segunda-feira, 18 de julho de 2022

Margem de consignado do Auxílio Brasil é maior que benefício extra

As famílias beneficiárias do Auxílio Brasil poderão comprometer, em breve, parte da renda com crédito consignado, como já ocorre com aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). 

O percentual a ser comprometido, porém, pode levar ao endividamento.

Segundo a medida provisória 1.106, que será transformada em lei assim que sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), será possível comprometer até 40% do novo benefício de R$ 600 com o crédito, o que dá R$ 240. Esse valor é maior do que a renda extra de R$ 200, a ser paga de forma temporária, de agosto a dezembro, a quem tem direito ao Auxílio Brasil.

O governo Jair Bolsonaro (PL) quer antecipar o cronograma de pagamento do Auxílio Brasil de R$ 600 para a primeira quinzena de agosto e iniciar no dia 9 o repasse dos benefícios sociais previstos na PEC (proposta de emenda à Constituição) aprovada pelo Congresso.

O benefício original do Auxílio Brasil é de R$ 400. O aumento de R$ 200 está sendo dado às vésperas da eleição para tentar reverter a segunda colocação de Bolsonaro nas pesquisas. Pela lei, no entanto, será possível fazer empréstimo consignado tendo como base o auxílio mesmo após o fim do aumento temporário para R$ 600.

Para o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), a liberação de empréstimo para esse público pode prejudicar a população mais pobre, pois é um fator de endividamento. Ao todo, cerca de 20 milhões de famílias poderão estar aptas a tomar o crédito.

“A concessão do crédito consignado para a população que depende da renda de programas sociais é, antes de qualquer crise, um ato de covardia do governo para dar mais dinheiro ao setor bancário às custas do endividamento dos mais pobres”, afirma Ione Amorim, economista e coordenadora do Programa de Serviços Financeiros do instituto.

Cíntia Senna, educadora financeira da Dsop, também vê a medida como um risco para famílias em situação de vulnerabilidade social, ainda mais se não houver nenhuma educação financeira para elas.

“A pessoa deve entender para que ela precisa do empréstimo, porque ela terá o benefício diminuído. Infelizmente, muitas pessoas não sabem o que é empréstimo, o que é o consignado. Não dá para a gente só liberar empréstimo como uma forma de ter mais recursos imediatos se não promover um processo de educação”, diz.

CONSIGNADO AINDA PRECISA DE REGULAMENTAÇÃO

Segundo as regras aprovadas pelo Congresso, os beneficiários do Auxílio Brasil, os empregados celetistas e os servidores públicos poderão comprometer até 40% da renda com consignado. Para quem é aposentado do INSS, recebe BPC (Benefício de Prestação Continuada) ou RMV (Renda Mensal Vitalícia), a margem consignável será de 45%.

Quem tem direito a 40% de margem para o crédito poderá contratar 35% no empréstimo pessoal e 5% no cartão de crédito. Para quem tem direito a 45% serão 40% no empréstimo pessoal e 5% no cartão de crédito consignado. No caso dos beneficiários do Auxílio Brasil, no entanto, as regras ainda precisam ser regulamentadas.

Não há data para publicação da regulamentação, mas a intenção do governo é que ela seja feita juntamente com a lei derivada da MP. A reportagem apurou que a possibilidade de oferta do empréstimo no Auxílio Brasil poderá ser feita por qualquer banco, pois o governo quer ampliar a concorrência. No caso dos juros, ainda não se sabe se serão limitados, com uma taxa máxima permitida, como ocorre atualmente com o consignado do INSS.

BANCOS AGUARDAM NORMAS

Os cinco maiores bancos do país foram procurados. Caixa Econômica Federal, Itaú, Banco do Brasil e Santander responderam que esperam a regulamentação para oferecer o crédito. Com isso, ainda não é possível fazer empréstimos. O Bradesco não se manifestou.

O Banco do Brasil informou que “analisa a possibilidade de operar a linha, que ainda depende da regulamentação das condições negociais”. A Caixa disse que “aguarda regulamentação a ser publicada pelo Ministério da Cidadania sobre as condições e requisitos do empréstimo consignado para beneficiários do Auxílio Brasil”.

Em nota, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) afirmou que “para a efetivação dos empréstimos consignados a beneficiários do Auxílio Brasil é necessário ainda que, além da publicação da norma permitindo a consignação do benefício para obter empréstimo, o que já ocorreu, sejam divulgados os processos a serem observados pelas instituições financeiras que trabalharão os produtos”.

“Os detalhes de cada um dos produtos serão conhecidos após a divulgação dessa regulamentação, tais como prazo máximo, margem de comprometimento dos proventos com operações de crédito, taxas máximas, condições da contratação, entre outros”, diz a federação.

Na internet, o Banco PAN já está oferecendo um pré-cadastro para beneficiários do Auxílio Brasil, que tem como objetivo analisar a renda e o histórico para permitir a liberação do crédito consignado assim que saírem as regras regulamentadas. A instituição, no entanto, ainda não faz o empréstimo.

ENTENDA O CRÉDITO CONSIGNADO

O empréstimo consignado é um crédito concedido com desconto das parcelas direto no benefício ou salário. A margem é o limite de renda que poderá ser comprometida.

Já o cartão de crédito consignado funciona como um cartão de crédito na hora da compra, mas a dívida é descontada automaticamente do salário ou do benefício. Os juros das duas modalidades são diferentes.

No caso do INSS, os juros são controlados pelo Conselho da Previdência. As taxas máximas autorizadas são de 2,14% ao mês, para o empréstimo, e 3,06% ao mês, para o cartão consignado e, até que o empréstimo seja quitado, o aposentado vai receber menos todo mês.

BPC TEM REGRA LIMITADA

Em junho, o INSS publicou regras que limitam a contratação do crédito consignado por beneficiários do BPC. Novos segurados que passam a ter acesso à renda assistencial de um salário mínimo (R$ 1.212) só poderão fazer um empréstimo descontado diretamente da folha de pagamento 90 dias após a concessão do benefício.

Cem anos do rádio no Brasil: caráter educativo marca história do rádio

Durante a pandemia de covid-19, um dos principais temores dos 471 professores da cidade de Benjamin Constant (AM), que tem cerca de 45 mil habitantes e um dos cem piores índices de escolarização do país (89,5%, segundo o IBGE), era que mais alunos desistissem de estudar. Por isso, os docentes puseram-se a caminhar.

Batiam de porta em porta para pedir que os estudantes ligassem os seus rádios em alto e bom som. As aulas chegariam por lá. As vozes dos professores ficariam em uma sintonia de proximidade, mesmo à distância.
Outros municípios pelo país adotaram essa estratégia para chegar a casas em que o rádio faria um papel de manter as aulas mesmo naquele momento de adversidade. O que pode ser que os alunos não saibam é que o papel educativo do rádio é tão antigo quanto a própria implementação do veículo no Brasil. Desde o começo, o rádio no Brasil tem a educação como pedra fundamental.

Policial entra em bar, atira e mata homem que discutia com a ex e o acompanhate

Jarbas não aceitava o fim - Foto: Arquivo pessoal
Um homem de 25 anos, identificado como Jarbas Oliveira, morreu ao ser baleado por um policial militar durante uma briga com a ex-esposa no Rio de Janeiro na noite desse domingo (18).

A vítima, que não aceitava o fim do relacionamento, agrediu a ex-esposa e um homem que estava com ela em um bar e o desfecho foi trágico.

O casal viveu junto por 5 anos e estava separado há 1 mês, eles tem uma filha de 4 anos. A confusão começou quando o amigo de Jarbas  viu a mulher e sem saber da separação dos dois, mandou mensagem para o jovem e contou que ela estava com outro homem.

Imediatamente, Jarbas foi ao bar, partiu para cima dele e os agrediu. O amigo ainda tentou contê-lo, mas foi em vão. Nesse momento, um policial que morava nas proximidades percebeu a confusão.

Na tentativa de acabar com a briga, ele acabou atirando contra Jarbas, que não resistiu e foi à óbito ainda no local. Na delegacia, o PM disse que Jarbas tentou agredi-lo e por isso disparou.

O amigo da vítima, por sua vez, contesta e diz que o agente já chegou atirando contra Jarbas. O caso está sob investigação e a polícia deve ouvir tanto a ex-mulher do homem, quanto as demais testemunhas da situação. 

Saiba como chefe de facção enviou 320kg de cocaína escondidos em açaí para Portugal

Antes de ser preso em uma casa de luxo no Ceará, o traficante internacional e chefe de uma facção criminosa de origem carioca Rodrigo Lupércio Sebastião, conhecido como ‘Chocolate’, enviou 320 kg de cocaína, escondidos em uma carga de açaí, para Portugal. A droga, avaliada em cerca de R$ 80 milhões, foi apreendida em terra lusitana somente dois meses depois da prisão ocorrida em solo cearense.

A ordem de ‘Chocolate’ para enviar o entorpecente foi descoberta em uma investigação conjunta realizada pelo Departamento de Inteligência Policial (DIP), pela Delegacia de Combate aos Crimes de Lavagem de Dinheiro (DCCLD), pela Delegacia de Narcóticos (Denarc) e pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), setores da Polícia Civil do Ceará (PC-CE), a partir da extração de dados de aparelhos celulares apreendidos com o suspeito, autorizada pela Justiça Estadual.

O paranaense Rodrigo Lupércio, de 45 anos, e a esposa foram presos em razão de mandados de prisão preventiva, na posse de três carros de luxo que valem cerca de R$ 1,4 milhão e de ouro e joias avaliados em R$ 150 mil, em um condomínio de luxo em Aquiraz, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), no dia 13 de abril deste ano. A mulher foi solta no dia seguinte, para cumprir prisão domiciliar e cuidar de duas filhas menores de idade e autistas. Enquanto o homem segue encarcerado no Sistema Penitenciário cearense. A defesa dos acusados nega o cometimento dos crimes.

Em solo paraense, Rodrigo Lupércio fez pesquisas sobre embalagens de açaí e deu pistas de que enviaria uma carga em um container refrigerado, que sairia do Porto de Vila Conde (Barcarena/PA) em uma rota internacional: escala no Panamá (América Central) e destino final em Portugal (Europa). A Polícia Federal (PF) e a Drug Enforcement Administration (DEA) – agência norte-americana de combate ao narcotráfico – foram acionadas.

A DEA interceptou o container em Cristóbal, no Panamá, e inspecionou a carga de açaí, com ajuda de um cão farejador, mas não encontrou nenhum ilícito. Depois de semanas, a droga chegou no último dia 24 de junho ao Porto de Sines, em Portugal, onde a Polícia Judiciária já estava avisada sobre a suspeita de tráfico internacional de drogas.

O container passou por um scanner, que localizou os 320,45 kg de cocaína escondidos na carga de polpa de açaí. Dois brasileiros (um empresário paraense de 24 anos e um estudante mineiro de 26 anos) foram presos em flagrante, no momento em que receberiam a droga. Um terceiro brasileiro (empresário paranaense de 27 anos), que seria o responsável pelo transporte da carga, também é suspeito de participar do crime.

O desdobramento da apreensão de 320 kg de cocaína na carga de açaí levou a mais duas prisões de brasileiros em Portugal, nos dias seguintes, de acordo com fontes da Polícia Civil do Ceará. Entre eles está um tenente da Polícia Militar do Pará.

A Corregedoria Geral da Polícia Militar do Pará descreveu, em nota, que “vai acompanhar as investigações dos órgãos competentes e que adotará as medidas necessárias que o caso requer” e que “não compactua com nenhum desvio de ética de quaisquer de seus integrantes”.

O QUE DIZ A DEFESA DE ‘CHOCOLATE’
A defesa Rodrigo Lupércio Sebastião, representada pelo advogado Marcelo Brandão, nega o cometimento dos crimes. “Nunca encontraram uma grama de droga com ele (cliente), nem droga exportada por ele”, sustenta o defensor, que também nega o envio da droga em carga de açaí para Portugal.

Segundo Brandão, o cliente foi condenado por roubo a banco em outro Estado, cumpriu a pena e se mudou para Fortaleza para recomeçar a vida, como vendedor de veículos de luxo.

Marcelo Brandão afirma que a defesa de Rodrigo Lupércio está trabalhando na sua absolvição e que irá tentar a sua liberdade, para voltar à vida com a esposa e as filhas, “que estão doente e precisam dele”.

As informações são do Diário do Nordeste.

Mãe se revolta ao saber que buraco foi consertado após morte da filha

O acidente aconteceu no dia 14 deste mês, em Quixadá
Foto: Reprodução
Revoltada, uma mãe gravou um vídeo no local da morte da filha de 31 anos. O buraco foi consertado após um acidente de trânsito na CE-580, em Quixadá, a 148 quilômetros de Fortaleza. O episódio aconteceu no dia 14 deste mês.

Buraco consertado

“Depois que a minha filha caiu aqui e morreu é que vocês vieram tampar. […] Aqui é a ira de uma mãe que perdeu uma filha com 31 anos. Foi aqui que ela perdeu a vida dela. Na pista todinha tem buracos maiores do que esses. isso aqui não vai amenizar a minha dor”, diz Cleide Saldanha.

O Grupo Cidade de Comunicação solicitou resposta da Superintendência de Obras Públicas do Estado (SOP), órgão responsável pela manutenção das rodovias estaduais, e aguarda resposta.

Mais informações no Balanço Geral Manhã

GCMais

Barroquinhense morre em acidente de trânsito na CE/362 entre Massapê e Senador Sá

Um rapaz, de 22 anos identificado por Francisco Gustavo Barbosa da Silva, filho do Marcelino da cidade de Barroquinha, morreu vítima de acidente de trânsito na tarde deste domingo (17), na CE 362 entre as cidades de Massapê e Senador Sá.  

Gustavo era o condutor de um carro modelo Crosfosx, que se envolveu na colisão com uma Amarok, por volta das 15h. A equipe de resgate constatou o óbito do condutor do carro no local da batida.

O jovem era morador de Barroquinha-CE, e tinha passado recentemente no concurso da PM.

O casal que estava na Amarok não sofreu ferimentos. O tráfego de veículos ficou parcialmente interditado no trecho durante o atendimento da ocorrência.

Uma equipe da PEFOCE foi acionada e realizou a perícia no local para apurar as causas e circunstâncias do acidente.

Por Redação do Sobral Pop News

Partidos compram 24 carros de R$ 100 mil ou mais com verba pública

Duas Mitsubishi Pajero, uma delas blindada, uma Range Rover e uma Toyota Hilux estão entre os 24 carros de R$ 100 mil ou mais comprados com verba pública por partidos políticos de 2017 a 2020.

A sigla que montou a maior frota foi o PSL, que saiu da condição de nanico e se tornou uma das maiores do país por ter abrigado Jair Bolsonaro (hoje no PL) nas eleições de 2018. Em 2019 suas verbas públicas se multiplicaram por cinco, chegando a R$ 98 milhões.
 
Hoje o partido se chama União Brasil, resultado de sua fusão ao DEM.

O sistema do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) aponta que o PSL comprou sete veículos, por R$ 1,3 milhão. Foram três pelo diretório da Paraíba, dois pela direção nacional, um pelo diretório de Salvador (BA) e outro pelo diretório de Jaraguá do Sul (SC).
 
Os dados dos gastos de verba pública pelas legendas no quadriênio 2017-2020 foram reunidos e organizados pelo Movimento Transparência Partidária.

O veículo mais caro comprado pelo PSL foi uma Land Rover Range Rover preta, zero quilômetro, adquirida pelo diretório da Paraíba por R$ 381 mil. Os outros carros comprados pelo diretório foram um Volkswagen Tiguan preto, que custou R$ 189 mil; e uma Amarok da mesma montadora, de R$ 165 mil.

Todos são veículos de alto padrão.

Procurado, o partido disse que apenas a Amarok permanece com a legenda.

O deputado federal Julian Lemos (União Brasil-PB), à época presidente do PSL-PB, afirmou que o diretório usou o Tiguan por cerca de um ano “porque não compensava alugar”. Ele também alegou que a compra e posterior venda do carro representou uma economia maior.

Em relação à Land Rover, o carro foi adquirido em dezembro de 2019 e devolvido à loja em agosto de 2020 pelo mesmo valor que custou, R$ 381,2 mil. O partido afirmou ter chegado à conclusão de que não compensava o custo de manutenção.

De acordo com Lemos, “nem foi finalizada a compra, o carro ficou na loja”. O sistema do TSE aponta a despesa nas contas de 2019 e receita do mesmo valor em 2020.

“Um partido desse tamanho só ter um carro no estado para tudo é o mínimo. Atividade partidária se faz com carro de partido mesmo”, disse o parlamentar.

Já o diretório nacional do PSL comprou um Toyota Hilux SRV por R$ 118 mil e um Toyota Corolla por R$ 100 mil, ambos em 2019.

A direção nacional do partido disse que “os tribunais eleitorais, ao analisarem as prestações de contas dos partidos, perceberam que a aquisição de veículos é mais vantajosa que a locação”.

“Foi seguindo essa recomendação que o União Brasil decidiu há alguns anos comprar veículos, e não alugar. Os dois carros disponibilizados para a direção nacional do partido são utilizados para atividades administrativas e transporte de autoridades”, acrescentou.

O diretório do PSL de Salvador comprou uma Mitsubishi Pajero preta blindada, ano 2015/2016, por R$ 125 mil. O carro seguiu com o então presidente do partido na cidade, Alberto Pimentel, que agora comanda o diretório de Feira de Santana (BA).
 
“Ele foi comprado para auxiliar nos trabalhos partidários. É um carro grande e blindado, o que auxilia melhor na segurança e tem um baixo valor de mercado comparado aos mais novos com capacidade inferior, a exemplo do Corolla”, disse Pimentel, que é casado com a deputada Professora Dayane Pimentel (União Brasil-BA).

Ao todo, 22 partidos registraram a compra ou financiamento de 80 carros entre 2017 e 2020 pelo valor total de R$ 6,9 milhões.

O nanico Patriota foi partido que comprou o carro mais caro entre 2017 e 2020, se excluído o veículo comprado e devolvido pelo PSL da Paraíba. Trata-se de uma Mitsubishi Pajero preta, de R$ 260 mil. A sigla adquiriu ainda outros quatro veículos, totalizando gasto de R$ 740 mil, o que a torna campeã desse tipo de despesa, proporcionalmente ao valor do fundo partidário recebido (0,65%).

O partido tinha apenas seis deputados quando a compra foi feita. O presidente da sigla na época, Adilson Barroso, justificou a aquisição à Folha dizendo que “toda empresa que queira ter resultado em seu trabalho tem que ter as ferramentas necessárias.”

Também entre os veículos mais caros está uma Toyota Hilux, comprada pelo diretório do PP no Tocantins por R$ 213 mil em outubro de 2020. O diretório no estado é comandado pela senadora Kátia Abreu, que não respondeu aos questionamentos até a publicação deste texto.

Os partidos usam ainda a verba que recebem do governo federal para outros gastos ligados a locomoção. Foram R$ 27,5 milhões em combustível e R$ 29 milhões categorizados como outras despesas de transporte, o que inclui táxi, pedágios e fretes, por exemplo.

Com viagens aéreas foram R$ 100,4 milhões em passagens e R$ 20,2 milhões com fretamentos de aeronaves.

“Hoje, os partidos brasileiros são custeados fundamentalmente por fundos públicos, que têm crescido exponencialmente nos últimos anos. O que se vê nesse período, no entanto, é o Congresso Nacional debatendo propostas que, a pretexto de assegurar a autonomia das legendas, procuram flexibilizar suas obrigações em relação à aplicação desses recursos e dificultar a identificação de irregularidades”, disse o diretor-executivo do Transparência Partidária, Marcelo Issa.

Ele ressaltou que a Justiça Eleitoral identifica inúmeras irregularidades, muitas vezes reincidentes, que têm levado à devolução de milhões de reais todos os anos aos cofres públicos.

“A forma como os partidos políticos utilizam os recursos públicos com os quais são financiados é um bom indicativo de como deverão geri-los ao ocupar a administração pública.”

Nos últimos anos, tornou-se uma tradição o Congresso aprovar minirreformas políticas e eleitorais pouco antes das eleições, geralmente para flexibilizar regras de fiscalização, punição e transparência.

Pela lei, os partidos políticos recebem anualmente verba pública para seu custeio, o fundo partidário. A previsão para este ano é de um rateio de cerca de R$ 1 bilhão, dividido na proporção dos votos obtidos pelas 32 legendas nas eleições para a Câmara dos Deputados.

É longa a lista de uso irregular ou questionável dessas verbas, com gastos em bens de luxo, restaurantes caros, entre outros fins sem relação clara com a atividade partidária.

Em 2017, por exemplo, o Ministério Público Federal obteve a quebra do sigilo bancário do Pros (Partido Republicano da Ordem Social) em decorrência do uso do dinheiro público para compra de helicóptero (R$ 2,4 milhões), aeronave bimotor (R$ 400 mil) e uma série de imóveis, entre eles uma mansão de R$ 4,5 milhões no Lago Sul, uma das regiões mais nobres de Brasília.

Em abril de 2022 o TSE rejeitou as contas do partido relativas a 2016 e determinou a devolução de R$ 11 milhões aos cofres públicos pela sigla não ter comprovado a finalidade exclusivamente partidária na compra de aeronaves, imóveis e veículos. 

Jogador do Ferroviário, CE, é preso em estádio antes de partida por não pagamento de pensão alimentícia

Foto: Marcos Siqueira/Rádio CBN Paraíba/Redes Sociais
O jogador Éder Lima dos Santos, de 36 anos, defensor da equipe do Ferroviário, do Ceará, foi preso na tarde deste sábado (16) no gramado do Estádio Amigão, em Campina Grande, pelo não pagamento de pensão alimentícia.

De acordo com o delegado plantonista da Polícia Civil em Campina Grande, Demétrius Patrício, o mandado de prisão contra o atleta estava aberto a partir do Estado de São Paulo, e, a polícia ao ter conhecimento de que Éder viria jogar em Campina Grande contra o Campinense, se dirigiu ao estádio para realizar a prisão.

Após a execução do Hino Nacional Brasileiro, com as equipes em campo, Éder foi comunicado por autoridades policiais que estava sendo preso e, de forma amistosa, saiu do gramado e foi conduzido até a Central de Polícia de Campina Grande.

Na Central de Polícia, o delegado Demétrius Patrício informou ao g1 que o atleta confirmou que tinha conhecimento do atraso da pensão alimentícia e disse que o débito girava em torno de R$ 70 mil. Éder assinou um termo de conhecimento do débito e foi encaminhado ao Presídio do Monte Santo, no bairro do Monte Santo, na zona oeste de Campina Grande, onde irá ficar em uma cela à parte. Ele ficará detido até realizar o pagamento integral da pensão.

O Ferroviário Atlético Clube, equipe que Éder defende, não divulgou nenhuma nota oficial com relação ao ocorrido. Éder, inclusive, estava escalado entre os jogadores titulares para iniciar o jogo, mas foi substituído por Gabriel Neto após o comunicado da prisão.

Em campo, o Ferroviário perdeu para o Campinense por 2 a 0, com gols marcados por Wilian Anicete, no primeiro tempo, e Carlos Maia, já na etapa final. Com o triunfo, as equipes estão empatadas em pontos na tabela da Série C do Campeonato Brasileiro. O Ferroviário está na 16ª colocação e o Campinense uma posição abaixo, ambos com 15 pontos conquistados.

Prazo para inscrição na lista de espera do Sisu termina hoje

Foto: Agência Brasil
O prazo de inscrição na lista de espera do Sisu termina nesta segunda-feira (18). Os candidatos que não foram aprovados por meio da chamada regular podem se inscrever na lista de espera até às 23h59 de hoje.

Os interessados devem acessar o site do programa e optar por um dos dois cursos nos quais se inscreveu e que não foi aprovado. Caso seja selecionado pela instituição, o candidato será convocado a partir de 25 de julho.

Delegada que prendeu anestesista no Rio já enfrentou traficantes e milicianos

Uma policial técnica e seguidora dos direitos humanos. É assim que boa parte dos colegas se refere à carioca Bárbara Lomba, de 46 anos, titular da Delegacia da Mulher (Deam) de São João de Meriti, na Baixada Fluminense.

No início da semana, a policial prendeu em flagrante o anestesista Giovanni Quintella Bezerra, de 32 anos. Ele é acusado de estuprar uma mulher durante uma cesárea no Hospital da Mulher Heloneida Studart. A atuação no momento da prisão e na condução da investigação rendeu elogios - mas este não o foi o primeiro caso rumoroso em que atuou. Ela tem no currículo apurações sobre homicídios, tráfico e crimes de milicianos, entre outros.

"Sou muito fã da Bárbara", afirma o delegado Orlando Zaconne, atualmente na Subsecretaria de Planejamento da Polícia. "Porque ela consegue por em prática aquilo que muitos de nós buscamos, uma polícia voltada aos interesses da sociedade, garantidora dos direitos da vítima e também do autor do crime."

No vídeo que registra o momento da prisão, Bárbara anuncia a detenção em tom de voz baixo, antes de algemar o médico e encaminhá-lo à delegacia. A ação foi muito elogiada, mas também recebeu críticas. Nas redes sociais. Internautas compararam a ação na prisão do estuprador à abordagem truculenta de policiais rodoviários federais, que resultou na morte de Genivaldo de Jesus Santos, por sufocamento, em maio.

"A Polícia só falta pedir desculpas para o médico estuprador branco", registrou um tuiteiro. "Imagina se fosse um pobre preto."

Caso Flordelis

Em 2019, quando estava à frente da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio, Bárbara assumiu a investigação do assassinato do pastor Anderson Gomes.

Ele era marido da deputada federal e cantora gospel Flordelis dos Santos de Souza (PSD). Em junho daquele ano, o pastor foi morto a tiros dentro da própria casa. Vários de seus parentes, inclusive a parlamentar, foram postos sob suspeita.

Quando Bárbara deixou a delegacia, em janeiro do ano seguinte, Flávio dos Santos Rodrigues e Lucas Cezar dos Santos de Souza, filhos da deputada, já haviam sido indiciados pelo crime.

Em grande parte com base em provas coletadas pela equipe de Bárbara logo após o assassinato, o Ministério Público denunciou a deputada como suspeita de ser a mandante do crime. Flávio e Lucas foram condenados. Já naquela época, alguns colegas se referiam à Bárbara Lomba como "mulher superpoderosa".

À frente da DH de Niterói, Bárbara atuou também na elucidação da chacina de cinco jovens por integrantes de uma milícia, em 2018, com a prisão dos acusados. Também comandou o desbaratamento de outro grupo miliciano que se instalou em Itaboraí. E em palestra há dois anos na Escola de Magistratura do Rio (EMERJ), a delegada comentou esse último caso.

"O grande diferencial (da milícia) é que estamos lidando com pessoas que conhecem nossa forma de proceder, são pessoas envolvidas com agentes de segurança, políticos, várias camadas do poder", analisou. "É muito mais grave. E as ações são mais difíceis porque eles sabem o que nós (policiais) podemos fazer."

Formada em Direito pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ) em 1997, Bárbara ingressou no ano seguinte na Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ). Entrou para a Polícia Civil em 2001, aos 25 anos.

Entre 2012 e 2013, à frente da Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente (DPCA), a equipe de Bárbara lançou a Operação Fortaleza. A ação resultou no indiciamento de 50 traficantes e 21 policiais militares que recebiam propina para deixar o tráfico funcionar livremente no centro do Rio. Na operação, foi presa a chefe do tráfico no Morro da Providência, Andrea Vieira, conhecida como Tia.

"Foi uma prisão cinematográfica, no meio do trânsito, comemoramos durante dias", contou ela, na palestra na EMERJ. "Graças às diligências, conseguimos capturá-la antes de deflagrar a operação.

Bárbara ressaltou que o trabalho de inteligência feito na época para identificar os traficantes só foi possível porque o morro estava ocupado pelo programa Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), o que permitia a entrada livre de agentes.

"O programa está fazendo muita falta", disse, na palestra. "Numa outra operação, na Rocinha, quando estava na 15ª, só conseguíamos entrar na comunidade se montássemos uma operação de grande porte. E a nossa equipe sempre adotou a mentalidade de não criar guerra sem necessidade." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.