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O caso mais recente ocorreu nesta semana, quando uma aluna sofreu um mal súbito durante um treino em uma academia no bairro Papicu
O caso mais recente ocorreu nesta semana, quando uma aluna sofreu um mal súbito durante um treino em uma academia no bairro Papicu
O aumento de mortes registradas dentro de academias na Região Metropolitana de Fortaleza tem acendido um alerta entre frequentadores, profissionais de saúde e donos de estabelecimentos. Somente nos últimos três meses, quatro pessoas perderam a vida enquanto praticavam atividades físicas, reforçando a importância da avaliação médica antes do início de qualquer exercício, especialmente os de alta intensidade.
O caso mais recente ocorreu nesta semana, quando uma aluna sofreu um mal súbito durante um treino em uma academia no bairro Papicu, em Fortaleza. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e realizou os procedimentos de emergência, mas a vítima não resistiu. Situações semelhantes vêm sendo registradas em todo o Ceará.
Em novembro, uma empresária de 54 anos morreu após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC) durante um treino em uma academia no Centro de Maranguape. Já em outubro, um homem de 44 anos morreu após um mal súbito em uma academia no bairro Castelão. No mesmo mês, uma parada cardiorrespiratória foi registrada em um estabelecimento na Avenida Washington Soares, em Fortaleza. Em julho, um policial civil morreu após uma parada cardíaca enquanto se exercitava no bairro Maraponga.
Para o cardiologista Raphael Rodrigues, a prática de atividade física é essencial, mas precisa ser precedida por cuidados básicos de saúde. “A atividade física é extremamente importante, é como se fosse uma polipílula da saúde. Ela melhora todos os parâmetros de saúde. Mas, previamente ao início da atividade física, é fundamental fazer uma avaliação, principalmente cardiológica”, explica. Segundo o médico, muitas doenças cardiovasculares são silenciosas e não apresentam sintomas. “Muitas vezes, o primeiro sintoma pode ser a morte súbita”, alerta.
O especialista também chama atenção para o uso indiscriminado de anabolizantes, apontado como um dos fatores que contribuem para o aumento de mortes em academias. “Além da falta de avaliação médica, outra causa muito em voga é o uso de anabolizantes. Essas substâncias provocam alterações estruturais no coração que, em última instância, podem levar à morte súbita”, afirma o cardiologista.
Sintomas como tontura, dor no peito, falta de ar e mal-estar durante o exercício são sinais de alerta e não devem ser ignorados. A recomendação, segundo os especialistas, é interromper imediatamente a atividade e procurar atendimento médico. Ainda assim, o ideal é que a pessoa passe por exames de rotina antes mesmo de iniciar qualquer prática esportiva, independentemente da idade ou do nível de condicionamento físico.
O contador Lincoln Gonçalves é um exemplo de como o acompanhamento médico pode fazer a diferença. Após pesar mais de 100 quilos, ele encontrou na corrida de rua uma forma de transformar a própria vida e não abre mão do cuidado com a saúde. “Todos os anos eu faço meus exames cardiológicos. Inclusive, ontem mesmo estava agendando tudo para iniciar no começo de fevereiro”, relata. Em 2025, Lincoln já completou uma meia maratona e se prepara para correr 42 quilômetros em maio. “Faço esse acompanhamento para garantir uma transição correta no treino e preservar minha saúde”, conclui.
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