A espécie conhecida como peixe-leão permanece na propagação rápida e peculiar pelo litoral cearense. Na última semana, a Praia do Iguape e a Praia do Pecém registraram a presença do bicho. Esse avanço ameaça o trabalho de pescadores e a vida de espécies nativas - em pouco mais de 3 meses, já aparece em metade dos municípios de praia.
Mais de 100 bichos foram recolhidos para pesquisa sobre a origem e detalhamento de quais peixes nativos são comidos pelo invasor. Os primeiros aparecimentos aconteceram no Litoral Oeste, como as praias de Camocim e de Jericoacoara, no início de março deste ano.
Depois surgiram no outro extremo do Estado, no Litoral Leste, em Icapuí e Aracati. Agora no Litoral da Grande Fortaleza: Iguape e Pecém.
PRAIAS COM A PRESENÇA DO PEIXE-LEÃO NO CEARÁ
Barroquinha
Bitupitá
Camocim
Cruz
Jijoca de Jericoacoara
Acaraú
Itarema
Icapuí
Aracati
Iguape
Pecém
O risco continua sendo maior para os pescadores, para os banhistas não há nenhum risco. Todos os registros nós recebemos de pescadores e em profundidades significativas de 10 a 15 metros.
MARCELO OLIVEIRA
Pesquisador
O peixe-leão também já havia saído da água salgada e chegado no estuário do Rio Timonha, em Camocim, na região norte do Estado. Isso significa que o invasor pode comer peixes no local de reprodução das espécies nativas.
Ainda em análise, existe a possibilidade dos peixes nos municípios do Norte do Ceará terem vindo pela Amazônia. Já os bichos no Litoral Leste, a hipótese aponta Fernando de Noronha como origem. O peixe-leão tem a característica de nadar contra a corrente.
Integram o grupo de pesquisa a UFC, o IFCE, Ibama e o ICMBio
PESCADORES PARCEIROS DA CIÊNCIA
Outro grande parceria para entender o avanço do peixe-leão no Ceará acontece com o apoio dos pescadores dos municípios onde já há a presença do bicho. Durante o trabalho, os peixes encontrados são levados até os laboratórios para análise.
Um desses pontos é o IFCE Campus Acaraú onde existem cursos técnicos na área da pesca e também há uma relação mais próxima com os pescadores, como analisa a professora na Instituição e doutora em biologia marinha Rafaela Camargo Maia
Diário do Nordeste