Os investimentos de cerca de R$ 1 bilhão para manutenção e conservação durante os 30 anos de concessão do Parque Nacional de Jericoacoara, comparados aos de Foz do Iguaçu, são pelo menos 75% menores ante os R$ 4,10 bilhões estimados para a atração no Paraná.
Este é mais um dado do modelo de privatização do Parque Nacional de Jericoacoara, que já foi criticado pelo Governo do Ceará por prever valor de R$ 7,47 milhões de outorga fixa, que é o montante pago à vista pelo vencedor da licitação à União para operar a concessão.
Na comparação com o que aconteceu com Foz do Iguaçu em março deste ano, a outorga fixa prevista para o parque foi de R$ 83,4 milhões, mas que findaram em R$ 375 milhões após o leilão concretizado, num ágio de 349,45%, bem acima do planejado.
E o questionamento sobre o baixo valor da outorga de Jericoacoara de R$ 7,47 milhões frente ao que aconteceu no Paraná foi realizado pelo jornalista Jocélio Leal, no programa O POVO no Rádio na O POVO CBN.
O entrevistado Pedro Bruno Barros de Souza, superintendente da área de Parcerias em Infraestrutura Social e Serviços Ambientais do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), conversou justamente sobre o desenho do modelo de concessão para Jericoacoara realizado pela instituição.
Questionado se o Parque Nacional no Ceará vale menos que o do Paraná, ele justificou que para além desse pagamento inicial da outorga, há mais de R$ 1 bilhão de investimentos e que os números são consistentes com os estudos do BNDES.
Somente nos primeiros cinco anos, frisa que serão aportados R$ 100 milhões em novas infraestruturas e ao longo dos 30 anos os mais de R$ 1 bilhão em termos de manutenção e conservação do parque.
Este modelo de privatização não prevê a venda, mas cede a administração do parque por tempo determinado em contrato para a iniciativa privada.
Com a concessão, o Estado continua sócio do empreedimento e dos 10% de outorga variável 5% serão em encargos socioambientais, como em capacitação de mão de obra e cercamento do parque.
O Povo