sexta-feira, 5 de agosto de 2022

Jô Soares declama poema “Não chore à beira do meu túmulo”

O escritor, ator e humorista Jô Soares nos deixou nesta sexta-feira (5), aos 84 anos. Mas seu talento ficará para a eternidade, a exemplo dessa leitura do poema “Não chore à beira do meu túmulo”, de Mary Elizabeth. Até um dia, Jô.
Primeiro trabalho de Jô Soares
Considerado um dos maiores humoristas do Brasil, Jô Soares virou sinônimo de talk show no País, mas, no início da carreira, fez bastante sucesso com papéis icônicos do humor na televisão brasileira. O primeiro personagem de destaque de Jô Soares foi no sitcom Família Trapo, exibido pela TV Record, entre 1967 e 1971.

No princípio, Jô apenas escrevia, com Carlos Alberto de Nóbrega, o roteiro do show que tinha como personagem principal Carlo Bronco Dinossauro, interpretado pelo comediante Ronald Golias. Depois, Jô ganhou um papel, o Mordomo Gordon. O programa foi criado por Nilton Travesso, A.A. de Carvalho, Raul Duarte e Manoel Carlos.

Faziam parte do elenco ainda nomes famosos como Otelo Zeloni (Pepino Trapo), Renata Fronzi (Helena), Cidinha Campos (Verinha) e Ricardo Corte Real (Sócrates).

Apresentado ao vivo do Teatro Record-Consolação e não dos estúdios da emissora, como era feita a maioria dos programas da época, um dos motivos para o sucesso da Família Trapo era a participação de convidados especiais e a improvisação.

O episódio mais lembrado é com o ex-jogador de futebol Pelé. O Mordomo Gordon quer assustar Bronco e apresenta Pelé como o atleta que vai substituí-lo no time da rua. No entanto, o personagem de Golias não reconhece o jogador. A partir daí, Bronco, para delírio da plateia, começa a realizar uma série de testes com o Rei do Futebol, como embaixadinhas e chutes a gol.

Com o sucesso da Família Trapo, Jô Soares foi parar na Globo, em 1970, onde estreou no programa “Faça humor, não faça a guerra”, depois, o “Satiricom”, em 1973, e chegando ao programa “O planeta dos homens”, em 1977. Nas atrações, ele se dividia entre as funções de ator e roteirista.

Só nos anos 1980, o humorista decidiu investir no formato de talk show, que mistura entrevistas com celebridades, políticos ou pessoas desconhecidas com humor e música. Como não encontrou abertura na Globo, mudou para o SBT em uma negociação milionária. Assim, em 1988, estreou o “Jô Soares Onze e Meia”, que ficou no ar durante 11 anos, até 1999. Em 2000, voltou para a Globo para apresentar o mesmo formato. O “Programa do Jô” ficou no ar até 2016, quando o humorista se aposentou das telas.

GCMais

'Eu nem tinha mais coragem de pedir', diz mãe de menino que ligou para a PM por fome

Célia Arquimino Barros, 46, é a mãe de Miguel, 11. Na última terça (2), o menino ligou para a Polícia Militar de Minas Gerais para pedir ajuda, porque eles não tinham nada para comer. A família mora em Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte. Na casa vivem Célia, Miguel e outros cinco filhos dela.

Três dias após a ligação e a visibilidade que a história ganhou, a realidade da família começou a mudar. Em um primeiro momento, os policiais que receberam a ligação foram até eles e fizeram a doação de uma cesta básica. Devido à repercussão do caso, muitas outras pessoas passaram a enviar mantimentos para Miguel e sua família.
Sem emprego formal há cinco anos, a mãe, que é bombeiro civil, sonha em voltar a ter um trabalho fixo, para ter a garantia seus filhos não passarão por essa situação novamente.

A seguir, Célia conta um pouco de sua história, da angústia de ver os filhos passando fome e dos sonhos de viver uma nova realidade a partir de agora.

Eu nasci e cresci em Santa Luzia. Cheguei a morar em Ribeirão das Neves, quando eu estava com o pai das crianças, mas depois que me separei, voltei para cá. Hoje, moro com meus seis filhos. O mais velho tem 20 anos e o mais novo tem só nove meses.

Eu costumava trabalhar como bombeiro civil e segurança em eventos, mas já estou há cinco anos sem um emprego fixo. Neste período eu vivia fazendo bicos para sustentar a casa e alimentar meus filhos. Porém, com o início da pandemia, a situação piorou.

As oportunidades de trabalho diminuíram muito e nesse período o meu curso de reciclagem venceu. Eu precisava fazer o curso para tentar conseguir um trabalho, mas eu já não tinha condições de pagar pela reciclagem, que custa cerca de 500 reais.
Sem emprego, nós passamos a viver com o dinheiro que eu recebo do Auxílio Brasil, o antigo Bolsa Família. Agora, o auxílio aumentou um pouquinho, mas as coisas no mercado estão todas muito caras. Quando a gente recebe o dinheiro faz compras, mas elas só costumam durar uns 15 dias.

Depois disso, eu pedia um pouquinho de alguma coisa para os vizinhos, para os meus filhos terem o que comer. Mas chegou em um ponto que eu não tinha nem coragem de pedir mais, de tanto que eu já tinha pedido.

Eu já estava desesperada, não sabia mais o que fazer. Já tinha alguns dias que as crianças estavam comendo só mingau de fubá de manhã e à noite, porque era o que a gente tinha. As crianças pediam outras coisas, mas eu não tinha o que dar para elas.

Foi aí que o Miguel me viu chorando de desespero no sofá. Ele pegou o telefone e ligou para a polícia sem eu saber. Só depois que ele me contou que tinha ligado e pedido ajuda.

Os policiais chegaram, trouxeram uma primeira cesta básica e as coisas já começaram a mudar. Depois que eles vieram, o meu celular não parou de tocar, muita gente procurou querendo saber como ajudar também.

Miguel mostra a geladeira cheia, após família receber doações de diversas pessoas Douglas Magno/Folhapress O menino segura a porta da geladeira aberta e mostra que ela está cheia de alimentos **** Nesses três dias a gente já ganhou bastante coisa, mantimentos, frutas, fraldas para o bebê e até brinquedos para as crianças. Antes eu não tinha nada no armário e na geladeira e agora temos uma diversidade, eu posso escolher o que fazer para os meus filhos comerem.

Eu nem sei como agradecer tanta gente que ficou sabendo da nossa situação e resolveu ajudar. Toda hora tem alguém ligando querendo trazer alguma coisa para a gente. Não tem nada que pague ver o sorriso no rosto dos meus filhos.

Com essas doações, nós já temos o que comer pelos próximos três ou quatro meses. É uma alegria enorme saber que meus filhos não vão passar fome. Eu também estou conseguindo ajudar outras pessoas. Eu pude repartir um pouco do que ganhei com a minha filha mais velha, com os meus netos e outros vizinhos que estavam na mesma situação.

É muito gratificante ver que eu estava em uma situação desesperadora, não sabia o que fazer, e agora posso ajudar outras pessoas que estavam passando pelo mesmo que eu.

Meu sonho agora é conseguir um emprego de carteira assinada, para saber que todo mês eu vou ter um dinheiro que dê para suprir todas as necessidades dos meus filhos. Não quero ver eles passando fome nunca mais.

Vereador do PT volta a ser cassado em Curitiba por protesto em igreja

O vereador petista Renato Freitas, de Curitiba, foi cassado pela segunda vez nesta sexta-feira (5) por quebra de decoro parlamentar. Esta foi a oitava sessão em que a pauta foi discutida. A votação desta sexta confirmou, por 23 votos a 7, o que a Câmara Municipal havia decidido em junho.

A defesa diz que vai recorrer da decisão judicialmente. A nova votação ocorreu porque o Poder Judiciário suspendeu a primeira cassação por entender que houve descumprimento do regimento interno. Segundo a defesa, a nova cassação também desrespeita lei federal por ter seu prazo de 90 dias extrapolado.

O vereador foi punido pela participação em manifestação que invadiu uma igreja católica. O episódio ocorreu em fevereiro, em frente à Igreja do Rosário, em protesto contra o racismo e a morte de um homem negro no Rio de Janeiro. Segundo a Arquidiocese de Curitiba afirmou na época, a missa foi abreviada pelo barulho e fiéis reclamaram, fechando a porta principal.

No entanto, a igreja depois se posicionou contrariamente à cassação e afirmou não considerar que houve invasão. O padre que rezava a missa foi até a Câmara nesta sexta para confirmar sua posição a favor de Freitas.

Segundo o vereador, foi comprovado nos autos que não houve nem interrupção da missa nem desrespeito ao sagrado. Ele reforçou que não houve invasão à igreja, que estava aberta. "A acusação que restou foi que pratiquei ato político dentro da igreja, o que é inconcebível, subjetiva e sem nexo, mas não é primeira vez que tentam me cassar."

Freitas diz que o argumento para cassação é somente preconceito. "Por sermos pobres representantes, que incomodamos aqueles que estão há anos no poder, mas a humanidade é um ponto comum que nos une, inclusive perante Cristo."

"Nosso estado é laico, mas a população é cristã e eu também. Foi justamente por isso que entrei na igreja, lugar apropriado para clamar por vidas negras. Ali é também minha casa por isso me senti à vontade e acolhido", diz.

Para a vereadora Carol Dartora (PT), há uma perseguição política na Câmara motivada por racismo. O tema foi usado por outros vereadores durante a defesa de Freitas, como a Professora Josete, também do PT. "O que vemos é uma criminalização da política, a qual as pessoas já são criminalizadas antes de uma ação judicial ou um fato ser comprovado. É um racismo estrutural."

O advogado de Freitas, Guilherme Gonçalves, diz que houve abuso de autoridade e de poder com a continuidade do processo após o prazo de 90 dias previsto em lei. "As providências serão tomadas."

PSDB anuncia Amarílio Macêdo como candidato ao Senado na chapa de Roberto Cláudio

Foto: Andson Lima/ GCC
Dr. Cabeto e Régis Medeiros ocupam as vagas de primeiro e segundo suplente, respectivamente
O PSDB no Ceará anunciou o empresário Amarílio Macêdo como candidato ao Senado na chapa de Roberto Cláudio (PDT). O partido divulgou a decisão em convenção, realizada na tarde desta sexta-feira (5), com a presença de Tasso Jeiressati, senador e presidente estadual do PSDB e Roberto Cláudio, candidato ao Governo pelo PDT.

Durante o encontro, também foi divulgada a vaga de primeiro suplente na disputa da chapa, que será ocupada pelo Dr. Cabeto, ex-secretário da Saúde do Ceará. Régis Medeiros, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-CE), está como segundo suplente.


Vereador é executado a tiros no interior do Ceará

Foto: Reprodução/ Instagram
Ainda não informações se o crime tem motivações políticas
O vereador, conhecido por Franzé do Hospital (PP), foi morto a tiros na tarde desta sexta-feira (5), no município de Horizonte, no Ceará.

De acordo com testemunhas, um homem chegou de moto a uma churrascaria onde o vereador estava. No local, pediu para que todos deitassem no chão, se aproximou da vítima e efetuou os disparos na região da cabeça. O suspeito fugiu em seguida. Ainda não informações se o crime tem motivações políticas.

Com GCMais

Sósia de Gabigol, lança pré-candidatura a deputado estadual no RJ

Jeferson Thiago Rosário de Sales, conhecido como Gabigol da Torcida ou Gabigordo, lançou a pré-candidatura a deputado estadual no Rio de Janeiro. O sósia do centroavante do Flamengo se filiou ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).

Gabigol da Torcida aguarda o parecer do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para confirmar candidatura e concorrer ao cargo na Câmara dos Deputados nas eleições deste ano. O pré-candidato não declarou nenhum bem ao TSE e não realizou a prestação de contas junto à instância jurídica.

Jeferson, de 37 anos, é sósia do atacante do Flamengo desde abril de 2019. Gabigol da Torcida é conhecido por levar muito a sério a “profissão”, sempre atualizado em referência aos estilos de Gabriel Barbosa.

Portal Grande Ponto

Suzana Vieira é internada em hospital com sequelas da covid

Suzana Vieira foi internada em hospital para tratar sequelas da covid - Foto: Reprodução/Instagram
A atriz Suzana Vieira, 79 anos, foi internada em um CTI de um hospital no Rio de Janeiro para tratar sequelas da covid-19.

"Estou bem. O Covid-19 deixou sequelas no pulmão e precisei fazer um ciclo de medicação venosa, por isso estou internada. Como tenho leucemia, é protocolo a internação em CTI. Com a medicação e fisioterapia, em breve estarei em casa", explicou ao Gshow.

Suzana foi diagnosticada com um tipo de leucemia em 2019.

Mãe dizia para filha estuprada pelo padrasto que abuso 'era normal' e ela tinha que aguentar

Abusos duraram 2 anos - Foto: Ilustrativa/Pexels
A adolescente de 15 anos que era estuprada desde os 13 anos pelo padrasto, contou à polícia que a mãe sabia sobre o crime e chegou a falar para ela que “isso era normal”.

A denúncia chegou à Polícia Civil depois que a vítima tentou se jogar de uma passarela na avenida Grande Circular, há alguns dias.

Na ocasião, ela confessou aos policiais militares que a impediram, que tinha sido estuprada na noite anterior pelo padrasto e queria tirar a própria vida porque não aguentava mais ser abusada.

Na delegacia, a menina contou que era abusada há dois anos, desde que a mãe começou a se relacionar com o acusado.

Segundo a delegada Joyce Coelho, a jovem revelou ainda que desde os primeiros abusos, que começaram através de toques, contou tudo para a mãe e pediu ajuda, mas a mulher ignorou o crime e até disse para ela que “isso era normal e que era a forma que o padrasto tinha de demonstrar carinho por ela”.

Após a consumação do ato sexual, a mãe pediu que a filha aguentasse mais um pouco os estupros até que ela pudesse denunciar, porém, ela nunca procurou a polícia.

O homem foi preso nas primeiras horas da manhã de hoje (6), dentro da casa onde a família mora no bairro São José. Ele vai responder por estupro e a mãe, será indiciada inicialmente por omissão.

Sensitiva diz que Viih Tube e Eliezer terão filho e choca com detalhes: 'reencarnação'

Ex-BBBs trocam altas declarações nas redes sociais - Foto: Reprodução/Instagram
Viih Tube e Eliezer serão papais? Segundo a sensitiva Bianca Godói, sim! A influencer vai engravidar até março de 2023.

Os dois têm um encontro de almas muito ligado a vidas passadas e acontecimentos que precisam viver juntos. Eu vejo a Viih Tube realmente apaixonada pelo Eliezer e poderá ter frutos e colheitas. Ela deve engravidar dentro de sete meses”, apontou Bianca em conversa com na ‘Central Splash’.

A sensitiva disse ainda que o filho dos ex-BBBs será uma reencarnação de algum familiar deles. “Essa reencarnação volta e o casal fica junto. É um resgate de vidas passadas e o casamento dará certo, com batizado e muitos convites para as pessoas celebrarem com eles”, completou.

PT segue Lula, debela motim contra Freixo e coloca Molon para escanteio no Rio

A cúpula do PT debelou, oficialmente, movimento do diretório fluminense pela retirada do apoio à candidatura de Marcelo Freixo (PSB) ao Governo do Rio de Janeiro.

Em reunião virtual na tarde desta sexta-feira (5), a executiva nacional do partido decidiu manter a aliança com o deputado federal, mesmo depois de o PSB lançar o nome de Alessandro Molon ao Senado.

O PT aprovou a chapa encabeçada por Freixo, tendo o presidente da Assembleia Legislativa, André Ceciliano, ao Senado. Com a decisão, alega que o tempo de TV a que o PSB tem direito terá de ser destinado à campanha de Ceciliano, não a Molon.

Além de PT e PSB, a coligação reúne também as federações PSDB-Cidadania e PSOL-Rede.

A candidatura de Molon é apontada por petistas como afronta ao acordo pelo qual o PSB ocuparia a cabeça da chapa e o PT indicaria o candidato ao Senado -no caso, Ceciliano.

Em uma tentativa de dissuasão de Molon, o PT ameaçou romper com o PSB no estado. Mas, em reunião desta quinta-feira (4), colaboradores de Lula se manifestaram em apoio a Freixo -gesto interpretado como um recado do ex-presidente.

Com a capitulação do PT, a coligação que dará sustentação formal à campanha de Lula no Rio apresentará dois candidatos ao Senado: Molon e Ceciliano. Eles concorrerão contra o senador Romário (PL) e Clarissa Garotinho (União Brasil), entre outros.

Lula, por sua vez, deverá pedir votos apenas para Ceciliano, cuja candidatura defendeu nas negociações com o PSB. Segundo petistas, o ex-presidente chegou a cobrar do PSB apoio ao nome do presidente da Alerj.

Um dos argumentos do PT foi o apoio à candidatura do PSB ao Governo de Pernambuco, ainda que a, então petista, Marília Arraes fosse uma das favoritas da disputa. Tolhida pelo PT, Marília se filiou ao Solidariedade, partido pelo qual concorre ao governo do estado.

Hoje, com a manutenção da candidatura de Molon, petistas não descartam riscos de dissidências tanto no Rio como em Pernambuco.

Antes da reunião desta sexta, a executiva nacional se reuniu na quinta e, formalmente, decidiu adiar o posicionamento sobre o tema.

Mas houve sinais de que a maioria não concordava com o rompimento que foi proposto pelo PT-RJ após o presidente do PSB, Carlos Siqueira, indicar que não interviria para que Molon retirasse sua candidatura ao Senado.

Pesou na decisão a articulação que já dura mais de um ano entre Freixo e Lula para construção da candidatura. O deputado trocou o PSOL pelo PSB em acordo avalizado pelo ex-presidente visando a disputa do Palácio Guanabara. Em comício no mês passado, o petista fez declaração enfática em defesa do nome do aliado.

O partido também sofreu pressão nas redes sociais de apoiadores que questionavam o abandono de uma candidatura de perfil progressista para, no lugar, alinhar-se ao prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), na chapa encabeçada pelo ex-prefeito de Niterói Rodrigo Neves (PDT).

Durante a reunião, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o ex-presidente do partido, Rui Falcão, defenderam a manutenção da aliança. As falas foram encaradas como um sinal de apoio de Lula ao deputado.

"Temos um compromisso. Quando fazemos um compromisso, a gente cumpre. Mas nós queremos que o PSB fale abertamente sobre como vai trabalhar nisso. Isso não é contra o Molon, ele tem legitimidade de pleitear. Mas isso tem a ver com uma estratégia política de unidade do nosso campo. Não é possível sair dividindo a disputa para o Senado num palanque tão importante como o Rio de Janeiro", afirmou Gleisi, após essa reunião.

A presidente do PT também citou decisão do PSB de não liberar recursos do fundo eleitoral para Molon. Mas, na opinião de petistas, a medida tem pouco efeito prático, além de vitimizar Molon.

"O PSB oficializou na executiva que não vai dar financiamento eleitoral. Isso já é grave o bastante, porque quando tira o financiamento, o candidato vai fazer o quê? Se virar? Vai ser candidato de quem? Dele mesmo? Teve um passo importante", disse ela.

Após a reunião, Gleisi divulgou a decisão de apoiar a chapa Freixo-Ceciliano. Essa decisão abre nova polêmica entre PT e PSB. Desta vez, sobre a distribuição de tempo e recursos para os candidatos ao Senado.

O PT alega que só o presidente da Alerj será beneficiado. "A comissão executiva nacional do PT confirma o apoio à chapa Marcelo Freixo (PSB) para governador e André Ceciliano (PT) para senador no Rio de Janeiro. Com Lula e Alckmin vamos juntos reconstruir nosso Brasil", publicou a deputada

O movimento pelo rompimento com Freixo foi alvo de críticas nas redes sociais.

A movimentação de uma ala da sigla em favor dos planos de Eduardo Paes reavivou críticas que lembravam o apelido de Partido da Boquinha, cunhado pelo ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho em 1999 para se referir à seção fluminense da sigla.

Em áudio de oito minutos enviado a um grupo de militantes, a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) respondeu aos ataques. Ela se posicionou de forma favorável ao rompimento caso o PSB se negue a cumprir o acordo.

"O PT está aqui para dar todo o apoio ao Freixo. Mas peraí, o que é isso? O maior partido de esquerda na América Latina, no Rio de Janeiro, vai ficar fora da chapa? Acha que isso é normal? [...] Onde está o erro do PT nesse negócio? Onde é que estão os boquinhas nisso?", disse ela.

Há também resistência num setor do partido ao nome de Ceciliano, petista que tem bom trânsito com bolsonaristas no Rio de Janeiro e tem feito agendas ao lado de Cláudio Castro (PL).

Molon tem usado essa aproximação entre Castro e Ceciliano para reforçar a necessidade de sua candidatura. No comício em julho de Lula no Rio de Janeiro, o deputado do PSB afirmou que é necessário derrotar o presidente Jair Bolsonaro e Castro "sem conciliação, sem ambiguidades". Ele recebeu o apoio de artistas, como Anitta, e de nomes do PSOL.

Ceciliano, por sua vez, vem tentando se aproximar da militância mais ideológica do partido. Ele tem se apresentado como um nome fiel a Lula por não ter deixado o PT nos momentos de crise da Operação Lava Jato, em contraposição à mudança de partido feita por Molon.