Heloísa Helena toma posse na Câmara e adota discurso crítico ao governo Lula
A deputada federal Heloísa Helena (Rede-RJ) tomou posse, nesta terça-feira (16/12), na Câmara dos Deputados. Ela assume a vaga deixada por Glauber Braga (PSol-RJ), que teve o mandato suspenso por seis meses após decisão relacionada à quebra de decoro parlamentar. De volta ao Congresso, a ex-senadora deixou claro que não pretende se alinhar ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Discurso duro marca retorno ao Parlamento: durante pronunciamento na tribuna, Heloísa Helena adotou um tom firme e reafirmou sua postura de independência em relação ao Palácio do Planalto. “Aqui lutarei sem servilismo, sem conciliação com o atual governo federal em qualquer traição de classe, no entreguismo de terras raras, na privatização de rios e outros setores estratégicos. Estarei aqui sem abrir uma única concessão a quem concilia com o capital, enchendo a pança dos poderosos e do capital financeiro, às custas da imensa dor do povo brasileiro”, declarou.
Pautas de esquerda e combate às desigualdades
No discurso, a parlamentar defendeu uma agenda voltada ao enfrentamento do sistema financeiro e à redução das desigualdades sociais no país. Heloísa Helena destacou que pretende atuar de forma incisiva contra projetos que, segundo ela, penalizam os trabalhadores e favorecem grandes grupos econômicos.
Reforma administrativa entra na mira: entre os compromissos assumidos, a deputada prometeu lutar contra a reforma administrativa, considerada uma das principais prioridades do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). Para Heloísa, a proposta representa riscos aos direitos do funcionalismo público e à qualidade dos serviços prestados à população.
Propostas de fiscalização e CPI
Além das críticas, Heloísa Helena apresentou propostas práticas para sua atuação parlamentar. Ela defendeu a criação de um Observatório das Execuções Orçamentárias, com o objetivo de fiscalizar gastos públicos e coibir o que classificou como má gestão e acordos políticos que beneficiariam apenas o grande capital.
Cobrança por investigação no sistema financeiro: a deputada também exigiu a abertura imediata da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Banco Master. Segundo ela, a investigação é necessária para garantir transparência e responsabilização. “Quem for podre, que se quebre, esteja onde estiver”, afirmou, reforçando o tom combativo que marcou sua posse.