baleado e que teve a arma roubada pelos suspeitos. “Roubaram minha arma. Estou baleado.”

Após alguns segundos, o cabo Santana se levanta e chega a perguntar aos moradores da região se havia levado uma pedrada ou um tiro: “Foi tiro, moço. Foi tiro”. Posteriormente, ele volta a pedir socorro no Copom, dizendo que está perdendo os sentidos.

Ao fim do vídeo, o policial relata estar vendo uma sirene policial na região, mas que passou reto e não foi lhe socorrer. Depois de poucos minutos, chegaram viaturas da Rotam e a equipe o socorreu.

O PM foi hospitalizado, permaneceu internado por um dia. Depois de passar por uma tomografia que confirmou a asuência de problemas mais sérios em razão do disparo no pescoço, ele recebeu alta médica.

Buscas pelo atirador

A PM ainda procura pelo atirador flagrado nas imagens da ação há dois dias em Paraisópolis.

Ele foi identificado como Kauan Alison Alves dos Santos, de 20 anos, e tem passagens criminais por roubos desde a adolescência — são dois atos infracionais, registrados em 2022, um no ano de 2023 e uma passagem quando já adulto, em 2024.

Fonte: Metrópoles

Entregador de aplicativo apanha da namorada em delegacia após ser preso com drogas

Um entregador de aplicativo foi preso na noite desta segunda-feira (8) após ser flagrado transportando um tablete de maconha na avenida Buriti, localizada no Distrito Industrial, zona Sul de Manaus. Segundo informações da polícia, durante a abordagem o homem confessou que estava realizando apenas o transporte da droga e que o destino final seria o Porto de Manaus, no Centro da capital. O suspeito, que já possui passagens pela polícia, não revelou quem seria o destinatário do entorpecente. A namorada do suspeito esteve na delegacia e chamou atenção por, revoltada, ter desferido um tapa no homem.

O entregador foi conduzido ao 1° Distrito Integrado de Polícia (DIP), onde foi apresentado aos policiais civis para os procedimentos cabíveis. O caso segue sob investigação, a fim de identificar possíveis envolvidos no esquema de tráfico de drogas.

Fonte: Portal CM7

Ao apostarem em bets como fator arrecadador, prefeituras submetem a população a uma roleta-russa

Foto: Shutterstock/Saulo Ferreira Angelo
No Ceará, silenciosamente, prefeituras tentam criar suas próprias loterias
Autoridades federais precisam intervir para dar freio à sanha lotérica dos prefeitos; riscos podem ser muito altos
Num surto de criatividade arrecadatória, ao menos, 12 prefeituras cearenses decidiram instituir loterias municipais que incluem a famigerada modalidade “bet”, as apostas de cota fixa que inundaram o País com promessas de riqueza fácil e lucros ilusórios. Com base em uma brecha jurídica aberta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2020, que reconheceu a competência dos entes subnacionais para explorar loterias, os prefeitos vêm se apoiando nessa decisão para criar mecanismos que, na prática, legitimam um modelo altamente nocivo à população mais vulnerável. 

É fato que os municípios enfrentam dificuldades orçamentárias e buscam novas formas de financiar políticas públicas. Mas há limites éticos e constitucionais para isso.  

Ao promoverem as “bets” como solução fiscal, os prefeitos ignoram o impacto social comprovado desse tipo de aposta: dependência, endividamento, desestruturação familiar e aprofundamento das desigualdades.  

Estudos recentes sugerem que são os mais pobres, justamente o público-alvo de programas sociais, os que mais sofrem com as apostam, na esperança vã de sair da miséria por meio da sorte. Em vez de proteger essas pessoas, o poder público, ao entrar neste ramo, acaba correndo o risco de potencializar a fragilidade. Uma roleta-russa com a população. 

Autoridades precisam intervir 
Não se trata apenas de um debate jurídico, que aliás ainda está em curso no STF por meio de uma ADPF.  Em nome da legalidade, da moralidade administrativa e da proteção social, é urgente que o STF imponha freios a essa sanha lotérica.  

Os municípios não podem se transformar em operadores de apostas, muito menos sem considerar os impactos sociais profundos que esse modelo pode causar. Estamos diante de um risco institucional: se cada prefeitura resolver explorar o vício como política de arrecadação, abriremos um precedente perigoso e corrosivo para o pacto federativo e para a cidadania. 

O argumento da arrecadação, portanto, não resiste a um exame mais profundo. O verdadeiro papel do Estado, sobretudo no nível municipal, é proteger a sua população, especialmente os mais pobres, e não expô-la ainda mais às armadilhas do jogo.

Diário do Nordeste

'Bet municipal': ao menos 12 prefeituras do Ceará criam loterias próprias em meio à incerteza no STF

Foto: Divulgação/Loterias Caixa
As leis municipais preveem uma série de modalidades lotéricas para exploração, entre elas, as apostas de quota fixa, conhecidas como "bets".
O Supremo analisa mais uma ADPF que questiona a legalidade e constitucionalidade das loterias municipais
Desde que o Supremo Tribunal Federal (STF) refutou o monopólio da União na exploração de loterias, em 2020, estados e municípios começaram a se organizar para operar o serviço. No Ceará, o “boom” veio neste ano: ao menos 12 prefeituras sancionaram leis criando loterias municipais – algumas já regulamentadas e em processo de concessão.

Já o Estado apenas editou decreto, em 2024, regulamentando novas modalidades de apostas no âmbito da Lotece, que existe há décadas. Por exemplo, agora vai poder explorar as apostas de quota fixa, conhecidas popularmente como “bets”. 

Por ser uma categoria prevista em legislação federal, alguns municípios também incluíram esse tipo de aposta no seu rol de exploração. 

Além desta, devem ser ofertadas as modalidades de lotérica passiva (bilhetes previamente enumerados), de resultado instantâneo (as chamadas "raspadinhas") e de prognósticos específicos (como a Timemania), numéricos (apostador tenta prever os números sorteados) e esportivos (apostador tenta prever o resultado dos eventos esportivos).

Em consulta aos Diários Oficiais dos municípios, o PontoPoder constatou a criação das seguintes loterias no âmbito dos governos municipais:
  • Loteria Municipal do Povo de Caucaia (LOTEPOCA);
  • Loteria do Município de Barbalha;
  • Loteria Municipal de Irauçuba;
  • Loteria Municipal de Apuiarés (LOTOAPUIARÉS);
  • Loteria Municipal de Itapajé;
  • Loteria Municipal de Tauá;
  • Loteria Municipal de Itapipoca;
  • Loteria Municipal de Novo Oriente (LOTOORIENTE);
  • Loteria Municipal de Jaguaribara;
  • Loteria Municipal de Capistrano (CAPISORTE);
  • Loteria Municipal de Frecheirinha;
  • Loteria Municipal de Saboeiro.
Com a venda dos bilhetes e das apostas, as administrações esperam gerar uma nova fonte de receita para políticas públicas, já que, entre as três instâncias da federação, os municípios são os organismos com menor capacidade de arrecadação. Mesmo assim, assumem encargos volumosos. 

Apesar da iniciativa, a exploração por entes subnacionais não está completamente pacificada no meio jurídico, já que o STF analisa mais uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) sobre o assunto. 

A petição foi protocolada em março deste ano pelo partido Solidariedade e distribuída ao ministro Kassio Nunes Marques em sequência. A Procuradoria-Geral da União (PGR) ainda não se manifestou no processo. 

Entenda a burocracia das loterias
Há 25 normas federais, entre leis, decretos, portarias e ato declaratório, versando sobre a regulamentação e operação financeira das loterias. Ter a referência da União nesse caso é importante porque o STF reconheceu a competência exclusiva dessa instância em matéria de legislação. 

Já a competência material para a exploração das loterias é diversa, ainda segundo o entendimento do Supremo de 2020. Nenhuma das regras citadas acima tratam expressamente sobre a exploração desse serviço por entes municipais – seja para autorização, seja para vedação –, mas são espelhadas nas normas locais.

Para a presidente da Associação Nacional das Loterias Municipais e Estaduais (Analome), Camila Brito, existe inércia do Congresso Nacional sobre o tema. 

“O Congresso vai ter que se manifestar, porque esse vácuo de decisão tem que ser resolvido no Congresso. [...] A gente sempre participa de eventos em Brasília, tenta conversar com um com outro congressista”, comentou.

As modalidades lotéricas mencionadas no início da reportagem estão ancoradas na Lei Federal nº 13.756/2018 e na Lei 14.790/2023, que trata especificamente das apostas de quota fixa. 

O texto classifica esse tipo como “fator de multiplicação do valor apostado que define o montante a ser recebido pelo apostador, em caso de premiação, para cada unidade de moeda nacional apostada”. Das 12 prefeituras observadas pelo PontoPoder, 11 adotam essa categoria de jogo.

Somente Caucaia não indica a exploração de apostas de quota fixa pelo município, apesar de classificar como “bet” os concursos de prognósticos esportivos, em que o apostador tenta prever o resultado de eventos esportivos, nos termos da legislação. 

A lei que criou a Lotepoca prevê, ainda, "a regulação, assim como a vedação de plataformas não autorizadas (chamadas bets)”, diz nota da Prefeitura de Caucaia enviada ao PontoPoder. Ali, o foco são as loterias físicas e os jogos digitais, regulamentados em decreto. 

Para onde vai o dinheiro?
Assim como a cidade da Região Metropolitana de Fortaleza, as demais buscam reforçar o caixa de áreas como assistência e desenvolvimento social, cultura, educação, direitos humanos, turismo, esporte, saúde e segurança pública. 

Algumas cidades, como Apuiarés, afunilam os objetivos da receita líquida, direcionando-a à Saúde, um dos setores mais onerosos da administração pública.

Barbalha, por sua vez, especifica a proporção que cada área deve receber com o aporte das loterias da seguinte forma: 45% para combate à fome e redução da pobreza, 45% para fortalecimento dos serviços sociais e 10% para segurança pública.

Capistrano também prevê a destinação do dinheiro às secretarias de Saúde, de Trabalho e Assistência Social e de Esporte e Lazer, além do mínimo de 10% da arrecadação de prognósticos esportivos para um Fundo Municipal de Esporte.

Já o desconto do valor bruto da arrecadação será distribuído entre o pagamento de prêmios aos vendedores das apostas, ao recolhimento do imposto de renda incidente sobre a premiação e a cobertura das despesas de custeio e manutenção da operação da loteria municipal.

As atividades nas cidades observadas podem ser tocadas pelas próprias prefeituras ou delegadas a terceiros, por meio de concessões, Parcerias Público-Privadas (PPPs) e outros dispositivos. Isso exige contratações via licitações, publicadas no Diário Oficial da União (DOU). 

Em contato com a Prefeitura de Barbalha, a reportagem foi informada de que ainda não há decreto de regulamentação nem o serviço começou a ser explorado. Sobre a operação em si, explicou que “a empresa que solicita o serviço, o município só fiscaliza a cobrança do imposto sobre o serviço”. 

Até o momento, apenas uma empresa acionou a gestão com esse objetivo, completa a nota. O PontoPoder não encontrou o edital licitatório em consulta ao DOU e ao sistema de licitações dos municípios disponibilizado pelo Tribunal de Contas do Estado do Ceará (TCE-CE). A Prefeitura foi novamente contatada para explicar, mas não houve retorno.

Caucaia, por sua vez, informou que “o processo de seleção do operador responsável está em fase de elaboração do edital, que será encaminhado ao setor de licitações e seguirá rigorosamente a Lei de Licitações e Contratos Administrativos”.

Prevenção de fraudes e crimes financeiros
As legislações municipais também se comprometem a adotar sistemas de garantia contra fraude e adulteração dos bilhetes. A fiscalização ficará a cargos de secretarias específicas, normalmente as de Finanças ou da Fazenda nos municípios. 

Algumas cidades são mais objetivas no que diz respeito às sanções em casos de irregularidades. Caucaia, Barbalha, Itapajé e Capistrano, por exemplo, impõem punições como multa diária, interdição de estabelecimentos, bloqueio de plataformas eletrônicas irregulares, além daquelas de teor civil e penal.

A representante da Analome destacou a importância de o município contratar operadores qualificados, exigindo comprovação de capital social e tempo de experiência para garantir a capacidade financeira de pagar os prêmios, por exemplo.

Também em poucos casos, as prefeituras especificam procedimentos de segurança e transparência, como a comunicação ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) de dados pertinentes a prevenção da lavagem de dinheiro e do financiamento ao terrorismo. 

Há a previsão, ainda, de implementar programas de compliance e de jogo responsável, a fim de prevenir o vício, nas respectivas jurisdições.

Nos últimos anos, o Coaf tem fortalecido o intercâmbio de informações e o desenvolvimento de ações em parceria com a Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda (SPA/MF). Essa articulação institucional visa coibir a atuação de empresas sem autorização para explorar apostas de quota fixa.

Entre as suas atribuições, o órgão recebe, examina e identifica informações relacionadas a suspeitas de atividades ilícitas, produzindo e gerenciando informações de inteligência financeira.

O acompanhamento dos fluxos financeiros das loterias federais já ocorre há mais tempo. Em relatórios anteriores, relativos aos anos entre 2002 e 2006, o Coaf já apontou indícios de lavagem de dinheiro em loterias da Caixa Econômica Federal com suposta conivência de funcionários, usando mecanismos como a compra de bilhetes premiados de vencedores reais. 

Aliado a isso, a SPA/MF editou portaria em 2024 com as políticas, procedimentos e controles internos de prevenção à lavagem de dinheiro, ao financiamento do terrorismo e à proliferação de armas de destruição em massa, além de outros delitos correlatos, que devem ser adotados pelos agentes operadores de apostas de quota fixa.

Entre as exigências, a apresentação de um relatório anual à SPA/MF até 1º de fevereiro do ano subsequente, detalhando as boas práticas de combate a irregularidades e crimes.

Competência material x legislativa
Sem legislação federal específica, os municípios aproveitam as entrelinhas do julgamento de 2020 sobre das Arguições de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPFs) 492 e 493 e da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4986.

No pedido para ingressar como amicus curiae em outro processo – este em curso, a ADPF 1212 – a Associação Nacional das Loterias Municipais e Estaduais resgatou os votos de Gilmar Mendes e de Alexandre de Moraes naquela ocasião. 

Os ministros enquadraram as loterias como típicas atividades de serviço público, das quais se podem extrair diferenciações a respeito da competência legislativa sobre o assunto, restrita à União, e da competência material de exploração do serviço, que não é monopólio do Governo Federal. Veja os trechos destacados na petição da Analome:

Me parece acertado inferir que as legislações estaduais (ou municipais) que instituam loterias em seus territórios tão somente veiculam competência material que lhes foi franqueada pela Constituição. [...] É lícito concluir, portanto, que a competência da União para legislar exclusivamente sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive loterias, não obsta a competência material para a exploração dessas atividades pelos entes estaduais ou municipais

Gilmar Mendes
Ministro do STF

Por não existir expressa vedação aos estados e municípios, a União não poderia – nos termos do art. 19, III, da Constituição, que consagra uma das importantes vedações federativas –, ao exercer sua competência legislativa privativa, criar distinções ou preferências entre União e estados, entre União, estados e municípios ou entre estados diversos.

Alexandre de Moraes
Ministro do STF

A discussão, contudo, não parou por aí. O partido Solidariedade (SD) ajuizou a ADPF 1212 pedindo, em caráter liminar, a nulidade de todas as leis municipais que instituíram loterias e dos procedimentos licitatórios em curso, bem como a exploração dos serviços já licitados.

No mérito, pede que o STF declare a inconstitucionalidade das normais locais que estabeleçam sistema lotérico, sorteios ou sistemas de apostas próprios, e que oriente os Municípios a não editarem tais leis.

A legenda argumenta que, ao criar benefícios próprios de arrecadação “em detrimento da União e dos estados” e supostamente servir de “refúgio a agentes nocivos do mercado de apostas”, os municípios enfraquecem a ideia de livre concorrência, invadem a competência legislativa privativa da União e afrontam o princípio federativo – tópicos previstos na Constituição Federal de 1988.

O SD alega, ainda, que as prefeituras tiveram uma interpretação equivocada de decisões anteriores do STF, que teriam assentado a competência material dos estados na questão das loterias, sem abranger a jurisdição municipal. 

Para isso, cita casos de cidades paulistas, mineiras, goianas, paranaenses e gaúchas, além de uma carioca (Miguel Pereira) e outra potiguar (Bodó). Segundo a Analome, as duas últimas são algumas das poucas com loterias em funcionamento no Brasil atualmente.

A denúncia do partido aponta que empresas como a AMZ Loterias do Brasil Ltda., vencedora em São Vicente/SP e operadora em Poá/SP, não constam na lista de autorizadas pela SPA/MF. Em complemento, a "Poá da Sorte" oferece jogos como "Cigana da Sorte" e "Caçador de Prêmios", prática não regulamentada.

Outra prática suspeita, segundo o SD, é a concessão com valores ínfimos e a ausência de controle federal, como detectado em Bodó. Ali, 38 empresas foram credenciadas para explorar serviços lotéricos virtuais por uma outorga de R$ 5 mil, valor bem distante do teto de R$ 30 milhões estipulado pelo Ministério da Fazenda. 

Quanto a isso, a Analome ressalta que os entes federados têm autonomia para definir o valor da outorga. “Vale salientar que, além da outorga fixa, podem ser criadas outorgas variáveis. Alguns municípios exploram mais a outorga variável, outros exploram mais a fixa. A lei diz que pode ser de até R$ 30 milhões”, diz Camilo Brito.

Do outro lado do cabo de guerra, aliada à argumentação do SD, está a Advocacia-Geral da União (AGU). Como representante do Poder Executivo Federal, tem se manifestado pela falta de respaldo constitucional e legal das loterias municipais.

Esta postura é consistente com a tentativa histórica da União de impedir estados de operar loterias, nas palavras do presidente da Analome. Para ele, o Governo Federal busca diminuir a concorrência e concentrar a arrecadação das outorgas.

Muitos municípios citados na ação também se pronunciaram nos autos. A PGR, como mencionado no início deste texto, ainda não emitiu seu parecer sobre o assunto. Enquanto isso, as prefeituras acompanham a discussão em Brasília, como indicaram Barbalha e Caucaia em contato com a reportagem. 

“Em relação à ADPF 1212, a Prefeitura de Caucaia reforça seu compromisso com o cumprimento das decisões judiciais. Atualmente, os Tribunais Superiores entendem que os municípios têm competência para instituir suas próprias loterias, e isso já é realidade em diversas cidades do porte de Caucaia. No entanto, caso haja alteração nesse entendimento, o município seguirá integralmente o que for determinado pela Justiça”, complementou a nota.

O que dizem os municípios e os órgãos de controle
O PontoPoder buscou esclarecimentos sobre o processo de instalação do serviço, seja online ou físico, nas administrações municipais, bem como a prestação de contas e a expectativa de retorno financeiro.

Para isso, buscou as prefeituras de Caucaia, Barbalha, Irauçuba, Apuiarés, Itapajé, Tauá, Itapipoca, Novo Oriente, Jaguaribara, Capistrano, Frecheirinha e Saboeiro. Apenas as duas primeiras responderam aos questionamentos da reportagem, esclarecidos neste material anteriormente. 

O Tribunal de Contas do Estado do Ceará (TCE-CE), responsável por fiscalizar a aplicação dos recursos públicos, sejam eles oriundos de receitas próprias, transferências intergovernamentais ou outras fontes legalmente instituídas, também foi acionado. 

Em nota, explicou que “caso haja exploração de loterias municipais por parte das prefeituras, os valores arrecadados e sua destinação passam a integrar a receita orçamentária do Ente, estando sujeito ao controle externo exercido pelo Tribunal”.

O TCE detalhou, ainda, que a fiscalização poderá ocorrer “tanto de forma direta, por meio de auditorias específicas, quanto de forma indireta, na análise da execução orçamentária e financeira durante as prestações de contas municipais”.

O Ministério Público do Ceará (MPCE) foi outro órgão procurado no curso da apuração. A devolutiva ocorreu por meio de nota – sucinta – sobre os trabalhos do MPCE acerca das loterias municipais. Leia na íntegra:

O Ministério Público do Ceará informa que vem acompanhando a criação de loterias municipais no estado. O órgão está buscando diagnosticar eventuais irregularidades a fim de garantir que as loterias sigam o que determina a lei e o entendimento do Supremo Tribunal Federal sobre o assunto.

Questionado se havia procedimento específico de acompanhamento ativo dos 12 municípios mencionados, o órgão não se pronunciou.

Diário do Nordeste

Mês de agosto bate o recorde com pessoas inadimplentes no Brasil

Foto José Cruz/ Agência Brasil
Dados divulgados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, mostram que os brasileiros ficaram mais endividados e mais inadimplentes em agosto. A proporção de consumidores com contas em atraso subiu de 30,0% em julho para 30,4%, maior nível de inadimplência da série histórica. 

Em comparação com agosto deste ano, a proporção de famílias inadimplentes era de 28,8%, em agosto de 2024.

A fatia de consumidores que afirmaram não ter condições de pagar suas dívidas vencidas, ou seja, que permaneceriam inadimplentes, subiu de 12,7% em julho para 12,8% em agosto. Essa parcela era de 12,1% em agosto de 2024.

Já a proporção de famílias com contas a vencer cresceu de 78,5% em julho para 78,8% em agosto, o sétimo mês consecutivo de altas O resultado representa o maior patamar de endividados desde novembro de 2022. Em relação a agosto de 2024, quando 78,0% das famílias estavam endividadas, houve alta de 0,8 ponto porcentual

A pesquisa considera como dívidas as contas a vencer nas modalidades cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, cheque pré-datado e prestações de carro e casa.

Com informações do Ceará Agora

Meteoro é avistado durante o dia em Acaraú e Itarema no interior do Ceará

Foto Reprodução 
Um meteoro cruzou o céu do Ceará na tarde desta terça-feira (9), e impressionou moradores de municípios do litoral norte do estado, como Itarema e Acaraú, onde o objeto luminoso foi avistado. Conforme a Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon), o meteoro caiu no mar.

Uma câmera de segurança filmou o momento em que, por volta das 15h, o meteoro parece se aproximar do solo com um brilho forte, o que indica um intenso processo de combustão. Outros vídeos gravados por moradores de diferentes pontos mostram o rastro de fumaça deixado pelo corpo celeste.

Segundo o astrônomo Lauriston Trindade, membro da Bramon, a organização recebeu diversos vídeos e fez análises que confirmam se tratar de um meteoro de grande porte. O item foi avistado pela primeira vez já no espaço aéreo cearense, cruzou a área do litoral e caiu no oceano Atlântico.

"É um meteoro de grandes proporções, gerado por uma rocha espacial. A gente não calculou ainda a velocidade dele, mas é um meteoro bastante rápido. Ele tem uma fragmentação e provavelmente gerou meteoritos que caíram no mar, no litoral do Ceará, mas bem afastados da costa", disse Lauriston.

O astrônomo também destaca que o meteoro avistado hoje foi um dos mais brilhantes registrados no Brasil ultimamente, como indica o fato dele ter brilhado fortemente mesmo tendo sido avistado no meio da tarde.

"Se ele tivesse ocorrido a noite, ele brilharia muito mais que a lua cheia, seria muito brilhante mesmo", afirmou. "Ele é um meteoro fantástico mesmo, bem raro, que muita gente teve o privilégio de ver na tarde de hoje".
Com informações do G1 Ceará

No Ceará, opositores cobram do Governo divulgação de nomes de políticos cearenses envolvidos com organizações criminosas

Foto: ALECE
Alcides Fernandes lembrou caso envolvendo seu filho, o deputado André Fernandes, e o governador Elmano. 

Os deputados da bancada de oposição cobraram do Governo do Estado a divulgação dos nomes de políticos envolvidos com organizações criminosas no Ceará. De acordo com o Ministério Público, pelo menos 50 figuras políticas teriam algum grau de ligação com as chamadas facções criminosas.

Nos últimos dias, os opositores passaram a reclamar do sumiço de prefeitos apontados como tendo ligações com essas Organizações, e que estão foragidos. Líder do grupo oposicionista, o ex-deputado federal Capitão Wagner (União) chegou a se voluntariar a ir atrás de um desses ex-gestores foragidos.

Na plenária desta terça-feira (09), o deputado Alcides Fernandes (PL) cobrou a divulgação dos nomes de mais de 50 políticos investigados por envolvimento com facções criminosas no Ceará.

De acordo com ele, como mandatário maior do Estado, o governador Elmano de Freitas precisa mostrar para a população quem são esses políticos. “O senhor tem por obrigação que dizer quem são, já que o promotor afirmou que mais de 50 políticos estariam envolvidos. O senhor cobrou o (deputado federal)André (Fernandes) que falasse a quem ele se referia em uma denúncia, pois agora nós queremos saber quem são esses políticos”, enfatizou.

Ele se referia ao fato do governador, quando deputado, cobrou que André Fernandes, que à época era deputado estadual, revelasse o nome de quem estaria sendo investigado segundo denúncia que ele havia feito em seu mandato na Assembleia Legislativa. “Hoje lhe faço a mesma cobrança. São mais de 50 políticos e o senhor tem que saber e dizer quem é”, disse.

Cláudio Pinho (PDT) lembrou ao colega que já apresentou um requerimento pedindo ao Ministério Público do Estado do Ceará que divulgasse quem são esses políticos apontados na investigação. “Da forma como foi colocada, é como jogar farinha no ventilador. Mancha toda uma classe. O promotor tem que enviar a essa Casa e mostrar à população quem está ligado a isso”.

Já Sargento Reginauro (União) defendeu que os nomes dos investigados sejam divulgados para conhecimento de toda a população. “Se estivéssemos em um governo de direita, a esquerda estaria fazendo um escândalo dizendo que tem político do governo envolvido com crime organizado”, pontuou.

Blog Edison Silva

Brasil registra um caso de envenenamento a cada duas horas

Foto Fernanda Frazão/ Agência Brasil
Ao longo dos últimos 10 anos, o Brasil contabilizou 45.511 atendimentos em emergências da rede pública relacionados a envenenamento que precisaram de internação. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (8) pela Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede).

O levantamento mostra que, além de envenenamentos classificados como acidentais ou indeterminados, 3.461 pacientes internados via Sistema Único de Saúde (SUS) sofreram intoxicação proposital causada por terceiros.

Com base na série histórica, o país registrou média de 4.551 casos de envenenamento ao ano no período entre 2009 e 2024.

“Esse índice fica em torno de 379 registros ao mês e 12,6 ao dia. Isso significa que, a cada duas horas, uma pessoa deu entrada numa emergência da rede pública em consequência de ingestão de substâncias tóxicas ou que causaram reações graves dentro do período analisado”, alertou a Abramede, em nota.

No comunicado, a entidade reforça a relevância de médicos emergencistas em situações críticas, incluindo casos de envenenamento, e alerta para a facilidade de acesso a venenos, para a falta de fiscalização e de regulamentação, para a impunidade e para o uso em contextos íntimos – muitas vezes, com motivações emocionais.

Substâncias

De acordo com o levantamento, envenenamentos relacionados a drogas, medicamentos e substâncias biológicas não especificadas (6.407 casos), a produtos químicos não especificados (6.556) e a substâncias químicas nocivas não especificadas (5.104) aparecem no topo da lista.

O estudo mapeou ainda as principais causas identificadas em episódios acidentais de envenenamento. Nesse recorte, envenenamentos por exposição a analgésicos e a medicamentos para aliviar dor, febre e inflamação lideram a lista, com 2.225 casos.

Na sequência, aparecem episódios envolvendo pesticidas (1.830), álcool por causas não determinadas (1.954) e anticonvulsivantes, sedativos e hipnóticos (1.941).

Com informações da Agência Brasil.