Não podemos dizer que Ceará e Fortaleza nunca caíram juntos numa Série A de Campeonato Brasileiro. Esse fato dantesco já ocorreu em 1993, mas o contexto era muito diferente do que aconteceu hoje: dia mais triste da história do futebol cearense. Ceará e Fortaleza caíram juntos na Série A de 2025 e isso ficará marcado na história. Dificilmente um fato como esse ocorrerá novamente, dificilmente teremos tanta tristeza simultânea.
Pelo lado do Fortaleza, a decepção de um rebaixamento após anos de glória, principalmente em 2024, quando figurou no G-4, orgulhando a todos com uma campanha na fase de grupos da Libertadores. Decepção também depois de uma recuperação fantástica, com uma equipe que promoveu grandes espetáculos nos últimos jogos, mas morreu na praia.
Pelo lado do Ceará, a decepção de ter feito um campeonato correto até o fatídico Ceará x Internacional, quando deixou escapar pelas mãos uma permanência tranquila e sem turbulências. A decepção sobre uma equipe que decaiu inexplicavelmente no crepúsculo da competição, que se tornou frágil e entristecida no momento mais decisivo.
A decepção da queda de Ceará e Fortaleza é tão grande, que dentre todas as possibilidades aventadas sobre o desfecho desta rodada, foram poucos que apostaram na queda simultânea das duas equipes. Eram necessários muitos acontecimentos ruins durante as partidas, e todos eles aconteceram de uma forma que nem os Deuses do futebol conseguem explicar.
A queda de Ceará e Fortaleza juntos é um acontecimento que interrompe uma fase de 9 anos de participações seguidas na Série A, um padrão de destaque e protagonismo regional, frente aos rivais pernambucanos e baianos, que nos inebriou enormemente, nos fez ter a certeza (enganosa) que sempre teríamos uma bandeira nossa balançando dentre as mais tradicionais equipes brasileiras.
O rebaixamento do Vozão e do Leão é um duro castigo para as duas torcidas mais bonitas do futebol brasileiro. Ceará e Fortaleza produzem os melhores espetáculos nos estádios e agora terão de se conformar a confrontos secundários e a exposições também secundárias das belezas produzidas em nossos estádios.
Com informações do Diário do Nordeste